quinta-feira, 31 de julho de 2008


Quando penso em Deus



1 – Quando Penso em Deus...
tudo se expande e se alegra no Universo: oceanos imensos musicalizam sua águas cristalinas, no "vai-e-vem" das praias cantantes; riachos discretos recitam versos singelos, em louvor à Poesia-Oração

2 – Quando Penso em Deus...
vislumbro, bem longe, nos ignotos Caminhos do Infinito, o esplendor e a emoção de cachoeiras que se projetam, das alturas, orvalhando encostas imponentes; ouço o marulho de ondas, que se desfazem, tranqüilas, balbuciando hinos de louvor à Eternidade...

3 – Quando Penso em Deus...
vejo árvores enormes, curvadas em suave reverência; contemplo, embevecido, quase ajoelhado, plantinhas delicadas, arbustos diminutos, quase imperceptíveis, cingindo o Altar da Natureza, louvando a Divina Criação...

4 – Quando Penso em Deus...
deslumbro-me ante a majestade do espaço, o brilho das estrelas valsando nos salões celestiais...

5 – Quando Penso em Deus...
vejo, nos arsenais da memória e nos sutis gabinetes da visão, braços nimbados de luz, buscando outros braços para os esponsais do Ideal e da Verdade...

6 – Quando Penso em Deus...
identifico almas plenas de esperanças, procurando, no sacrossanto clima do amor e da paz, da bondade e da justiça, outras almas que vivem, sonham, trabalham...

7 – Quando Penso em Deus...
vejo a vida recriada, sublimando espíritos. Contemplo, em prodigiosa tela, imagens aromatizadas, que convertem a aridez da Terra em plácido, sereno, formoso jardim...

8 – Quando Penso em Deus...
o silencioso e nobre gigantismo das montanhas lembra-me o Poder Espiritual – calmo, inspirando pensamentos que se harmonizam com a Força Eterna e invencível do amor, em sua abençoada função geradora de Vida e Humildade...

9 – Quando Penso em Deus...
busco ouvir, através da oração, a sinfonia do amor inextinguível, entoada por Músicos Celestiais, em longínquas constelações, e, também, em planícies regeneradoras, onde laboram homens de boa vontade...

10 – Quando Penso em Deus...
mentalizo rosas, compondo, com alvinitentes lírios, miriametral Bandeira de Luz, protegendo a Terra, sustentando-a na gloriosa destinação de renovar a humanidade terráquea, sob os auspícios de almas encarnadas e desencarnadas...

11 – Quando Penso em Deus...
imagino milhões de buquês de flores – e mais flores, símbolo da perfeição dos bons e dos justos, aspergindo sobre o ciclópio corpo da Terra incomparável perfume...

12 – Quando Penso em Deus...
entendo que santificantes virtudes vibram, sob a Divina Ordenação do Pai, fecundando a Natureza...

13 – Quando Penso em Deus...
o céu, a terra, o mar se enriquecem de sublimados êxtases...

14 – Quando Penso em Deus...
inebrio-me com o magnetismo que o homem registra, limitadamente, devido à transcendência da Obra Divina...

15 – Quando Penso em Deus...
e busco Seu Amparo, sinto-me feliz. As lutas humanas, necessárias à purificação e aperfeiçoamento, não me destroem: consolidam-me as esperanças; robustecem-me as energias; enobrecem-me os anseios ascensionais; vitalizam-me o cosmo orgânico; sutilizam-me o psiquismo; abençoam-me a jornada...

16 – Quando Penso em Deus...
peço a Jesus, Seu Amado Filho, ajude-me na conquista dos dons do amor e da bênção da Luz – o Amor glorifica, a luz brilha, incessantemente...

17 – Quando Penso em Deus...
silencio-me, rejubilo-me, verto lágrimas reconfortantes...

18 – Quando Penso em Deus...
curvo-me, em espírito, rogando aos benfeitores da Vida Maior não me permitam o desfalecimento, no meio do caminho, afim de que possa, no Grande Dia, ver, sentir, beijar a face Augusta do Pai, refletida, no curso de milênios, na Vida e na Obra do Carpinteiro de Nazaré...

19 – Quando Penso em Deus...
reconhecendo-Lhe a grandeza e recebendo-O como Pai, prossigo, confiante, a romagem transformadora. Os tesouros dos céus invadem-me o ser, repletam-me o coração...

20 – Quando Penso em Deus...
tudo de bom, maravilhoso, sublime, acontece...


José Martins Peralva

Texto extraído do Jornal "O Espírita Mineiro", edição de Janeiro/março - 1998

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