sexta-feira, 31 de julho de 2009

Sob a Ótica Espírita: “Palestras”

Para o encerramento do mês especial “Sob a Ótica Espírita”, selecionei algumas palestras que foram temas abordados em nossas postagens diárias, possibilitando um maior aprofundamento para cada um deles.


Crianças Índigo e Cristal (Divaldo Pereira Franco)


Nesta conferência brilhante, Divaldo Franco, médium e orador espírita, enaltece as belezas do zimbório celeste, analisando, principalmente, a luminífera estrela Alcione, da constelação das Plêiades, de onde estão migrando para a terra espíritos de alta estirpe, a fim de prepararem o mundo de regeneração.





O Aborto (Conseqüências Espirituais) – Nazareno Feitosa


Uma excelente exposição sobre o tema aborto e suas conseqüências espirituais, destacando a sublime missão da maternidade e do homem na terra.






Células-Tronco Embrionárias (Visão Jurídica Médica e Espírita)


Seminário FEDF: Células-Tronco Embrionárias Visão Jurídica, Médica e Espíria com Cláudio Fonteles, Lenise Garcia em 3 partes.

1/3




2/3




3/3

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Extra (Solidariedade): Portal do Voluntariado On-line


Aqui está uma dica para aquelas pessoas que desejam colocar suas habilidades, tempo e talento à disposição de organizações não governamentais, como também dessas ONGS que necessitam de mão-de-obra para oferecer um serviço de qualidade aos seus usuários; trata-se do Portal do Voluntariado On-line, que funciona como um elo entre as partes.

“Nosso objetivo é ser o elo entre as pessoas que desejam colocar suas habilidades e seu tempo à disposição de organizações não-governamentais, e as organizações que necessitam desses voluntários para prestar serviços de melhor qualidade para quem precisa. Além da intermediação entre voluntários e organizações, nos preocupamos em trabalhar a capacitação de todos os envolvidos.

Um portal de voluntariado on-line também reduz significativamente as despesas de um centro de voluntariado e isso possibilita aumentar a dimensão do trabalho: agora, encaminhamos voluntários 24 horas por dia, 7 dias por semana. Estamos introduzindo a modalidade de voluntariado on-line, onde o voluntario desempenha em todo ou em parte as suas atividades pela internet. Esta modalidade mobiliza centenas de milhares de voluntários no mundo todo e tem se mostrado um sucesso.

Podemos, a partir de agora, contar com a ajuda de muitos voluntários on-line internacionais para auxiliar nas causas sociais brasileiras. É nosso objetivo colaborar para o alcance dos 8 Objetivos do Milênio das Nações Unidas, que visam alcançar um mundo melhor para se viver ate 2015. Assim, pessoas podem colocar sua expertise como web designers, construção de banco de dados, tradução de textos e projetos, elaboração de projetos, entre outras, a serviço de causas e organizações, de qualquer lugar do mundo, a qualquer hora do dia e da noite, seja presencialmente, seja via internet.” (Portal Voluntários On-line).

Basta acessar para você encontrar centenas de possibilidades para auxílio às causas sociais brasileira:
Acesse aqui ao Portal.
Veja aqui como participar.

quarta-feira, 29 de julho de 2009



Ciência e Espiritualidade


*Nubor Orlando Facure


Por mais que neguem os materialistas, a espiritualidade é um atributo que faz parte da essência do ser humano. Desde os tempos primitivos o Homem percebeu que existem forças que transcendem o seu domínio e passou a respeitar, a temer e a se subjugar diante das ameaças dos fenômenos da natureza, da conjunção dos astros e da incerteza do futuro.

Nasceram assim as crenças, os mitos, os deuses. as magias, os sortilégios, o misticismo, organizaram-se templos e igrejas com suas liturgias, seus sacerdotes e prosperaram as “instituições religiosas”. Neste clima vários deuses disputavam o poder e a força do verdadeiro Deus.

Conquistando a razão no decurso dos milênios que a evolução lhe exigia percorrer, o Homem percebia que sua experiência psíquica ultrapassava a realidade limitada pela experiência que os sentidos lhe permitia perceber. No seu íntimo, a vida transcendia a própria morte e as lembranças dos seu antepassados, que lhes pareciam visitar nos sonhos ou nas recordações, o faziam pressupor que uma vida futura deveria reunir a todos.

Os séculos se sucederam sem que, no entanto o ser humano conseguisse atravessar a fronteira da morte sem temor e sobressaltos. A espiritualidade permanecia como uma conquista sempre adiada para depois, uma viagem sem volta ou uma terra que se comprava com promessas, lamentações ou indulgências.

A caminhada de Jesus pela Terra traçou rumos, comprovou a imortalidade, estabeleceu a comunhão com o Pai, dialogou com os Espíritos e revelou os gozos da vida futura. O Homem persistiu, porem, nos desvios irresponsáveis, preferindo as vantagens que a Terra e as conquistas materiais o permitia possuir. Nos dias de hoje as palavras do Cristo de novo ressoam nas páginas do Consolador prometido. A “Pátria do Evangelho” se ergueu revelando-se como o grande “portal da Espiritualidade” a insistir com o Homem que Deus existe, que a vida continua, que somos espíritos imortais, que na Casa do Senhor há muitas moradas onde nossos entes queridos nos aguardam e que este mundo e o “outro” se relacionam num vai e vem de interferências múltiplas.

A mesma doutrina do Cristo, agora codificada por Kardec, nos expôs, ao lado dos cânticos da Boa Nova, a fé raciocinada, permitindo a constatação do fenômeno espiritual com os paradigmas de uma “nova ciência”.

A espiritualidade, quando avaliada cientificamente esbarra, porem, em uma série de dificuldades. Primeiro a sua própria conceituação, depois, sua distinção com religião e misticismo.

A religião implica numa organização institucional com uma maior ou menor participação do indivíduo. Nas religiões tradicionais são prescritas crenças, dogmas, rituais, práticas litúrgicas e compromissos sociais com a instituição. A exploração da espiritualidade é historicamente uma prática comum às religiões, que se aproveita de alguns conceitos que são compartilhados entre ambos: a relação transcendente com Deus ( uma “força suprema” ou uma “energia universal”) e a veneração por aquilo que é tido como sagrado.

A dimensão espiritual implícita na natureza humana é aceita por uns mas, não por outros, e aquilo que permite alguém ter aceso a esta dimensão, não terá nenhum significado para aquele que não admite a sua existência.

Cada indivíduo pode ser caracterizado por sua religiosidade,suas crenças particulares e práticas relativas a sua religião, sem, no entanto,manterem um vínculo estreito com a espiritualidade.

A vivência espiritual comumente é uma experiência subjetiva, individual, particular, que algumas vezes pode ser compartilhada com os outros. Algumas pessoas experienciam sua espiritualidade como um assunto altamente pessoal e privado, focalizando elementos intangíveis que os suprem de vitalidade e grande significado em suas vidas. Espiritualidade não envolve religião necessariamente.

Cada pessoa define sua espiritualidade particularmente. Ela deve ser vista como um atributo do indivíduo dentro de um conceito complexo e multidimensional. Possivelmente tem alguma coisa a ver com caráter, com personalidade e com cultura.

Para uns, a espiritualidade se manifesta ou é vivenciada em um momento de ganhos materiais prazerosos tão simples como, pisar na relva descalço ou caminhar pela noite solitário, para outros, será um momento de contemplação, de meditação, uma reflexão profunda sobre o sentido da vida, uma sensação de íntima conexão com o que pensa amar ou um contacto psíquico com seres espirituais.

Podemos perceber que a espiritualidade se manifesta em três domínios pelos quais podemos sistematizar sua avaliação com critérios científicos: os domínios da “prática”, das “crenças” e o da própria “experiência espiritual”.

Na “prática”, quando se exercita a contemplação, a meditação, a prece ou uma atividade de culto religioso.

O domínio das “crenças” espirituais varia com a cultura dos povos e inclui a crença na existência de Deus, da Alma, da vida após a morte e da realidade da dimensão espiritual para além do nosso conhecimento sensorial e intelectual.

Por fim, no domínio da “experiência espiritual” há uma série enorme de situações que parecem sugerir contacto direto com a espiritualidade. Incluem-se aqui, por exemplo, aquelas vivências rotineiras, representadas pelo encontro íntimo e pessoal que cada um faz com o transcendente e o sagrado e aqueles outros quadros freqüentemente mais dramáticos, quase sempre súbitos, acompanhados de forte transformação pessoal que se seguem a um acontecimento psíquico marcante na vida. Mais significativas ainda, incluem-se , entre outros, os relatos de experiências de quase morte (near death experience) e as projeções fora do corpo físico (out of body experience) nos quais, o indivíduo transita com sua consciência por outras dimensões, vivenciando a plenitude da vida espiritual.

No Brasil, podemos afirmar que, em termos de “experiência espiritual”, nada supera a mediunidade. Entre nós, parece que a espiritualidade convive dentro de casa dirigindo cada passo de nossas vidas. Pelos nossos médiuns o recado do outro lado tem sido tão freqüente que as portas da morte não isolam mais nosso contacto com os que mais amamos.

Estamos diante de um “campo de experimentação” extraordinário onde é corriqueira a comprovação da intercomunicação entre nós e o “outro lado da vida”. Qualquer cientista sem preconceito pode sistematizar suas observações dentro dos três domínios que apresentamos para a análise da espiritualidade e confirmar que na “prática”, nas crenças” e nas “experiências espirituais” nos seus vários matizes, a espiritualidade toda se manifesta, revelando a centelha divina e imortal que habita em todos nós.


Fonte: O Mensageiro

Espírita desde criança, o Dr. Nabor Orlando Facure é médico, especialista em neurologia, diretor do Instituto do Cérebro de Campinas, e ex-professor titular de neurocirurgia da UNICAMP, pesquisador, escritor e expositor espírita. (Terra Espiritual)


terça-feira, 28 de julho de 2009

Imagem e Mensagem: “Exaltação à Vida”

Com a sensível melodia “Eternity”, do músico mexicano Ernesto Cortazar, realizamos esse vídeo para o Imagem e Mensagem do mês com um hino de louvor a vida ditado pelo espírito Joanna de Ângelis, através da psicografia de Divaldo Franco.



segunda-feira, 27 de julho de 2009

Crianças Índigo e Cristal



Visão Espírita sobre as Crianças Índigo e Cristal

Por Divaldo Pereira Franco


Espiritismo Responde - Um de seus mais recentes livros publicados tem por título “A Nova Geração: A visão Espírita sobre as crianças índigo e cristal”. Quem são as crianças índigo e cristal?

Divaldo – Desde os anos 70, aproximadamente, psicólogos, psicoterapeutas e pedagogos começaram a notar a presença de uma geração estranha, muito peculiar.

Tratava-se de crianças rebeldes, hiperativas que foram imediatamente catalogadas como crianças patologicamente necessitadas de apoio médico. Mais tarde, com as observações de outros psicólogos chegou-se à conclusão de que se trata de uma nova geração. Uma geração espiritual e especial, para este momento de grande transição de mundo de provas e de expiações que irá alcançar o nível de mundo de regeneração.

As crianças índigo são assim chamadas porque possuem uma aura na tonalidade azul, aquela tonalidade índigo dos blue jeans (Dra. Nancy Ann Tape). O índigo é uma planta da Índia (indigofera tinctoria), da qual se extrai essa coloração que se aplicava em calças e hoje nas roupas em geral. Essas crianças índigo sempre apresentam um comportamento sui generis.

Desde cedo demonstram estar conscientes de que pertencem a uma geração especial. São crianças portadoras de alto nível de inteligência, e que, posteriormente, foram classificadas em quatro grupos: artistas, humanistas, conceituais e interdimensionais ou transdimensionais. As crianças cristal são aquelas que apresentam uma aura alvinitente, razão pela qual passaram a ser denominadas dessa maneira.

A partir dos anos 80, ei-las reencarnando-se em massa, o que tem exigido uma necessária mudança de padrões metodológicos na pedagogia, uma nova psicoterapia a fim de serem atendidas, desde que serão as continuadoras do desenvolvimento intelecto-moral da Humanidade.

ER – Essas crianças não poderiam ser confundidas com as portadoras de transtornos da personalidade, de comportamento, distúrbios da atenção? Como identificá-las com segurança?

Divaldo - Essa é uma grande dificuldade que os psicólogos têm experimentado, porque normalmente existem as crianças que são portadoras de transtornos da personalidade (DDA) e aquelas que, além dos transtornos da aprendizagem, são também hiperativas (DTAH), mas os estudiosos classificaram em 10 itens as características de uma criança índigo, assim como de uma criança cristal.

A criança índigo tem absoluta consciência daquilo que está fazendo, é rebelde por temperamento, não fica em fila, não é capaz de permanecer sentada durante um determinado período, não teme ameaças... Não é possível com essas crianças fazermos certos tipos de chantagem. É necessário dialogar, falar com naturalidade, conviver e amá-las.

Para tanto, os especialistas elegem como métodos educacionais algumas das propostas da doutora Maria Montessori, que criou, em Roma, no ano de 1907, a sua célebre Casa dei Bambini, assim como as notáveis contribuições pedagógicas do Dr. Rudolf Steiner. Steiner é o criador da antroposofia. Ele apresentou, em Stuttgart, na Alemanha, os seus métodos pedagógicos, a partir de 1919, que foram chamados Waldorf.

A partir daquela época, os métodos Waldorf começaram a ser aplicados em diversos países. Em que consistem? Amor à criança. A criança não é um adulto em miniatura. É um ser que está sendo formado, que merece o nosso melhor carinho. A criança não é objeto de exibição, e deve ser tratada como criança. Sem pieguismo, mas também sem exigências acima do seu nível intelectual.

Então, essas crianças esperam encontrar uma visão diferenciada, porque, ao serem matriculadas em escolas convencionais, tornam-se quase insuportáveis. São tidas como DDA ou DTAH. São as crianças com déficit de atenção e hiperativas. Nesse caso, os médicos vêm recomendando, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, a Ritalina, uma droga profundamente perturbadora. É chamada a droga da obediência.

A criança fica acessível, sim, mas ela perde a espontaneidade. O seu cérebro carregado da substância química, quando essa criança atinge a adolescência, certamente irá ter necessidade de outro tipo de droga, derrapando na drogadição. Daí é necessário muito cuidado.

Os pais, em casa (como normalmente os pais quase nunca estão em casa e suas crianças são cuidadas por pessoas remuneradas que lhes dão informações, nem sempre corretas) deverão observar a conduta dos filhos, evitar punições quando errem, ao mesmo tempo colocando limites. Qualquer tipo de agressividade torna-as rebeldes, o que pode levar algumas a se tornar criminosos seriais.

Os estudos generalizados demonstram que algumas delas têm pendores artísticos especiais, enquanto outras são portadoras de grandes sentimentos humanistas, outras mais são emocionais e outras ainda são portadoras de natureza transcendental.

Aquelas transcendentais, provavelmente serão os grandes e nobres governantes da Humanidade no futuro. As artísticas vêm trazer uma visão diferenciada a respeito do Mundo, da arte, da beleza. Qualquer tipo de punição provoca-lhes ressentimento, amargura que podem levar à violência, à perversidade.

ER – Você se referiu às características mentais, emocionais dessas crianças. Elas têm alguma característica física própria? Você tem informação se o DNA delas é diferente?

Divaldo - Ainda não se tem, que eu saiba, uma especificação sobre ela, no que diz respeito ao DNA, mas acredita-se que, através de gerações sucessivas, haverá uma mudança profunda nos genes, a fim de poderem ampliar o neocórtex, oferecendo-lhe mais amplas e mais complexas faculdades.

Tratando-se de Espíritos de uma outra dimensão, é como se ficassem enjauladas na nossa aparelhagem cerebral, não encontrando correspondentes próprios para expressar-se. Através das gerações sucessivas, o perispírito irá modelar-lhes o cérebro, tornando-o ainda mais privilegiado.

Como o nosso cérebro de hoje é um edifício de três andares, desde a parte réptil, à mamífera e ao neocórtex que é a área superior, as emoções dessas crianças irão criar uma parte mais nobre, acredito, para propiciar-lhes a capacidade de comunicar-se psiquicamente, vivenciando a intuição.

Características físicas existem, sim, algumas. Os estudiosos especializados na área, dizem que as crianças cristal têm os olhos maiores, possuem a capacidade para observar o mundo com profundidade, dirigindo-se às pessoas com certa altivez e até com certo atrevimento...

Têm dificuldade em falar com rapidez, demorando-se para consegui-lo a partir dos 3 ou dos 4 anos. Entendemos a ocorrência, considerando-se que, vindo de uma dimensão em que a verbalização é diferente, primeiro têm que ouvir muito para criar o vocabulário e poderem comunicar-se conosco. Então, são essas observações iniciais que estão sendo debatidas pelos pedagogos.

ER – Com que objetivo estão reencarnando na Terra?

Divaldo - Allan Kardec, com a sabedoria que lhe era peculiar, no último capítulo do livro A Gênese, refere-se à nova geração que viria de uma outra dimensão. Da mesma forma que no tempo do Pithecanthropus erectus vieram os denominados Exilados de Capela ou de onde quer que seja, porque há muita resistência de alguns estudiosos a respeito dessa tese, a verdade é que vieram muitos Espíritos de uma outra dimensão.

Foram eles que produziram a grande transição, denominada por Darwin como o Elo Perdido, porque aqueles Espíritos que vieram de uma dimensão superior traziam o perispírito já formado e plasmaram, nas gerações imediatas, o nosso biótipo, o corpo, conforme o conhecemos.

Logo depois, cumprida a tarefa na Terra, retornaram aos seus lares, como diz a Bíblia, ao referir-se ao anjo que se rebelara contra Deus – Lúcifer. Na atualidade, esses lucíferes voltaram. Somente que, neste outro grande momento, estão vindo de Alcione, uma estrela de 3ª. grandeza do grupo das plêiades, constituídas por sete estrelas, conhecidas pelos gregos, pelos chineses antigos e que fazem parte da Constelação de Touro.

Esses Espíritos vêm agora em uma missão muito diferente dos capelinos. É claro que nem todos serão bons. Todos os índigos apresentarão altos níveis intelectuais, mas os cristais serão, ao mesmo tempo, intelectualizados e moralmente elevados.

ER – Já que eles estão chegando há cerca de 20, 30 anos, nós temos aí uma juventude que já está fazendo diferença no Mundo?

Divaldo – Acredito que sim. Podemos observar, por exemplo, e a imprensa está mostrando, nesse momento, gênios precoces, como o jovem americano Jay Greenberg considerado como o novo Mozart. Ele começou a compor aos quatro anos de idade. Aos seis anos, compôs a sua sinfonia. Já compôs cinco. Recentemente, foi acompanhar a gravação de uma das suas sinfonias pela Orquestra Sinfônica de Londres para observar se não adulteravam qualquer coisa.

O que é fascinante neste jovem, é que ele não compõe apenas a partitura central, mas todos os instrumentos, e quando lhe perguntam como é possível, ele responde: “Eu não faço nenhum esforço, está tudo na minha mente”.

Durante as aulas de matemática, ele compõe música. A matemática não lhe interessa e nem uma outra doutrina qualquer. É mais curioso ainda, quando afirma que o seu cérebro possui três canais de músicas diferentes. Ele ouve simultaneamente todas, sem nenhuma perturbação. Concluo que não é da nossa geração, mas que veio de outra dimensão.

Não somente ele, mas muitos outros, que têm chamado a atenção dos estudiosos. No México, um menino de seis anos dá aulas a professores de Medicina e assim por diante... Fora aqueles que estão perdidos no anonimato.

ER – O que você diria aos pais que se encontram diante de filhos que apresentam essas características?

Divaldo - Os técnicos dizem que é uma grande honra tê-los e um grande desafio, porque são crianças difíceis no tratamento diário. São afetuosas, mas tecnicamente rebeldes. Serão conquistadas pela ternura. São crianças um pouco destrutivas, mas não por perversidade, e sim por curiosidade.

Como vêm de uma dimensão onde os objetos não são familiares, quando vêem alguma coisa diferente, algum objeto, arrebentam-no para poder olhar-lhes a estrutura. São crianças que devemos educar apelando para a lógica, o bom tom. A criança deve ser orientada, esclarecida, repetidas vezes.

Voltarmos aos dias da educação doméstica, quando nossas mães nos colocavam no colo, falavam conosco, ensinavam-nos a orar, orientavam-nos nas boas maneiras, nas técnicas de uma vida saudável, nos falavam de ternura e nos tornavam o coração muito doce, são os métodos para tratar as modernas crianças, todas elas, índigo, cristal ou não.

Entrevista de Divaldo Pereira Franco ao Programa Televisivo O Espiritismo Responde, da União Regional Espírita – 21.03.2007.

domingo, 26 de julho de 2009

Mensagem da Semana



Ouvir a Mensagem


Arar Orando


Narra Leão Tolstoi que um sacerdote convidou um lavrador a orar, e este, que se encontrava na gleba laborando, respondeu não poder acompanhá-lo à oração porque arava. Após meditar, obtemperou o ministro da fé religiosa: fazes bem, pois que arar é também orar...

A estória criada pelo eminente filósofo e moralista cristão tem plena aplicação na atualidade.

Ante um mundo aturdido qual o dos nossos dias, a cada instante espíritos desarvorados bradam: mais ação, menos oração. Deixemos a prece, usemos o trabalho. A miséria necessita de pão e socorro, não de palavras e orações...

Hoje, no entanto, como em todos os tempos, o utilitarismo esquece a previdência e o instantâneo é responsável pelas conseqüências funestas e graves, que advirão mediatas.

Sem dúvida, a ação edificante é geratriz da mecânica do progresso e da felicidade dos povos. Todavia, convém não olvidarmos que a oração é o lubrificante da máquina da vida.

Nem oração sem ação, nem atividade sem prece.

A medida ideal, evidentemente, será orar antes de atuar para que a ação imprevidente não conduza o desassisado à oração do desespero.

Fala-se muito em miséria social, em abandono social, em desespero social. Fala-se apenas, e, quando se age, ao invés de operar no sentido da produção do bem e da paz, muitos se precipitam no desequilíbrio, gerando ódio e anarquia. Dos escombros, porém, o soerguimento de qualquer ideal é muito mais difícil senão doloroso e demorado.

Com ponderação afirmamos que nada pior do que o idealismo desenfreado a estrugir nas mentes imaturas de muitos homens.

Nesse sentido, faz-se recomendável a reflexão e em particular a oração que enseja intercâmbio com as fontes luminosas da vida, produzindo equilíbrio e inspiração para o desenvolvimento da ação. Arar, pois, é orar também.

O solo sulcado, a terra preparada, o grão na cova e a vigilância do lavrador, por melhores condições em que se encontrem, dependem dos recursos divinos a se manifestarem no sol, na chuva ou nos granizos e no vento...

Levantemo-nos, quanto possível, através da oração lenificadora e inspirativa, para sairmos a servir e atender, agindo com segurança e acerto.

Em todos os seus passos, Jesus se nos revelou o trabalhador infatigável, por excelência, consubstanciando em atitudes desataviadas e seguras as palavras de que estavam cheios seu ideal e seu coração. Onde se encontrava, era a ação operosa e diligente. Todavia, jamais descurou de elevar-se ao Pai, através da comunhão oracional, e não poucas vezes deixou a multidão, a mesma multidão famélica e atenazada a repontar através dos séculos para refugiar-se na oração. E porque considerasse a prece como medida de segurança, recomendou: Orai para não cairdes em tentação, nas tentações que enlouquecem, fazendo se desatrelem os carros das paixões desta ou daquela natureza, rotuladas também com o nome de ideal.


Joanna de Angelis

Divaldo Pereira Franco, A Prece Segundo os Espíritos, Vol. I

sábado, 25 de julho de 2009

Música Espírita: “Reforma Íntima – Clésio Tapety”

“Um convite a mudança interior”, essa é a proposta da canção do cantor e compositor espírita Celso Tapety, natural de Teresina, Piauí e o que mostra o videoclipe da Música Espírita desse mês.

Formado em Direito, autor de inúmeras canções, onde se destacam também as dedicadas à evangelização infantil, suas letras trabalham temas relacionados à cultura da paz e dos Direitos Humanos, enfocando sempre a Doutrina Espírita como o seu grande pilar.



sexta-feira, 24 de julho de 2009


A Lição da Natureza


Toda vez que nossos olhos contemplam o espetáculo do nascer e do pôr-do-sol, não podemos deixar de reconhecer a grandiosidade do Criador.

Cada vez que mergulhamos a mente no estudo da biologia, descobrindo a perfeição da maquinaria humana, seu intrincado de artérias, veias, vasos, neurônios, tudo tão harmonicamente a trabalhar, rendemo-nos ao extraordinário ser que se esmerou na sua elaboração.

Sempre que ouvimos a balada dos ventos nas tardes frias, o ulular cantante na pradaria, o farfalhar das folhas de outono, recordamo-nos que o grande idealizador se chama Deus.

E quando as águas descem dos morros cantando segredos que recolhem por onde passam e se arrojam das alturas ao solo, alimentando lagos, engrossando rios, formando cascatas, lembramo-nos de que o maestro excelso paira acima dos homens.

Quando a tempestade ruge, a tormenta grita, e a natureza parece enlouquecida, pensamos que Deus está um pouco desatento, em leve cochilo.

Deus não se repete, não se cansa de criar, e a cada momento que o homem aprofunda suas lentes para o interior da terra, o seio dos mares, vai se dando conta de que o pai desceu a detalhes muito pequenos para que nós, seus filhos, nos sentíssemos felizes neste planeta.

Mas como todo pai, ele também providenciou para que aprendêssemos uns com os outros, a fim de crescer com maior rapidez.

E a natureza é uma mestra exemplar. Sua lição de serviço desinteressado, paciência, perseverança, se faz presente todos os dias.

As flores oferecem perfume e colorido, as árvores ofertam sombra, calor e vida. Serviço desinteressado.

A semente adormece no seio da terra e ao se espreguiçar, na época devida, estende brotos, que se tornarão alimento. Paciência e perseverança.

Para quem tem olhos de ver, até os pássaros ensinam. Conta John Leax que nos dias de inverno ele colocava no comedouro, em seu jardim, sementes, no intuito de que os pássaros ali se alimentassem.

Um dia, ele observou que um cardeal de penas desbotadas pelo gelo e pelo frio, pousou e se curvou sobre o comedouro. Mas não bicou nenhuma semente.

Através de seu binóculo, John pode observar que o pássaro tinha seu bico machucado, quebrado bem na raiz.

Logo mais, dois outros cardeais pousaram ao seu lado. Um de cor viva e outro cinza.

Sem pressa alguma, como se possuíssem a paciência infindável de Deus, eles trituraram sementes de girassol e, encostando bico no bico, alimentaram a ave faminta.

Nos dias seguintes, e durante o inverno inteiro, todas as manhãs e todas as tardes, o trio chegou no comedouro, repetindo o processo.

Era como um encontro marcado e um compromisso assumido. Uma lição de disciplina e de desprendimento.

***

Exercita-te no amor à natureza, que esplende em sol, ar água, árvore, frutos, animais e homens.

Deixa-te enternecer pelos convites silenciosos que o pai Criador te faz e dulcifica-te interiormente.

O amor dilui a sombra dos sentimentos negativos, imprimindo o selo da mansidão em todos os atos.

Ama, portanto, tudo e todos.

Aprende com a natureza.


Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. O comedouro, de John Leax, do livro Histórias para o coração 2, de Alice Gray, ed. United Press (somente a história dos cardeais) e cap. 181 do livro Vida feliz, de Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Franco, ed. Leal (somente os pensamentos).


quinta-feira, 23 de julho de 2009

Células-Tronco



Os Mitos e as Verdades sobre as Células Tronco


Dr. Décio Iandoli Júnior*


A questão 353 do Livro dos Espíritos trata do seguinte:

- A união do espírito e do corpo não estando completa e definitivamente consumada senão depois do nascimento, pode considerar-se o feto como tendo alma?

R – O espírito que o deve animar existe de alguma forma, fora dele. Ele não tem, propriamente falando, uma alma, pois a encarnação está somente em vias de se operar; mas está ligado à alma que o deve possuir.

André Luiz nos conta, pela orientação de Alexandre em “Missionários da Luz”, que a encarnação só se completa por volta dos sete anos de idade, porém, ela se inicia na concepção, ou seja, no momento da fecundação do ovócito materno pelo espermatozóide paterno; a partir daí, inicia-se o “continuum” (1), com a construção do corpo físico pelo perispírito, ou como colocou o Dr. Hernani Guimarães Andrade, pelo Modelo Organizador Biológico (MOB).

Sendo assim, não poderíamos ter outra atitude a não ser a de respeitar o indivíduo como ser encarnado desde a fecundação e geração da célula original (o zigoto), evitando interpretações outras que poderiam abrir questão quanto ao momento em que temos ou não temos um ser encarnado, e que tem levado muitos companheiros de doutrina a discutir, equivocadamente, os direitos do embrião.

Sabemos ainda, pela própria descrição da reencarnação de Segismundo, feita no mesmo livro (Missionários da luz) psicografado por nosso querido Chico Xavier, que a ligação fluídica, entre a mãe e o reencarnante, se dá antes mesmo da fecundação, e que o processo de ligação ao zigoto completa este processo de instalação da interface físico-etérica, dando início à reencarnação.

Se unirmos, em laboratório um ovócito e um espermatozóide, pelas técnicas já disponíveis, conseguiremos o desenvolvimento de um embrião, mas não teremos a certeza de que este é viável ou não até o momento de seu implante no útero.

Acreditamos que tal dificuldade se dê, entre outros motivos, pela ausência de um espírito reencarnante ligado a estes embriões, com conseqüente ausência de um MOB, o que inviabiliza a diferenciação celular e a organização espacial do novo corpo em desenvolvimento, interrompendo o projeto biológico.

A “maquinaria” celular, o alto grau de fluido vital das células embrionárias e o automatismo celular conseqüente a estes dois primeiros fatores podem garantir o desenvolvimento inicial deste embrião, antes que se torne necessário o início da diferenciação celular, mesmo na ausência de um espírito reencarnante.

Sendo assim, é teoricamente viável aceitar que, muitos dos embriões concebidos “ in vitro ” não estão dotados de espíritos reencarnantes, entretanto, este raciocínio não dar nenhuma margem para acreditarmos que, neste tipo de fertilização, nunca haverá ligação com espíritos, o que só ocorreria no momento do implante no útero, coisa que nem sabemos se é possível ou não.

Classificar todos os embriões concebidos “ in vitro ” como sendo montículos de células desprovidas de espírito não é apenas uma suposição, mas é também, na minha opinião, bastante improvável.
Como vimos, ainda não temos como saber ou afirmar, se determinado embrião tem ou não um espírito reencarnante, contudo, acredito que não estão muito longe os recursos para fazê-lo; seja através da verificação da reprogramação epigênica, que foi relatada no trabalho do Dr. Kevin Eggan (2) e que pode significar a instalação de um novo espírito (3), ou seja pela identificação de campos biomagnéticos utilizando-se um Tensionador Espacial Magnético (TEM) como o que foi idealizado pelo Dr. Hernani Guimarães Andrade (4) . Até lá, não havendo como provar se há ou não um reencarnante ligado àquele embrião, devemos tratá-los todos da mesma forma, ou seja, o benefício da dúvida deve estar, sempre, em favor da vida.

Diante desta constatação, ou seja, da impossibilidade de afirmarmos, utilizando-se dos conhecimentos doutrinários, se há ou não um espírito em determinado embrião, e por não ser este, via de regra, o parâmetro utilizado pela sociedade para tomar suas resoluções éticas, creio que nos resta consultar a ciência e os seus conceitos clássicos para o caso em questão. Devemos buscar na embriologia a resposta à nossa pergunta: O embrião é um ser vivo?

Antes de continuarmos esta argumentação, deve ficar claro que: pela visão da biologia e pela visão legal, até o presente momento, não há, nenhuma diferenciação entre o embrião “ in vivo ” e “ in vitro ”, sendo assim, o que considerarmos para um, devemos considerar para o outro.

Buscando nos livros de embriologia encontramos no primeiro capítulo do “Embriologia Clínica” de Keith L. Moore , a definição de Zigoto como " uma célula resultante da fertilização de um ovócito por um espermatozóide, e é o início de um ser humano ".

Diante desta afirmação, compartilhada pela grande maioria dos embriologistas, à partir da fecundação, já temos um ser humano vivo que, conseqüentemente, deve ser respeitado e preservado como tal, não cabendo nenhuma “flexibilização” deste conceito, como se tem feito por ai, em prol de interesses outros que não o da ética e da dignidade humana.

Posto isso, colocamos na mesa de discussões um argumento poderoso trazido à tona pelos utilitaristas e materialistas, defendendo o sacrifício dos embriões em nome das vidas que serão resgatadas com o avanço da promissora terapêutica com células tronco.

Alguns médicos já defendem a interrupção da gestação de fetos portadores de qualquer anomalia, inclusive síndrome de Down. Onde vamos parar? Qual é o limite ético que se estabelecerá?

O que está em questão agora não é o benefício para a ciência e sim o benefício para a humanidade, o que pode não significar a mesma coisa, já que, em termos de ciência, toda e qualquer possibilidade de estudo ou pesquisa, é sempre “benéfica”, pois traz conhecimento, mesmo que este conhecimento seja a constatação de que não é possível atingir as metas inicialmente traçadas por aquela linha de pesquisa; entretanto, devemos levar em consideração as questões éticas, já que os fins não justificam os meios.

Deveríamos estar discutindo a regulamentação da produção de embriões com fins reprodutivos, e o fato de não os utilizar, ou de que eles serão descartados de qualquer maneira, não pode ser justificativa para a utilização dos mesmos com fins científicos.

O que deve ficar bem claro é que, um embrião é considerado, pela própria ciência materialista, como um ser humano vivo, devendo portanto, ser respeitado como tal.

O mundo vai evoluir sempre, pois é este nosso destino inexorável; vamos conquistar tecnologias cada vez mais importantes, entretanto, devemos escolher qual preço estamos dispostos a pagar por isso, quais os caminhos que devemos seguir.

O uso de CTE (células tronco embrionárias) humanas não é necessário para o avanço da ciência neste momento, acredito que, pelos trabalhos já desenvolvidos com as CTA (células tronco adultas), chegaremos a grandes conquistas, e o estudo dos fatores epigenéticos, acabarão por nos conduzir ao conceito de "Modelo Organizador Biológico", ou perispírito, o que nos trará a possibilidade de, por exemplo, "construir" órgãos em laboratório à partir de células tronco do próprio paciente, para um "auto-transplante", fundando a “engenharia de órgãos e tecidos”.

A despeito de nosso otimismo e entusiasmo, não percamos a serenidade, nem dispensemos a segurança no avanço da ciência, pois não temos como fazer juízo ético daquilo que não conhecemos completamente.

Sigamos confiantes e dedicados nos estudos e no desenvolvimento das CTA, dominando cada vez mais e melhor suas possibilidades, e enquanto isso, muita prudência e responsabilidade.

2) EGGAN, K., RIDEOUT III, W.M., JAENISCH, R. Nuclear cloning and epigenetic reprogramming of the genome. Science , v. 293, p.1093-98, aug.2001

3) Ver argumentação no capítulo III do livro “A Reencarnação como Lei Biológica” do mesmo autor deste artigo.

4) No livro “Espírito, perispírito e alma” encontramos o embasamento teórico deste postulado do Dr. Hernani, e em seu livro “A Mente Move Matéria” no adendo do escrito por Y. Shimizu, encontramos a descrição dos aparelhos TEM e TEEM.


Parte do texto do Dr. Décio Iandoli Júnior. Para ler na íntegra clique aqui


*Dr. Décio Iandoli Júnior é médico cirurgião, doutor em medicina pela UNIFESP-EPM, professor titular de Fisiologia dos cursos de Biologia, Fisioterapia e Farmácia da UNISANTA em Santos, S.P., professor responsável pela disciplina de Saúde e Espiritualidade do curso de Gerontologia desta mesma universidade, atual vice-presidente da Associação Médico-Espírita de Santos e colaborador do Centro Espírita Dr. Luiz Monteiro de Barros em Santos, S.P. Autor dos livros “Fisiologia Transdimensional”, “Ser Médico e Ser Humano” e “A Reencarnação como Lei Biológica” editados pela FE editora jornalística.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Poder do Pensamento



Bons e Maus Pensamentos


Estudando o assunto relacionado com a influência oculta dos Espíritos em nossos pensamentos e atos, na questão 467 de O Livro dos Espíritos (Ed.FEB), Allan Kardec pergunta:

Pode o homem eximir-se da influência dos Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal?

E os Espíritos superiores respondem:

“Pode, visto que tais Espíritos só se apegam aos que, pelos seus desejos, os chamam, ou aos que, pelos seus pensamentos, os atraem”.

Em seguida, na questão 469, indaga:

Por que meio podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos?, recebendo a seguinte resposta:

“Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a influência dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejem ter sobre vós. Guardai-vos de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as paixões más. [...]”.

Observa-se, com base neste diálogo de Allan Kardec com os Espíritos superiores, que a causa dos problemas decorrentes da influência dos Espíritos em nossas vidas está em nós mesmos. E a solução desses problemas, também. Depende, apenas, do pensamento correto e da atitude adequada que nos cabe adotar.

Quando soubermos direcionar o nosso pensamento sempre no sentido da prática do bem, cultivando permanentemente a fraternidade, o amor ao próximo, o respeito ao nosso semelhante e o propósito sincero de nos aprimorar cada vez mais, intelectual e moralmente, estaremos – pela lei de afinidade que rege o relacionamento entre Espíritos encarnados e desencarnados –, atraindo a presença dos Espíritos superiores e bons e afastando os Espíritos inferiores e maus.

É exatamente em razão desta realidade que Jesus asseverou em seu Evangelho:

“Vigiai e orai, para não cairdes em tentação”. (Marcos, 14:38.)


Reformador, FEB, outubro 2008

terça-feira, 21 de julho de 2009


Respeito à Vida


O respeito à vida se fundamenta na lei natural, a lei de amor.
Em todo lugar onde vige a vida do homem, cumpre o dever de respeitá-la, preservando-a.
Não somente consideração pela sua existência, como esforço bem dirigido por sustentá-la.
Respeito à natureza, aos minerais, aos vegetais, aos animais, ao homem...

***

A criança, que se acerca de ti, impõe-te o respeito que merece o futuro, nela em gérmen.
O azedume, a rispidez, a impiedade, a dureza com que receberes, dela farão o cidadão desventurado, que a intemperança moldou.
Ninguém tem o direito de espezinhar um ser em formação, sem incorrer no grave delito – que a lei anota – de perturbar-lhe a marcha...
O jovem, que procura o teu apoio, é digno de respeito, porque em trânsito orgânico e psíquico, nele se insculpem os comportamentos que mais o atinjam.
As expressões da agressividade com que seja tratado, despertarão nele o réprobo que dorme e poderia ser vencido, fossem outras as atitudes com que o recebessem...
O adulto necessita de respeito.
O hábito de pensar e falar mal do próximo facilita a deteriorização do conceito em torno das criaturas, facilitando o descrédito e a desconsideração pelos outros.
Ninguém tem o direito de medir o comportamento de outrem pelas suas reações, nem julgar com os dados que se atribuir possuir.
Aquele que parece censurável está sob injunções que pedem ajuda e caridade, não reprimenda e desrespeito.
O respeito à pessoa humana é impositivo cristão, dever que toda criatura é convidada a sustentar no relacionamento social.
Alguém em ignorância espera a claridade do conhecimento; em doença, a dádiva do medicamento; em abandono o contributo da solidariedade; em qualquer circunstância, a competente ajuda.
Ajuda sempre!
O ancião, em combalimento, tem necessidade do respeito pela existência vencida a duras penas e do apoio que as fracas forças esperam da juventude e da madureza dos homens...
Respeito sempre!

***

Coloca-te na situação do outro; procura pensar como o outro e compreenderás a alta significação do que é o respeito que gostarias de receber, como desejarias ser tratado.
Faze, então, conforme pretendes que façam contigo.
Jesus atendeu a uma mulher aturdida, sem sindicar-lhe o passado, nem examinar-lhe o presente; abençoou as criancinhas, sem selecioná-las por casta ou posição social; recebeu os enfermos do caminho sem inquiri-los quanto às causas das suas mazelas; ouviu o ladrão na cruz sem interrogá-lo quanto aos motivos que o tornaram delinqüente.
A todos ajudou, amoroso, valorizando e socorrendo cada um com profundo respeito pela vida, respeito pela criatura.


Joanna de Ângelis

Divaldo Pereira Franco, do livro Oferenda

segunda-feira, 20 de julho de 2009



A Vida e o Aborto na Visão Espírita


O ser humano é um Espírito imortal, por Deus criado simples e ignorante, sujeito a reencarnações sucessivas, submetido às Leis Naturais do Progresso Moral e Intelectual.

• Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem?

“O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal.” 1

• Em que momento a alma se une ao corpo?

“A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até o instante em que a criança vê a luz. [...].” 2

Existindo como indivíduo desde o instante da concepção, o ser humano tem direito à vida que o Criador lhe deu, de manter e preservar a sua existência, dentro ou fora do útero materno.

• Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?

“Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.” 3

O atentado à vida do ser humano, em qualquer fase de sua existência, é contrário às Leis de Deus que regem a nossa vida e preconizam: “Não matarás” e “Não façamos aos outros o que não queremos que os outros nos façam”.

• “[...] Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se lhes transmitisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e a fazê-los progredir. [...]” 4

Ao instalar-se no organismo materno um novo ser, em início de nova existência, ele passa a ter o mesmo direito à vida que todo ser humano possui, acrescido, neste caso, do direito ao afeto, ao amparo e à proteção maternal e paternal decorrente do seu estado de dependência.

Diante dos desafios da maternidade e da paternidade assumidos, que muitos enfrentam desprovidos de esclarecimento e necessitados de orientação e amparo, os espíritas somos convidados para a tarefa de esclarecer sobre o significado da vida e as dolorosas conseqüências do aborto. E a ampliar, quanto possível, a maternidade assistida, durante e depois da gravidez, proporcionando ao recém-nascido o afeto que lhe é devido, base de uma existência sadia e útil, objetivo da sua reencarnação.

1 O Livro dos Espíritos, questão 880. Ed. FEB.
2 Idem, questão 344.
3 Idem, questão 358.
4 O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXII, item 3. Ed. FEB.


Reformador (FEB), 08 de agosto de 2007

domingo, 19 de julho de 2009

Mensagem da Semana



Ouvir a Mensagem:



O Que Fazer por Eles


As grandes tragédias, os gigantes flagelos destruidores, sempre trazem ao coração sensível um leve aperto, um lamento profundo por tudo ter acontecido de forma imprevista.

Após os acontecimentos trágicos que alcançaram o povo americano no dia 11 de setembro de 2001, ouvimos a seguinte expressão:

Eu acreditava que algo assim não fosse mais acontecer na terra..., O que fazer agora? O que podemos fazer por eles, daqui de tão longe?

As respostas sempre chegam rápido aos corações revestidos de compaixão. Realmente parecemos estar de mãos atadas sem poder interferir, sem puder ajudar a uma distancia física tão grande.

Mas, temos muito o que fazer sim! e não serão os milhares de quilômetros que nos impedirão. O homem religioso em geral tem em suas mãos um recurso imenso chamado oração, esta ponte que edificamos entre o nosso mundo e o invisível, entre a criatura e o seu criador.

Podemos orar por eles e colocar nestas preces nossas vibrações de amparo, de consolo as famílias das vitimas, de ajuda no processo de desencarnação de todos que passaram por esta prova difícil.

Podemos orar por eles e dizer nos versos deste canto sublime que estão seguros por Deus e pelos amigos espirituais que nunca nos abandonam.

Podemos orar por eles pedindo que a revolta dos que ficaram não aumente o ódio existente e que não encontrem na vingança a forma de libertação da dor pungente.

Podemos orar pelos criminosos também, embora pareça ser quase impossível, mais precisamos compreender que são estes os que mais necessitam de ajuda, pois são os mais doentes e estão traçando para si, com estes atos, um futuro de muitas conseqüências duras.

Nossas mãos encontram-se impossibilitadas, é certo, mas nossos pensamentos não...

E pelos ares invisíveis que desconhecem as distancias podem levar a brisa suave da esperança e a certeza de que estão amparados por muitos.


Redação do Momento Espírita

sábado, 18 de julho de 2009

Gotas de Luz: "A Lei Divina e Natural"



“A Lei Divina, as Revelações e seus Reveladores”


A Lei Divina ou Natural é a lei de Deus que rege toda a criação, sendo ela verdadeira e eficaz é a única que conduz a criatura a perfeição e a felicidade. Como o próprio Deus, ela é eterna, imutável e infalível, pois sendo Deus a perfeição, também assim é a Sua Lei. A desventura humana é, portanto, um desvio ou infração dessa lei.

Podemos observar que, por ainda sermos seres em aperfeiçoamento, as nossas leis humanas estão em constantes modificações, ajustando-se sempre conforme o progresso e as necessidades de cada sociedade.

As Leis Naturais dividem-se em leis físicas e leis morais. As leis físicas regulam os fenômenos da matéria bruta e seu estudo pertence ao domínio da ciência e as leis morais concernem exclusivamente às relações da criatura com os seus semelhantes e todos os demais seres existentes no universo.

Com base em o Livro dos Espíritos, na questão 648, encontramos a Lei Natural assim dividida:

1. Lei de adoração
2. Lei do trabalho
3. Lei de reprodução
4. Lei de conservação
5. Lei da destruição
6. Lei de sociedade
7. Lei de progresso
8. Lei de igualdade
9. Lei de liberdade
10. Lei de justiça, de amor e de caridade

O conhecimento dessas Leis é dado ao homem por Deus de forma gradual e constante, por intermédio de Espíritos “missionários”, os quais reencarnam na posição de filósofos ou benfeitores humanos que promovem através de idéias e pensamentos as reformas nos diversos campos do conhecimento.

O maior e o mais perfeito exemplo que esteve em nosso planeta foi Jesus Cristo, que muito embora, a Sua missão Divina entre nós transcendeu as nossas limitadas definições, sabemos que ela não foi apenas a de um revelador. “Ele nos trouxe os fundamentos eternos da verdade e do amor, combateu pacificamente todas as violências, nos mostrando através de seus exemplos a tolerância e o perdão, redefiniu todas as filosofias com a sua palavra profunda, enérgica e misericordiosa norteando o caminho das ciências e já teria irmanado todas as religiões da terra, não fosse a impiedade dos homens fazendo valer o peso da iniqüidade na balança da redenção.”

Existiram, entretanto, em todas as épocas da humanidade, reveladores da Lei Divina nos mais variados campos do conhecimento humano, entre eles estão como exemplos:

Imotep, Egito, (2980 a 2950) a.C conhecido como o primeiro cientista da humanidade.

Tales de Mileto (624 a 546) a.C, filósofo grego fundador da Ciência, da matemática e da Filosofia grega.

Pitágoras, (582 a 497) a.C, filósofo, astrônomo, matemático grego, foi o primeiro a afirmar que a terra era esférica.

Sócrates, (470 a 399) a.C, sábio filósofo grego ( ora, se sou o mais sábio é simplesmente porque sei que nada sei), foi condenado a despeito de sua inocência devido ás acusações de traição e corrupção que contra ele se levantaram por toda parte, estimuladas pela inveja dos seus patrícios.

Giordano Bruno, filósofo italiano, condenado e morto pela inquisição por defender os movimentos da terra, a infinitude do espaço, entre outras idéias.

Samuel Finley Breese Morse, inventor do telégrafo.

Charles Robert Darwin (1809 a 1822) com a sua Teoria das origens das espécies.

Destacaram-se também os gênios das artes como Rafael Sânzio, Leonardo da Vinci, Mozart e todos os grandes pacificadores como Ghandi, Madre Teresa de Calcutá entre outros.

O Espiritismo é o cristianismo redivivo e veio surgir como a terceira revelação: (Moisés, Cristo e Espiritismo), tendo como sua base cristã o Evangelho, com as citações:

“Há muitas moradas na Casa do Pai (João, 14:1-3)”- Pluralidade dos mundos habitados.

“Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo (João, 3:1-12)” – Reencarnação ou pluralidade das existências corpóreas.

“Tudo o que vós quereis que vos façam os homens, fazei-o também a eles, porque esta é a Lei dos profetas (Mateus, 7:2)”- Lei de causa e efeito.

“Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados (Mateus, 5:5)”, “Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expeli os demônios; daí de graça o que de graça recebeste" (Mateus, 10:8) – Mediunidade.

Continua no próximo Gotas de Luz...

Carlos Pereira

_________________________________________________
Bibliografia:
O Livro do Espíritos, “As Leis Morais” livro 3º capítulo I.
ESDE, programa III Ed.1996

sexta-feira, 17 de julho de 2009


Oração da Sementeira do Bem


Agradecemos, Senhor,
A paz que nos felicita
Na sementeira bendita
Do campo renovador,
A honra que nos ofertas
De servir em qualquer parte,
No anseio que levantar-te
O Reino de Luz e Amor.

Agradecemos o empeço,
A aflição, a pedra, o espinho,
Toda lição do caminho
Erguida em luta ou pesar,
Porque lidando em teu nome
É que encontramos na vida
A alegria indefinida
De entender e auxiliar.

Agradecemos o verbo
Que nos restaura e reanima
A seguir, vereda acima,
Lenindo as dores de alguém,
Toda bênção de socorro
Da mais alta à mais singela,
Em que o Céu se nos revela
Nos companheiros do bem.

Agradecemos as mãos
Que nos estendem na estrada
A roupa ainda mesmo usada,
O leito, o remédio, o pão
A fim de que consigamos
Dia a dia, hora por hora,
Dar consolo a quem chora
Nas garras da provação.

Agradecemos o ensejo
De renovar a esperança
No coração que se cansa
De suportar e sofrer,
O doce consentimento
De ofertar o braço amigo,
Reconhecendo contigo
Que caridade é dever.

Por tudo o que nos concedes
Na construção do futuro,
Pelas bênçãos do amor puro
Que te dimanam do amor,
Por tudo o que nos envias
No trabalho que nos deste,
Em busca do Lar Celeste,
Louvado sejas Senhor!...


Irene S. Pinto

Francisco Cândido Xavier, do livro Mais Vida

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Transição Planetária



“No capítulo XVIII de A Gênese, intitulado “São chegados os tempos”, Allan Kardec analisa as grandes transformações para a regeneração da Humanidade, com a encarnação de Espíritos propensos ao bem, que constituirão a nova geração.”


A Geração Nova


Para que na Terra sejam felizes os homens, preciso é que somente a povoem Espíritos bons, encarnados e desencarnados, que somente ao bem se dediquem. Havendo chegado o tempo, grande emigração se verifica dos que a habitam: a dos que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais, já não sendo dignos do planeta transformado, serão excluídos, porque, senão, lhe ocasionariam de novo perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao progresso.[...] Substituí-los-ão Espíritos melhores, que farão reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade.

A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas.

Tudo, pois, se processará exteriormente, como sói acontecer, com a única, mas capital diferença de que uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra aí não mais tornarão a encarnar. Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado e propenso ao bem. Muito menos, pois, se trata de uma nova geração corpórea, do que de uma nova geração de Espíritos.

Sem dúvida, neste sentido é que Jesus entendia as coisas, quando declarava: “Digo-vos, em verdade,que esta geração não passará sem que estes fatos tenham ocorrido.” Assim, decepcionados ficarão os que contem ver a transformação operar-se por efeitos sobrenaturais e maravilhosos.

A época atual é de transição; confundem-se os elementos das duas gerações. Colocados no ponto intermédio, assistimos à partida de uma e à chegada da outra, já se assinalando cada uma, no mundo, pelos caracteres que lhes são peculiares. Têm idéias e pontos de vista opostos as duas gerações que se sucedem. Pela natureza das disposições morais, porém, sobretudo das disposições intuitivas e inatas, torna-se fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo. Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue por inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem e a crenças espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior.

Não se comporá exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as idéias progressistas e aptos a secundar o movimento de regeneração. O que, ao contrário, distingue os Espíritos atrasados é, em primeiro lugar, a revolta contra Deus, pelo se negarem a reconhecer qualquer poder superior aos poderes humanos; a propensão instintiva para as paixões degradantes, para os sentimentos antifraternos de egoísmo, de orgulho, de inveja, de ciúme; enfim, o apego a tudo o que é material: a sensualidade, a cupidez, a avareza.

Desses vícios é que a Terra tem de ser expurgada pelo afastamento dos que se obstinam em não emendar-se; porque são incompatíveis com o reinado da fraternidade e porque o contato com eles constituirá sempre um sofrimento para os homens de bem.

Quando a Terra se achar livre deles, os homens caminharão sem óbices para o futuro melhor que lhes está reservado, mesmo neste mundo, por prêmio de seus esforços e de sua perseverança, enquanto esperem que uma depuração mais completa lhes abra o acesso aos mundos superiores.

Não se deve entender que por meio dessa emigração de Espíritos sejam expulsos da Terra e relegados para mundos inferiores todos os Espíritos retardatários. Muitos, ao contrário, aí voltarão, porquanto muitos há que o são porque cederam ao arrastamento das circunstâncias e do exemplo.

Nesses, a casca é pior do que o cerne. Uma vez subtraídos à influência da matéria e dos prejuízos do mundo corporal, eles, em sua maioria, verão as coisas de maneira inteiramente diversa daquela por que as viam quando em vida, conforme os múltiplos casos que conhecemos. Para isso, têm a auxiliá-los Espíritos benévolos que por eles se interessam e se dão pressa em esclarecê-los e em lhes mostrar quão falso era o caminho que seguiam. Nós mesmos, pelas nossas preces e exortações, podemos concorrer para que eles se melhorem, visto que entre mortos e vivos há perpétua solidariedade. É muito simples o modo por que se opera a transformação, sendo, como se vê, todo ele de ordem moral, sem se afastar em nada das leis da Natureza.

Sejam os que componham a nova geração Espíritos melhores, ou Espíritos antigos que se melhoraram, o resultado é o mesmo. Desde que trazem disposições melhores, há sempre uma renovação. Assim, segundo suas disposições naturais, os Espíritos encarnados formam duas categorias: de um lado, os retardatários, que partem; de outro, os progressistas, que chegam. O estado dos costumes e da sociedade estará, portanto, no seio de um povo, de uma raça, ou do mundo inteiro, em relação com aquela das duas categorias que preponderar.

Uma comparação vulgar ainda melhor dará a compreender o que se passa nessa circunstância. Figuremos um regimento composto na sua maioria de homens turbulentos e indisciplinados, os quais ocasionarão nele constantes desordens que a lei penal terá por vezes dificuldades em reprimir. Esses homens são os mais fortes, porque mais numerosos do que os outros. Eles se amparam, animam e estimulam pelo exemplo. Os poucos bons nenhuma influência exercem; seus conselhos são desprezados; sofrem com a companhia dos outros, que os achincalham e maltratam.

Não é essa uma imagem da sociedade atual? Suponhamos que esses homens são retirados um a um, dez a dez, cem a cem, do regimento e substituídos gradativamente por iguais números de bons soldados, mesmo por alguns dos que, já tendo sido expulsos, se corrigiram. Ao cabo de algum tempo, existirá o mesmo regimento, mas transformado. A boa ordem terá sucedido à desordem.

As grandes partidas coletivas, entretanto, não têm por único fim ativar as saídas; têm igualmente o de transformar mais rapidamente o espírito da massa, livrando-a das más influências e o de dar maior ascendente às idéias novas.

Por estarem muitos, apesar de suas imperfeições, maduros para a transformação, é que muitos partem, a fim de apenas se retemperarem em fonte mais pura. Enquanto se conservassem no mesmo meio e sob as mesmas influências, persistiriam nas suas opiniões e nas suas maneiras de apreciar as coisas. Uma estada no mundo dos Espíritos bastará para lhes descerrar os olhos, por isso que aí vêem o que não podiam ver na Terra. O incrédulo, o fanático, o absolutista, poderão, conseguintemente, voltar com idéias inatas de fé, tolerância e liberdade. Ao regressarem, acharão mudadas as coisas e experimentarão a influência do novo meio em que houverem nascido. Longe de se oporem às novas idéias, constituir-se-ão seus auxiliares.

A regeneração da Humanidade, portanto, não exige absolutamente a renovação integral dos Espíritos: basta uma modificação em suas disposições morais. Essa modificação se opera em todos quantos lhe estão predispostos, desde que sejam subtraídos à influência perniciosa do mundo. Assim, nem sempre os que voltam são outros Espíritos; são com freqüência os mesmos Espíritos, mas pensando e sentindo de outra maneira.

Quando insulado e individual, esse melhoramento passa despercebido e nenhuma influência ostensiva alcança sobre o mundo. Muito outro é o efeito, quando a melhora se produz simultaneamente sobre grandes massas, porque, então, conforme as proporções que assuma, numa geração, pode modificar profundamente as idéias de um povo ou de uma raça. É o que quase sempre se nota depois dos grandes choques que dizimam as populações. Os flagelos destruidores apenas destroem corpos, não atingem o Espírito; ativam o movimento de vaivém entre o mundo corporal e o mundo espiritual e, por conseguinte, o movimento progressivo dos Espíritos encarnados e desencarnados. É de notar-se que em todas as épocas da História, às grandes crises sociais se seguiu uma era de progresso.

Opera-se presentemente um desses movimentos gerais, destinados a realizar uma remodelação da Humanidade. A multiplicidade das causas de destruição constitui sinal característico dos tempos, visto que elas apressarão a eclosão dos novos germens. São as folhas que caem no outono e às quais sucedem outras folhas cheias de vida, porquanto a Humanidade tem suas estações, como os indivíduos têm suas várias idades. As folhas mortas da Humanidade caem batidas pelas rajadas e pelos golpes de vento, porém, para renascerem mais vivazes sob o mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas se purifica.

Para o materialista, os flagelos destruidores são calamidades carentes de compensação, sem resultados aproveitáveis, pois que, na opinião deles, os aludidos flagelos aniquilam os seres para sempre. Para aquele, porém, que sabe que a morte unicamente destrói o envoltório, tais flagelos não acarretam as mesmas conseqüências e não lhe causam o mínimo pavor; ele lhes compreende o objetivo e não ignora que os homens não perdem mais por morrerem juntos, do que por morrerem isolados, dado que, duma forma ou doutra, a isso hão de todos sempre chegar.

Os incrédulos rirão destas coisas e as qualificarão de quiméricas; mas, digam o que disserem, não fugirão à lei comum; cairão a seu turno, como os outros, e, então, que lhes acontecerá? Eles dizem: Nada! Viverão, no entanto, a despeito de si próprios e se verão, um dia, forçados a abrir os olhos.


Allan Kardec.
A Gênese. 52. ed. Rio de Janeiro: 2007. Cap. XVIII, itens 27 a 35.

Reformador, (FEB) fevereiro de 2008

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Pensamentos Nobres

“Se amamos alguém, todos os dias devemos reconhecer e tocar as sementes positivas que estão nessa pessoa e nos abster de regar suas sementes de raiva, desespero e ódio. Isso a crescer na direção da saúde e da felicidade.” (Thich Nhat Hanh)

"Duas coisas me enchem sempre a mente com nova e crescente admiração e respeito: o céu estrelado acima de mim e a lei moral dentro de mim." (Immanuel Kant )


"Não existe grandeza onde não há simplicidade, bondade e verdade." ( Leon Tolstói )

“O amor espiritual não se detém nas contingências materiais, atingindo a essência do ser eterno. O tempo não afeta o amor profundo, cujo passar finca raízes na alma que sabe esperar.” (Adenáuer Novaes)

"O diálogo, baseado em sólidas leis morais, facilita a solução dos conflitos e favorece o respeito da vida, de toda vida humana. Por isso, o recurso às armas para dirimir as controvérsias representa sempre uma derrota da razão e da humanidade." ( Papa João Paulo II )

“Todos nós possuímos as sementes do amor. Podemos desenvolver essa maravilhosa fonte de energia, nutrindo o amor incondicional que nada espera de volta. Quando compreendemos uma pessoa no fundo do coração, inclusive alguém que nos feriu, não conseguimos deixar de amá-la.” (Tchich Nhat Hanh)

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar." ( Nelson Mandela )

"Aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes; mas não aprendemos a singela arte de viver como irmãos." (Martín Luther King)

terça-feira, 14 de julho de 2009



Calamidades e Provações


O homem desejou recursos para mais facilmente abrir estradas e a Divina Providência lhe suscitou a idéia de reunir areia a nitroglicerina, em cuja conjugação despontou a dinamite. A comunidade beneficiou-se da descoberta, no entanto, certa facção organizou com ela a bomba destruidora de existências humanas.


O homem pediu veículos que lhe fizessem vencer o espaço, ganhando tempo, e o Amparo Divino ofereceu-lhe os pensamentos necessários à construção das modernas máquinas de condução e transporte. Essas bênçãos carrearam progresso e renovação para todos os setores das aquisições planetárias, entretanto, apareceram aqueles que desrespeitam as leis do trânsito, criando processos dolorosos de sofrimento e agravando débitos e resgates, nos princípios de causa e efeito.


O homem solicitou apoio contra a solidão psicológica e a Eterna Bondade, através da ciência, lhe concedeu o telégrafo, o rádio e o televisor, aproximando as coletividades e integrando no mesmo clima de aperfeiçoamento e cultura. Apesar disso, junto desses nobres empreendimentos, surgiram aqueles que se valem de tão altos instrumentos de comunicação e solidariedade para a disseminação da discórdia e da guerra.


O homem rogou medidas contra a dor e a Compaixão Divina lhe enviou os anestésicos, favorecendo-lhe o tratamento e o reequilíbrio no campo orgânico. Ao lado dessas concessões, porém, não faltam aqueles que transformam os medicamentos da paz e da misericórdia em tóxicos de deserção e delinqüência.


O homem pediu a desintegração atômica, no intuito de senhorear mais força, a fim de comandar o progresso, e a desintegração atômica está no mundo, ignorando-se que preço pagará o Orbe Terrestre, até que essa conquista seja respeitada fora de qualquer apelo à destruição.


Como é fácil observar, Deus concede sempre ao homem as possibilidades e vantagens que a Inteligência Humana resolve requisitar à Sabedoria Divina. Por isso mesmo, as calamidades que surjam nos caminhos da evolução no mundo, não ocorrem obviamente, sob a responsabilidade de Deus.


André Luiz

Médium: Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Desencarnes Coletivos


No dia 31 de outubro de 1996 um acidente com o Fokker-100 da TAM, vôo 402, que ia de São Paulo para o Rio de Janeiro caiu minutos depois da decolagem no aeroporto de Congonhas, causando a morte de aproximadamente 100 pessoas. Com base nesse e em outros fatos, esse artigo da autora "Suely Caldas Schubert" nos esclarece, dentro da visão espírita, o porque e quais os ensinamentos que as Leis Divinas e naturais nos revelam com esses acontecimentos.


Tragédias coletivas: por quê?


Suely Caldas Schubert

A dolorosa ocorrência da queda do avião da TAM, que ia de São Paulo para o Rio, causando a morte de quase cem pessoas, traz novamente, de forma mais intensa e angustiosa a pergunta: por quê? por que acontecem essas tragédias coletivas? Outras indagações acorrem à mente: por que alguns foram salvos, desistindo da viagem ou chegando atrasados ao aeroporto? Por que alguns foram poupados e outros receberam o impacto da queda do avião em suas casas ou na rua?

Somente o Espiritismo tem as respostas lógicas, profundas e claras que explicam, esclarecem e, por via de conseqüência, consolam os corações humanos.

Para a imensa maioria das criaturas essas provas coletivas constituem um enigma insolúvel pois desconhecem os mecanismos da Justiça Divina, que traz no seu âmago a lei de causa e efeito.

Ante tragédias como essa mais recente, ou como outras de triste memória: o incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo; o incêndio no circo em Niterói; outros desastres de avião; terremotos; inundações; enfim, diante desses dramáticos episódios a fé arrefece, torna-se vacilante e, não raro, surge a revolta, o desespero, a descrença. Menciona-se que Deus castiga violentamente ou que pouco se importa com os sofrimentos da Humanidade. Chega-se ao ponto de comparar-se o Criador a um pai terreno e, nesse confronto, este sair ganhando, pois zela pelos seus filhos e quer o melhor para eles, enquanto que Deus...

O Codificador do Espiritismo interrogou os Espíritos Superiores quanto às provas coletivas, no item intitulado Flagelos Destruidores, conforme vemos em "O Livro dos Espíritos", nas questões 737 a 741, que recomendamos ao atencioso leitor.

Nos últimos tempos a Espiritualidade Amiga tem-se pronunciado a respeito das provações coletivas, conforme comentaremos a seguir.

Exatamente no dia 17 de dezembro de 1961, em Niterói (RJ), ocorre espantosa tragédia num circo apinhado de crianças e adultos que procuravam passar uma tarde alegre, envolvidos pela magia dos palhaços, trapezistas, malabaristas e domadores com os animais. Subitamente irrompe um incêndio que atinge proporções devastadoras em poucos minutos, ferindo e matando centenas de pessoas, queimadas, asfixiadas pela fumaça ou pisoteadas pela multidão em desespero.

Essa dramática ocorrência, que comoveu o povo brasileiro, motivou a Espiritualidade Maior a trazer minucioso esclarecimento, conforme narrativa do Espírito Humberto de Campos, inserida no livro "Cartas e Crônicas" (ed. FEB), cap. 6.

Narra o querido cronista espiritual que no ano de 177, em Lião, no sopé de uma encosta mais tarde conhecida como colina de Fourvière, improvisara-se grande circo, com altas paliçadas em torno de enorme arena. Era a época do imperador Marco Aurélio, que se omitia quanto às perseguições que eram infligidas aos cristãos. Por isto a matança destes era constante e terrível. Já não bastava que fossem os adeptos do Nazareno jogados às feras para serem estraçalhados.

Inventavam-se novos suplícios. Mais de vinte mil pessoas haviam sido mortas.

Anunciava-se para o dia seguinte a chegada de Lúcio Galo, famoso cabo de guerra, que desfrutava atenções especiais do imperador. As comemorações para recebê-lo deveriam, portanto, exceder a tudo o que já se vira. Foi providenciada uma reunião para programação dos festejos.

Gladiadores, dançarinas, jograis, lutadores e atletas diversos estariam presentes. Foi quando uma voz lembrou: -"Cristãos às feras!" Todos aplaudiram a idéia, mas logo surgiram comentários de que isto já não era novidade. Em consideração ao visitante era preciso algo diferente. Assim, foi planejado que a arena seria molhada com resinas e cercada de farpas embebidas em óleo, sendo reunidas ali cerca de mil crianças e mulheres cristãs. Seriam ainda colocados velhos cavalos e ateado fogo. Todos gargalhavam imaginando a cena. O plano foi posto em ação. E no dia seguinte, conforme narra Humberto de Campos, ao sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, encontraram a morte, queimadas ou pisoteadas pelos cavalos em correria.

Afirma o cronista espiritual que quase dezoito séculos depois, a Justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou os responsáveis em dolorosa expiação na tragédia do circo, em Niterói.

Uma outra tragédia também mereceu dos Benfeitores Espirituais vários esclarecimentos.

Por ocasião do incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo, ocorrido no dia lº de fevereiro de 1974, o médium Francisco Cândido Xavier, em seu lar, em Uberaba (MG), ouvindo a notícia pelo rádio, reuniu-se em prece com quatro amigos, solicitando auxílio dos Benfeitores Espirituais para as vitimas .

Atendendo ao apelo apresenta-se o Mentor Espiritual Emmanuel e escreve, através do médium, comovedora prece inserida no livro "Diálogo dos Vivos".*

Dias depois, em reunião pública, na qual estavam presentes alguns familiares de vítimas do incêndio do Joelma, os poetas Cyro Costa e Cornélio Pires (Espíritos) manifestaram-se pela psicografia, ditando ao médium sonetos referentes à tragédia.

O soneto de Cyro Costa traz uma dedicatória e o transcrevemos, tal como está, no citado livro "Diálogo dos Vivos" (cap. 26, pág. 150):

Luz nas chamas


Cyro Costa

(Homenagem aos companheiros desencarnados no incêndio ocorrido na capital de São Paulo a 1º de fevereiro de 1974, em resgate dos derradeiros resquícios de culpa que ainda traziam na própria alma, remanescentes de compromissos adquiridos em guerra das Cruzadas.)

Fogo!... Amplia-se a voz no assombro em que se espalha.
Gritos, alterações... O tumulto domina.
No templo do progresso, em garbos de oficina,
O coração se agita, a vida se estraçalha.

Tanto fogo a luzir é mística fornalha
E a presença da dor reflete a lei divina.
Onde a fé se mantém, a prece descortina
O passado remoto em longínqua batalha...

Varrem com fogo e pranto as sombras de outras eras
Combatentes da Cruz em provações austeras,
Conquanto heróis do mundo, honrando os tempos idos.

Na Terra o sofrimento, a angústia, a cinza, a escória...
Mas ouvem-se no Além os hinos de vitória
Das Milícias do Céu saudando os redimidos.

Tecendo comentários sobre o soneto de Cyro Costa, Herculano Pires (no livro retrocitado), pondera que somente a reencarnação pode explicar a ocorrência trágica. Segundo o poeta as dívidas remontavam ao tempo das Cruzadas. Estas foram realizadas entre os séculos XI e XIII e eram guerras extremamente cruéis com a agravante de terem sido praticadas em nome da fé cristã. Os historiadores relatam atos terríveis, crimes hediondos, chacinas vitimando adultos e crianças. Os débitos contraídos foram de tal gravidade que os resgates ocorreram a longo prazo. Tal como o do circo em Niterói. O que denota a Bondade Divina que permite ao infrator o parcelamento da dívida, pois não haveria condição de quitá-la de uma só vez.

Vejamos agora o outro soneto (cap. 27, pág. 155):

Incêndio em São Paulo


CORNÉLIO PIRES

Céu de São Paulo... O dia recomeça...
O povo bom na rua lida e passa...
Nisso, aparece um rolo de fumaça
E o fogo para cima se arremessa.

A morte inesperada age possessa,
E enquanto ruge, espanca ou despedaça,
A Terra unida ao Céu a que se enlaça
É salvação e amor, servindo à pressa...

A cidade magoada e enternecida
É socorro chorando a despedida,
Trazendo o coração triste e deserto...

Mas vejo, em prece, além do povo aflito,
Braços de amor que chegam do Infinito
E caminhos de luz no céu aberto...

A idéia de que um ente querido tenha cometido crimes tão bárbaros às vezes não é bem aceita e muitos se revoltam diante dessas explicações, mas, conhecendo-se um pouco mais acerca do estágio evolutivo da Humanidade terrestre e do quanto é passageira e impermanente a vida humana, a compreensão se amplia e aceitam-se de forma mais resignada os desígnios do Criador. Por outro lado, que outra explicação atenderia melhor às nossas angustiosas indagações?

Estas orientações do Plano Maior sobre as provações coletivas expressam, é óbvio, o que ocorre igualmente no carma individual. Todavia, é compreensível que muitos indaguem como seria feita a aproximação dessas pessoas envolvidas em delitos no passado. A literatura espírita, especialmente a mediúnica, tem trazido apreciáveis esclarecimentos sobre essa irresistível aproximação que une os seres afins, quando envolvidos em comprometimentos graves. A culpa, insculpida na consciência, promove a necessidade da reparação.

O Codificador leciona de forma admirável a respeito das expiações, em "O Céu e o Inferno" (Ed. FEB), cap. 7 - As penas futuras segundo o Espiritismo. Esclarece que "o Espírito é sempre o árbitro da própria sorte, podendo prolongar os sofrimentos pela permanência no mal, ou suavizá-los e anulá-los pela prática do bem".

Assim - expressa Kardec -, as condições para apagar os resultados de nossas faltas resumem-se em três: arrependimento, expiação e reparação.

"O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa.

Este o notável Código penal da vida futura, que tem 33 itens e que apresenta no último o seguinte resumo, em três princípios:

"lº O sofrimento é inerente à imperfeição.

2º Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas conseqüências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.

3º Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a felicidade futura.

A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra: - tal é a lei da Justiça Divina."

__________

Suely Caldas Schubert nasceu em Carangola, MG. Desde jovem, dedica-se às atividades espíritas, especialmente no âmbito da mediunidade e da divulgação do Espiritismo. (USE/Regional Jaú)


* XAVIER, Francisco Cândido e PIRES, J. Herculano. Espíritos Diversos, cap. 25, p. 145, 1ª ed. da GEEM, São Bernardo do Campo (SP) - 1974. (Transcrita na página seguinte.)



Reformador – ed. fevereiro de 1997

Leia aqui também outros artigos sobre o assunto.

^