segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Gotas de Luz



Lei de Adoração


Conceito:

A palavra adorar vem do latim ad e orare que significa orar para alguém. É o gesto que traduz o sentimento de admiração, de espanto, de temor, de reverência e de amor do homem para com a Divindade, em si, nas suas manifestações e nos seus representantes. (Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura)

Dependendo do sistema religioso no qual estivermos inseridos, optamos por um tipo de vivência religiosa, em que expressamos as nossas atitudes de dependência e submissão ao Ser Supremo, de forma racional ou dogmática.

Finalidade da Adoração:

A finalidade da adoração é a elevação do pensamento a Deus. Pela adoração o homem aproxima dEle a sua alma. A consciência de sua fraqueza leva o homem a se curvar diante dAquele que o pode proteger. Nesse sentido, jamais houve povos ateus. Todos compreendem que há acima deles, um Ser supremo. É por isso que a Lei de Adoração é uma lei natural, ou seja, não cremos em Deus pela lucubração de nossos pensamentos, mas por um sentimento que é inato em todos os seres viventes. (Kardec, 1995, perguntas 649 a 652).

Esse sentimento, porém, toma em cada tipo de religião uma forma determinada. É o atendimento da necessidade interior de cada um de nós. Por isso, se já estamos num nível mais avançado de racionalidade não devemos nos achar superiores ou mesmo tratar com desprezo os que se utilizam de meios ainda menos racionais. O que importa é o que a pessoa sente e não tanto a forma externa de manifestação.

Formas de Adoração:

Adoração Exterior:

Diz-nos Allan Kardec que a verdadeira adoração é a do coração. Contudo, se a adoração exterior não for um fingimento, tem o seu mérito, visto Deus pesar mais as intenções do que o ato em si. Deus prefere os que o adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal. Aquele que se vangloria de adorar o Cristo, mas que é orgulhoso, invejoso e ciumento, que é duro e implacável para com os outros ou ambicioso de bens mundanos, só tem a religião dos lábios e não no coração. (Kardec, 1995, perguntas 653 a 656).

Prece:

A prece é um ato de adoração. Fazer preces a Deus é pensar nEle, aproximar-se dEle, por-se em comunicação com Ele. Pela prece podemos fazer três coisas: louvar, pedir e agradecer. O essencial não é orar muito, mas orar bem. Há pessoas que julgam que todo o mérito está na extensão da prece e fecham os olhos para os seus próprios defeitos. Estes não estão orando corretamente. (Kardec, 1995, perguntas 658 a 666)

Politeísmo:

A idéia de um Deus único só podia aparecer como o resultado do desenvolvimento mental do homem. Incapaz, na sua ignorância, de conceber um ser natural, sem forma determinada, agindo sobre a matéria, ele lhe havia dado os atributos da natureza corpórea, ou seja, uma forma e uma figura, e desde então tudo o que lhe parecia ultrapassar as proporções da inteligência comum tornava-se para ele uma divindade. Tudo quanto não compreendia devia ser obra de um poder sobrenatural, e disso a acreditar em tantas potências distintas quanto efeitos pudesse ver, não ia mais do que um passo. Mas em todos os tempos houve homens esclarecidos, que compreenderam a impossibilidade dessa multidão de poderes para governar o mundo sem uma direção superior, e que se elevaram ao pensamento de um Deus único. (Kardec, 1995, pergunta 667)

Sacrifícios:

Os homens primitivos acreditavam que uma criatura animada teria muito mais valor aos olhos de Deus do que um corpo material. Foi esse o motivo que os levou a imolar primeiramente os animais e depois o próprio ser humano, pois, segundo sua falsa crença, pensavam que o valor do sacrifício estava em relação com a importância da vítima.

Deus julga sempre a intenção. Amparar os pobres e os aflitos é o melhor meio de homenageá-Lo. Desta forma, Deus desaprova as cerimônias que fazemos em nossas preces, pois há muito dinheiro que se poderia empregar mais utilmente. O homem que se prende à exterioridade e não ao coração é um espírito de vista estreita. (Kardec, 1995, perguntas 669 a 673)

Conclusão:

O tipo de reverência, em que a verdadeira adoração é a que provém do coração, ainda é difícil de ser praticada para a maioria dos viventes. Contudo, não há outra forma de atingirmos um perfeito relacionamento com a Divindade: o estágio de evolução mais avançado exige esforços constantes da razão.


Sérgio Biagi Gregório (resumo do texto)


Fonte: Centro Espírita Ismael

O tema "Leis Divinas e Naturais" continua no próximo Gotas de Luz...

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