domingo, 31 de janeiro de 2010


Amor Sempre


O amor é fonte permanente de vida. É a força nutridora da natureza. Não há sentimento da criatura humana que supere o ato de amar. É o sentimento limite, acima do qual o ser torna-se puro espírito.

Sempre o amor. Ame. Ame sempre, independente do que, de quem e em que momento. sempre e para sempre, coloque o amor em seu horizonte evolutivo.

O amor não se obriga a reciprocidade. Esta obrigação é a falta dele em si próprio. O amor é o estado de espírito que transforma a criatura fazendo-a sentir enlevo, paz e harmonia.

Tudo na natureza expressa o amor. Ele a tudo vivifica e possibilita a existência. Está na alma da matéria e na intimidade do espírito.

A energia em todas as suas modalidades é expressão do Amor, desde a força bruta da natureza à sutilidade e extrema delicadeza perispiritual.

É possível encontrá-lo, qualquer que seja o motivo, a razão, o objeto, o fato, o sistema, a situação, presente na natureza. Procure-o, ele estará mais próximo de você se sua busca for paciente e determinada.

Ele está na percepção, no sentimento, na razão e na intuição, como em todas as faculdades humanas.

Há palavras que têm o dom de expressar emoções e idéias diversas. Cada pessoa, cada cultura e em cada época, dará sentido diferente à palavra amor. Os atos mais bárbaros já foram, pelos seus autores, categorizados como atos de amor. O amor surge pela forma de expressá-lo e pelas conseqüências que gera e não apenas pela classificação que lhe atribuímos.

O Amor é o alimento do espírito, é o sustento do ser, é sua estrutura mais íntima. É a matéria de que se constitui o espírito.

Descobrir-se um ser que é amor, que respira amor, constitui-se no próprio objetivo de se viver.

O amor não é exclusivo e, sempre que dirigido exclusivamente a uma única pessoa, anula o seu agente. Quem ama a um só, ainda não descobriu o valor do amor como instrumento de crescimento coletivo. Quem ama apenas uma determinada pessoa, não ama efetivamente, apenas deseja, necessita, depende.

O amor se tornará real quando nos dispusermos a pô-lo em prática na relação em família e na sociedade. É principalmente na família onde nos mostramos por inteiro. Onde o amor pode se manifestar verdadeiro.

Através do trabalho o amor se torna objetivo e concreto. Só há uma realidade: o amor.

Todo o ato, todo fenômeno, tudo que se realiza, tudo que existe é amor.

O amor não tem idade. Surge a qualquer época e é mais sólido quando ocorre na maturidade psicológica. Necessidades satisfeitas, mais fácil se torna o encontro do amor.

Quem ama liberta, permitindo a felicidade do outro e dos outros.

Todos procuram e querem um amor. Então em busca do amor de sua vida. Quando esse alguém lhe surge, parece tocar em algo na essência profunda do ser. Algo vibra diferente. Entregar-se a esse amor de forma inconseqüente, é sofrimento e desilusão.

Cautela e equilíbrio são fundamentais nesses momentos. O verdadeiro amor é suave e sutil. Quando ele surge, nos coloca com disposição de viver e amar a vida, a natureza, a humanidade.

As leis estabelecidas pelas ciências são expressões e códigos do amor. O ser humano, no seu estágio atual da evolução, ainda necessita da lógica da ciência para a compreensão do amor.

O sentimento é o olhar para a percepção do amor. A razão é a visão para compreendê-lo.

O amor é um fogo sagrado, uma chama intensa que constitui e impulsiona o ser.

A vibração do amor altera o psiquismo humano. O inconsciente se abre de forma harmônica em busca da realização.

A dor perde ou não propicia sofrimento. O amor, porém, compreende a dor e o sofrimento como formas de crescimento.

O ser é naturalmente constituído e fadado ao amor.

Não se pode pensar que o amor é apenas um sentimento, nem tampouco simples produto da lógica ou da intuição, nem que nasce dos instintos. Mas é o amor que faz surgir no ser humano as sensações, os instintos, os sentimentos, os pensamentos e a intuição.

Se você não tem um amor, lembre-se daqueles que vivem sem ele. Dos que passam pela vida sem a ventura de procurá-lo e muito menos de encontrá-lo.

O amor se torna maior quanto mais pessoas amamos. Enumere quantas pessoas você ama. Caso você consiga, ainda estará faltando alguém.

O amor à família, o amor à pátria, o amor a um clube, o amor a uma seita, o amor a um segmento partidário, se equivalem quando provocam a divisão entre as pessoas. A exclusividade no amor sempre separa.

O ato de amar alguém proporciona a cura de um e de outro, quando não há posse. Amor e caridade se completam quando juntos trazem felicidade a outrem.

***

Jesus é o amor que sempre devemos cultivar em nossos corações.


Adenáuer Novaes

Do livro Amor Sempre.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010


Cristificação pelo Amor


É certo que gostarias de ser amado, recebendo a afetividade de outrem em demonstrações de carinho conforme as necessidades que acreditas te afligirem.

Talvez fosse melhor que te chegassem ao sentimento as expressões retributivas do amor que esparzes, diminuindo-te as carências íntimas, acalmando-te as ansiedades, alegrando-te.

O problema, porém, é geral.

Não há indivíduo algum que se encontre referto na Terra, nessa área.

Quem recebe amor de determinadas pessoas, aspira pelo afeto de outras, que não aquelas que se lhe acercam.

Tens o pensamento dirigido para alguém que, possivelmente, não te corresponde, assim como outrem te anela, sem que sintas algo de especial por ele.

Se as pessoas se correspondessem na mesma faixa de ternura; se os corações se manifestassem na mesma onda de sentimento; se os afetos se exteriorizassem na mesma vibração de trocas, a Terra já seria o paraíso desejado.

Há, no entanto, infinidade de graus, nos quais se manifestam as emoções.

Ninguém, todavia, que viaje a sós.

Possivelmente, não te associas com a pessoa de quem gostas, ou não recebes a companhia do ser amado. Todavia, se espraiares o olhar de bondade compreensiva, identificarás companhias outras agradáveis, que se encontravam solitárias, porque anelavam por ti e não logravam aproximar-se.

São os aparentemente inexplicáveis paradoxos da existência corporal, cujas causas se encontram na conduta passada, quando de outras reencarnações.

Ama, desse modo, sem te impores, sem exigires retribuição.

Experimenta querer bem, pelo prazer pessoal de fazê-lo, e descobrirás um filão de ouro atraente que te propiciará uma grande fortuna, em forma de paz e de satisfação pessoal.

O melhor do amor é amar, e não somente ser amado.

A preparação de uma viagem, não raro, é sempre mais agradável do que esta em si mesma, ou a sua chegada, que, às vezes, causa frustração e desencanto.

As chamadas "pessoas maravilhosas", por quem te apaixonas, assim o são, porque as desconheces.

Todos os homens têm problemas, limitações, defeitos, necessidades.

O insucesso das uniões conjugais, na maioria dos casos, resulta da precipitação na escolha, da imaturidade na busca, do apego às ilusões e da afetividade por ídolos de pés de barro que se despedaçam facilmente.

Enobrece-te com o amor, irradiando-o em forma de simpatia, de gentileza, de serviço pelo próximo, de abnegação.

Não há quem resista à força do amor sem interesse imediato, sem aprisionamento.

Ama, portanto, libertando.

Cristifica-te através do amor. Talvez, para consegui-lo, seja-te necessário crucificares-te nas traves da renúncia e da sublimação. Todavia, somente por meio da crucificação é que alguém se pode Cristificar. E o amor, sem dúvida, ainda é o mais suave, perfeito e eficaz instrumento para consegui-lo.


Joanna de Ângelis


Divaldo Pereira Franco, da obra Momentos de Coragem.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010


O Samurai e o Guerreiro


Perto de Tóquio vivia um grande mestre Samurai, já idoso, que se dedicava a ensinar os jovens. Corria a lenda que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.

Certa tarde um guerreiro conhecido por total falta de escrúpulos apareceu. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para perceber os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante.

Esse jovem jamais perdera uma luta. E conhecendo a reputação do Samurai, estava ali para o derrotar e aumentar a sua fama.

Apesar de muitos serem contra, o velho mestre aceitou o desafio e foi para a praça da cidade, onde o jovem começou a insultá-lo. Chutou algumas pedras em sua direção, gritou insultos e falou inverdades, ofendendo inclusive seus ancestrais.

Durante horas, fez tudo para provocá-lo, mais o mestre permaneceu impassível. No final da tarde, já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se desapontado pelo fato de o mestre aceitar tantos insultos e provocações.

- Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou a espada?

- Perguntaram os discípulos.

-Se alguém chega até você com um presente e você não o aceita, a quem pertence o presente? – Perguntou o Samurai.


-A quem tentou entregá-lo, responderam os discípulos.

-O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos - disse o mestre. Quando não aceitamos, continuam pertencendo a quem os carrega consigo.


( Conto oriental milenar )

Autor: Desconhecido

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010


O Círculo do Ódio


O diretor de uma empresa gritou com seu gerente porque estava irritadíssimo.

O gerente, chegando em casa, gritou com a esposa, acusando-a de gastar demais.

A esposa, nervosa, gritou com a empregada, que acabou deixando um prato cair no chão.

A empregada chutou o cachorrinho no qual tropeçara enquanto limpava os cacos de vidro.

O cachorrinho saiu correndo de casa e mordeu uma senhora que passava pela rua.

Essa senhora foi à farmácia para fazer um curativo e tomar uma vacina. Ela gritou com o farmacêutico porque a vacina doeu ao ser aplicada.

O farmacêutico, ao chegar em casa, gritou com a esposa porque o jantar não estava do seu agrado.

Sua esposa afagou seus cabelos e o beijou, dizendo: Querido! Prometo que amanhã farei seu prato favorito. Você trabalha muito. Está cansado e precisa de uma boa noite de sono. Vou trocar os lençóis da nossa cama por outros límpidos e cheirosos para que durma tranqüilo. Amanhã você vai se sentir melhor. Retirou-se e deixou-o sozinho com seus pensamentos.

Neste momento rompeu-se o Círculo do Ódio. Esbarrou na tolerância, na doçura, no perdão e no amor. Se você está no Círculo do ódio, lembre-se de que ele pode ser quebrado.

Não mude sua natureza. Se alguém te faz algum mal, apenas tome precauções. Alguns perseguem a felicidade, outros a criam. Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, é problema deles.


(Autor Desconhecido)

sábado, 23 de janeiro de 2010


O Carvão e a Camisa


O pequeno Zeca entra em casa, após a aula, batendo forte os seus pés no assoalho da casa.

Seu pai, que estava indo para o quintal, para fazer alguns serviços na horta, ao ver aquilo chama o menino para uma conversa.

Zeca, de oito anos de idade, o acompanha desconfiado.

Antes que seu pai dissesse alguma coisa, fala irritado:

- Pai, estou com muita raiva. O Juca não deveria ter feito aquilo comigo. Desejo tudo de ruim para ele.

Seu pai, um homem simples e cheio de sabedoria, escuta calmamente o filho que continua a reclamar:

- O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito. Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir à escola.

O pai escuta tudo calado, enquanto caminha até um abrigo onde guardava um saco cheio de carvão.

Levou o saco até o fundo do quintal e o menino o acompanhou, calado.

Zeca vê o saco ser aberto e antes mesmo que ele pudesse fazer uma pergunta, o pai lhe propõe algo:

- Filho, faz de conta que aquela camisa branquinha que está secando no varal é o seu amiguinho Juca e que cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu, endereçado a ele.

Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço. Depois eu volto para ver como ficou.

O menino achou que seria uma brincadeira divertida e passou mãos à obra.

O varal com a camisa estava longe do menino e poucos pedaços acertavam o alvo.

Uma hora se passou e o menino terminou a tarefa.

O pai que espiava tudo de longe se aproxima do menino e lhe pergunta:

- Filho como está se sentindo agora?

- Estou cansado, mas estou alegre porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa.

O pai olha para o menino, que fica sem entender a razão daquela brincadeira, e carinhoso lhe fala:

- Venha comigo até o meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa.

O filho acompanha o pai até o quarto e é colocado na frente de um grande espelho onde pode ver seu corpo todo.

Que susto! Zeca só conseguia enxergar seus dentes e os olhinhos.

O pai, então lhe diz ternamente:

- Filho, você viu que a camisa quase não se sujou.

Entretanto, olhe só para você!

O mau que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu.

****

Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, a borra, os resíduos e a fuligem ficam sempre em nós mesmos.


( Autor desconhecido )

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010


Mais e Menos


Dá Sempre do que tenhas, ainda que seja pouco, de vez que muito pior que dar pouco é deteriorar o que se tem nas garras da sovinice.

Serve sempre, ainda que seja pouco, porquanto, muito pior que servir pouco é não ter utilidade para ninguém.

Trabalha sempre, ainda que seja pouco, de vez que muito pior que trabalhar pouco é afundar-se a pessoa no poço da inércia.

Auxilia sempre para o bem de todos, ainda que seja pouco, porquanto muito pior que auxiliar pouco, é não auxiliar em favor de alguém, de modo algum.

Espera o melhor sempre, ainda que seja pouco, de vez que muito pior que esperar pouco é naufragar nas sombras do pessimismo.

Estuda sempre, ainda que seja pouco, porquanto muito pior que estudar pouco é acomodar-se a criatura nas trevas da ignorância.

Pratica a humildade sempre, ainda que seja pouco, de vez que muito pior que pouca humildade é petrificar-se alguém na frieza do orgulho.

Exercita a paciência sempre, ainda que seja pouco, porquanto muito pior que pouca paciência é residir a pessoa no espinheiro da irritação.

De tudo o que seja bom e útil, belo e nobre, é conveniente realizar sempre mais, porque, quanto mais fizermos nas áreas do bem, mais amplamente receberemos os bens da vida. Entretanto, se não pudermos realizar o máximo, atendamos pelo menos ao mínimo do que possamos fazer, de vez que todo o muito depende do pouco a fim de começar.


Emmanuel

Francisco Cândido Xavier

terça-feira, 19 de janeiro de 2010


A Lenda do Peixinho Vermelho


"No centro de formoso jardim, havia um grande lago, adornado de ladrilhos azul- turquesa.

Alimentado por diminuto canal de pedra, escoava suas águas, do outro lado, através de grade muito estreita.

Nesse reduto acolhedor, vivia toda uma comunidade de peixes, a se refestelarem, nédios e satisfeitos, em complicadas locas, frescas e sombrias. Elegeram um dos concidadãos de barbatanas para os encargos de rei, e ali viviam, plenamente despreocupados, entre a gula e a preguiça.

Junto deles, porém, havia um peixinho vermelho, menosprezado de todos.

Não conseguia pescar a mais leve larva, nem refugiar-se nos nichos barrentos. Os outros, vorazes e gordalhudos, arrebatavam para si todas as formas larvárias e ocupavam, displicentes, todos os lugares consagrados ao descanso.

O peixinho vermelho que nadasse e sofresse.

Por isso mesmo era visto, em correria constante, perseguido pela canícula ou atormentado de fome.

Não encontrando pouso no vastíssimo domicílio, o pobrezinho não dispunha de tempo para muito lazer e começou a estudar com bastante interesse.

Fez o inventário de todos os ladrilhos que enfeitavam as bordas do poço, arrolou todos os buracos nele existentes e sabia, com precisão, onde se reuniria maior massa de lama por ocasião de aguaceiros.

Depois de muito tempo, à custa de longas perquirições, encontrou a grade do escoadouro.

À frente da imprevista oportunidade de aventura benéfica, refletiu consigo:

- "Não será melhor pesquisar a vida e conhecer outros rumos?"

Optou pela mudança.

Apesar de macérrimo, pela abstenção completa de qualquer conforto, perdeu várias escamas, com grande sofrimento, a fim de atravessar a passagem estreitíssima.

Pronunciando votos renovadores, avançou, otimista, pelo rego d'água, encantado com as novas paisagens, ricas de flores e sol que o defrontavam, e seguiu, embriagado de esperança...

Em breve, alcançou grande rio e fez inúmeros conhecimentos.

Encontrou peixes de muitas famílias diferentes, que com ele simpatizaram, instruindo-o quanto aos percalços da marcha e descortinando-lhe mais fácil roteiro.
Embevecido, contemplou nas margens homens e animais, embarcações e pontes, palácios e veículos, cabanas e arvoredo.

Habituado com o pouco, vivia com extrema simplicidade, jamais perdendo a leveza e a agilidade naturais.

Conseguiu, desse modo, atingir o oceano, ébrio de novidade e sedento de estudo.

De início, porém, fascinado pela paixão de observar, aproximou-se de uma baleia para quem toda a água do lago em que vivera não seria mais que diminuta ração; impressionado com o espetáculo, abeirou-se dela mais que devia e foi tragado com os elementos que lhe constituíam a primeira refeição diária.

Em apuros, o peixinho aflito orou ao Deus dos Peixes, rogando proteção no bojo do monstro e, não obstante as trevas em que pedia salvamento, sua prece foi ouvida, porque o valente cetáceo começou a soluçar e vomitou, restituindo-o às correntes marinhas.

O pequeno viajante, agradecido e feliz, procurou companhias simpáticas e aprendeu a evitar os perigos e tentações.

Plenamente transformado em suas concepções do mundo, passou a reparar as infinitas riquezas da vida. Encontrou plantas luminosas, animais estranhos, estrelas móveis e flores diferentes no seio das águas. Sobretudo, descobriu a existência de muitos peixinhos, estudiosos e delgados tanto quanto ele, junto dos quais se sentia maravilhosamente feliz.

Vivia, agora, sorridente e calmo, no Palácio de Coral que elegera, com centenas de amigos, para residência ditosa, quando, ao se referir ao seu começo laborioso, veio a saber que somente no mar as criaturas aquáticas dispunham de mais sólida garantia, de vez que, quando o estio se fizesse mais arrasador, as águas de outra altitude, continuariam a correr para o oceano.

O peixinho pensou, pensou... e sentindo imensa compaixão daqueles com quem convivera na infância, deliberou consagrar-se à obra do progresso e salvação deles.

Não seria justo regressar e anunciar-lhes a verdade? não seria nobre ampará-los, prestando-lhes a tempo valiosas informações?

Não hesitou.

Fortalecido pela generosidade de irmãos benfeitores que com ele viviam no Palácio de Coral, empreendeu comprida viagem de volta.

Tornou ao rio, do rio dirigiu-se aos regatos e dos regatos se encaminhou para os canaizinhos que o conduziram ao primitivo lar.

Esbelto e satisfeito como sempre, pela vida de estudo e serviço a que se devotava, varou a grade e procurou, ansiosamente, os velhos companheiros. Estimulado pela proeza de amor que efetuava, supôs que o seu regresso causasse surpresa e entusiasmo gerais. Certo, a coletividade inteira lhe celebraria o feito, mas depressa verificou que ninguém se mexia.

Todos os peixes continuavam pesados e ociosos, repimpados nos mesmos ninhos lodacentos, protegidos por flores de lótus, de onde saíam apenas para disputar larvas, moscas ou minhocas desprezíveis.

Gritou que voltara a casa, mas não houve quem lhe prestasse atenção, porquanto ninguém, ali, havia dado pela ausência dele.

Ridicularizado, procurou, então, o rei de guelras enormes e comunicou-lhe a reveladora aventura. O soberano, algo entorpecido pela mania de grandeza, reuniu o povo e permitiu que o mensageiro se explicasse.

O benfeitor desprezado, valendo-se do ensejo, esclareceu, com ênfase, que havia outro mundo líquido, glorioso e sem fim. Aquele poço era uma insignificância que podia desaparecer, de momento para outro. Além do escoadouro próximo desdobravam-se outra vida e outra experiência. Lá fora, corriam regatos ornados de flores, rios caudalosos repletos de seres diferentes e, por fim, o mar, onde a vida aparece cada vez mais rica e mais surpreendente. Descreveu o serviço de tainhas e salmões, de trutas e esqualos. Deu notícias do peixe-lua, do peixe-coelho e do galo-do-mar. Contou que vira o céu repleto de astros sublimes e que descobrira árvores gigantescas, barcos imensos, cidades praieiras, monstros temíveis, jardins submersos, estrelas dos oceanos e ofereceu-se para conduzi-los ao Palácio de Coral, onde viveriam todos, prósperos e tranqüilos. Finalmente os informou de que semelhante felicidade, porém, tinha igualmente seu preço. Deveriam todos emagrecer, convenientemente, abstendo-se de devorar tanta larva e tanto verme nas locas escuras e aprendendo a trabalhar e estudar tanto quanto era necessário à venturosa jornada.

Antes que terminou, gargalhadas estridentes coroaram-lhe a preleção.

Ninguém acreditou nele.

Alguns oradores tomaram a palavra e afirmaram solenes, que o peixinho vermelho delirava que outra vida além do poço era francamente impossível, que aquelas histórias de riachos, rios e oceanos era mera fantasia de cérebro demente e alguns chegaram a declarar que falavam em nome do Deus dos Peixes, que trazia os olhos voltados para eles unicamente.

O soberano da comunidade, para melhor ironizar o peixinho, dirigiu-se em companhia dele até a grade de escoamento e, tentando, de longe, a travessia, exclamou borbulhante:

- "Não vês que não cabe aqui nem uma só de minhas barbatanas? Grande tolo! vai-te daqui! não nos perturbe o bem-estar... Nosso lago é o centro do Universo... Ninguém possui vida igual à nossa!..."

Expulso a golpes de sarcasmo, o peixinho realizou a viagem de retorno e instalou-se, em definitivo, no Palácio de Coral, aguardando o tempo.

Depois de alguns anos, apareceu pavorosa e devastadora seca.

“As águas desceram de nível. E o poço onde viviam os peixes pachorrentos e vaidosos esvaziou-se, compelindo a comunidade inteira a perecer, atolada na lama..."


André Luiz

Do livro Libertação, de Francisco Cândido Xavier

domingo, 17 de janeiro de 2010


O Amanhã de Deus


Técnicos respeitáveis, interessados na problemática da saúde, nos complexos programas da educação, nos vários esquemas do serviço social investem o conhecimento e a dedicação, elaborando roteiros e traçando diretrizes para a erradicação da miséria e da ignorância nos vários departamentos humanos da Terra.

Apoiados nos estatutos e nas experiências que vivenciam, todos credores do melhor respeito, afirmam que o problema é de profundidade e somente em profundidade deve ser atacado.

Em face disso, outras pessoas argumentam que ante a impossibilidade de poderem solucionar os dramas em que tresvariam as criaturas, resolvem-se por nada fazer, a fim de não complicarem a questão.

No entanto, diante de alguém que padece de fome, ofertar-lhe a tua dádiva em forma de pão, hoje, e Deus completará o alimento, amanhã.

Defrontando o enfermo que marcha, inexoravelmente, para o desespero, enseja-lhe o medicamento renovador agora e Deus se encarregará da saúde mais tarde.

Surpreendido pela criança que tirita de frio e sofre nas malhas da miséria sócio-econômica, auxilia-a imediatamente e Deus se encarregará dela depois.

Encontrando uma região em sombras ameaçadoras, acende a claridade possível de imediato e Deus fará claridade maior posteriormente.

Ante o aflito que o busca, divide o teu pouco, seja o que for, no momento da rogativa e Deus completará a ajuda nos dias sucessivos.

Surpreendido pela ignorância, distribui informações esclarecedoras de pronto e Deus fomentará o conhecimento libertador nos dias seguintes.

Não te escuses nunca ante o desafio da necessidade.

Faze a parte que te esteja ao alcance e Deus produzirá, como até aqui, para o futuro.

Ninguém desconsidere o valor da migalha.

O pólen insignificante, o grão pequenino, o átomo invisível são bases sobre as quais se levantam inúmeras expressões da vida.

Enquanto os magnos problemas que aturdem a Humanidade não encontram solução, atende as pequenas dificuldades que te surjam, evitando que se ampliem ou que se avolumem, tornando o fardo dos homens mais pesado e atormentante do que já se apresenta.

Não cruzes os braços.

Fala sobre o bem e atua no bem; refere-se à luz e acende lâmpadas de esperança; doa a moeda e ensina como adquirir o pão com dignidade; oferta o agasalho e promove o homem necessitado; elucida sobre o valor da cultura e ensina o alfabeto; comenta a excelência da prece e ora sem cessar, agindo e amando, porquanto se nos cumpre fazer o melhor ao nosso alcance hoje, o amanhã é de Deus, sobre o qual não podemos perscrutar nem decidir.


Scheilla

Do livro Terapêutica de Emergência, Divaldo Pereira Franco

sábado, 16 de janeiro de 2010

Saiba como Ajudar o Povo do Haiti


Após o triste acontecimento ocorrido no Haiti, no último dia 12 de janeiro, em que um terremoto de grande proporção devastou grande parte da nação, inclusive a sua capital Porto Príncipe, deixando em torno de trezentos mil desabrigados e entre 45 e 50 mil mortos (segundo a Federação Cruz Vermelha, em Genebra), ficamos, a maioria de nós consternados e com aquela sensação de impotência, diante da distancia que nos separam dos nossos irmãos que nesse momento estão necessitando de amparo.

A ajuda material é necessária, o país é pobre, os recursos materiais lá estão escassos: falta água, alimento e, sobretudo, mão-de-obra para atender a centenas de feridos, adultos e crianças que estão caídos pelas ruas, em meio aos escombros e a grande desolação que restou nas cidades. O Mundo se movimenta agora numa corrente de solidariedade: países como os Estados Unidos, Brasil, Portugal, França, China e instituições internacionais se mobilizam para enviar ajuda humanitária e equipes de socorro às vitimas.

Nesse momento lembramos aqui, caro leitor, que independente da sua fé, temos também em nossas mãos um poderoso recurso chamado oração. Podemos com ele, vencer a todas as nossas limitações e mandar sob forma de vibrações de amor o amparo, a consolação às famílias que perderam os seus entes queridos e também o auxílio a todos aos que passam pelo difícil processo de desencarnação.

Divulgamos aqui, a essa reportagem que encontrei no site Jornal de Notícias, veiculada ontem, com uma das nossas possibilidades de auxílio material aos haitianos:

Saiba como ajudar o povo do Haiti:


Cruz Vermelha e Cáritas lançaram campanhas de angariação de fundos a favor do Haiti. Sem sair de casa, basta ter um computador e ligação à internet para ajudar os haitianos.

Os donativos para o Fundo de Emergência da Cruz Vermelha Portuguesa - apelo vítimas do Haiti - podem ser realizados nas caixas multibanco ou através de 'netbanking', na opção 'pagamento de serviços', marcando 20999 na entidade e 999 999 999 na referência.

Poderá ainda ser feito um depósito ou transferência bancária para as contas CVP - Fundo de Emergência, disponíveis em nove instituições bancárias ou através de um cheque ou vale postal pagável à CVP - Fundo de Emergência, Departamento Financeiro da Sede Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa (Jardim 09 de Abril, n.º1 a 5, 1249-083, Lisboa).

Também a Cáritas Portuguesa, que enviou já cinco mil euros de apoio financeiro, tem em marcha uma campanha de angariação de fundos a favor das vítimas do Haiti.

A organização convida todos aqueles que quiserem contribuir a "fazer o seu donativo na conta «Cáritas Ajuda Haiti», com o NIB 003506970063000753053, da Caixa Geral de Depósitos.

A AMI vai enviar 14 mil euros para o Haiti. Além do apoio financeiro, a AMI lançou também um apelo à sociedade civil para que faça donativos através de "uma conta de emergência Haiti", com o NIB 0007 001 500 400 000 00672, ou do Multibanco, através da entidade 20909 e referência 909 909 909".

Fonte: JN – Jornal de Notícias

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010




“Mas os cuidados deste mundo, os enganos das riquezas e as ambições doutras coisas, entrando, sufocam a palavra, que fica infrutífera.” - Jesus (Marcos, 4:19)


A árvore da fé viva não cresce no coração, miraculosamente.

Qual acontece na vida comum, o Criador dá tudo, mas não prescinde do esforço da criatura.

Qualquer planta útil reclama especial atenção no desenvolvimento.

Indispensável cogitar-se do trabalho de proteção, auxílio e defesa. Estacadas, adubos, vigilância, todos os fatores de preservação devem ser postos em movimento, a fim de que o vegetal precioso atinja os fins a que se destina.

A conquista da crença edificante não é serviço de menor esforço.

A maioria das pessoas admite que a fé constitua milagrosa auréola doada a alguns espíritos privilegiados pelo favor divino.

Isso, contudo, é um equívoco de lamentáveis conseqüências.

A sublime virtude é construção do mundo interior, em cujo desdobramento cada aprendiz funciona como orientador, engenheiro, operário de si mesmo.

Não se faz possível a realização, quando excessivas ansiedades terrestres, de parceria com enganos e ambições inferiores, torturam o campo íntimo, à maneira de vermes e malfeitores atacando a obra.

A lição do Evangelho é semente viva.

O coração humano é receptivo, tanto quanto a terra.

É imprescindível tratar a planta divina com desvelada ternura e instinto enérgico de defesa.

Há muitos perigos sutis contra ela. Quer sejam os tóxicos dos maus livros, as opiniões ociosas, as discussões excitantes, o hábito de analisar os outros antes do auto-exame.

Ninguém pode, pois, em sã consciência, transferir de modo integral, a vibração da fé ao espírito alheio, porque, realmente, isso é tarefa que compete a cada um.


Emmanuel
Do livro Vinhas de Luz, Francisco Cândido Xavier.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010


Não te sintas só


Não te sintas só...

Estás acompanhado das mais belas bênçãos, do mais puro amor, da eterna proteção Daquele que te acompanha dia a dia.

Estás acompanhado do sentir, do amar, do ser, do existir.

Para cada passo que dás, um novo mundo surge a tua frente.

Para cada coisa que aprendes e compreendes, uma nova forma de ver a vida é despertada dentro de ti.

O Universo acompanha tua vontade, pois assim quis Aquele que te criou para que nunca te sentisse sozinho.

És tão perfeito quanto o nascer do sol sobre os campos floridos, tão preciosos quanto o ar que respiras, quanto à quietude, a paz de Deus.

Participa de tudo aquilo que o Criador deixou para ti. Isto é tudo que te é pedido.

Não creias que Ele te deixou a escuridão, tampouco a dor de estar só.

O que te move perante esta vida é a Sua vontade em ver-te pleno, descobrindo tua imensa beleza, teus quintais frutíferos, tuas luas azuladas, teu amor interior, tua mansidão.

Tudo está disponível a tua evolução.

Cria olhos para veres, cria silêncio para sentires.

Cria simplicidade para compreenderes o ritmo de cada coisa.

Sê alegria para sorrires, sê paciência para floresceres.

Sê amor para amares profundamente a vida que está inserta em cada partícula deste imenso Universo que trazes dentro e fora de ti.


Autor desconhecido

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010


Isso se Chama Amor...


Você surgiu como suave melodia trazida pela brisa; dilatou-se no silêncio de minha alma e fez-se moldura em meu viver.
Isso se chama ventura...

Há algo em você que transparece num olhar, como estrela no céu atapetado de astros e exterioriza-se num sorriso como canção tocada na harpa dos ventos.
Isso se chama ternura...

Sem olhar, você me percebe, sem falar você me diz, sem me tocar você me abraça...
Isso se chama sensibilidade...

Quando me perco em labirintos escuros, você me mostra o caminho de volta..
Quando exponho meus tantos defeitos, você faz de conta que não nota...
Se enlouqueço, você me devolve a razão...
Isso se chama compaixão...

Nos dias em que as horas passam lentas, sem graça e sem luz, nos seus braços eu encontro alento.

Quando os dias alegres de verão partem e em seu lugar chega o outono, cobrindo o chão com folhas secas, e o verde exuberante cede lugar ao cinza, nos seus braços encontro harmonia.
Isso se chama aconchego...

Quando você está longe, no espelho da saudade eu vejo refletida a certeza do reencontro.

Nas noites sem estrelas, quando a escuridão envolve tudo em seu manto negro, você me aponta a carruagem da madrugada, que vem despertar o dia com suas carícias de luz..
Isso se chama esperança.

Quando as marés dos problemas parecem tragar em suas ondas as minhas forças, em seus braços encontro reconforto.

Se as amarguras pairam sobre meus dias, trazendo desgosto e dor, sua presença me traz tranqüilidade.

Você é um raio de sol, nos dias escuros...

É ave graciosa que enfeita a amplidão azul...

Você é alma e é coração.

É poema e é canção...

É ternura e dedicação...

Nada impõe, tudo compreende, tudo perdoa...

Sua companhia é doce melodia, é convite a viver...

... E, tudo isso se chama amor!

Surge depois que as nuvens ilusórias da paixão se desvanecem.

Que a alma se mostra nua, sem enfeites, sem fantasias, sem máscaras...

O amor é esse sentimento que brota todos os dias, como uma flor que explode de um botão ao mais sutil beijo do sol...

Isso, sim, se chama amor...


Equipe de Redação do Momento Espírita

sábado, 9 de janeiro de 2010


Mestre e Aprendiz


... E respondendo ao discípulo que lhe pedira ensinasse a orar. Disse o Mestre generoso:

Quando rogares amor, não abandones o próximo ao frio da indiferença.

Quando suplicares o dom da fé viva, não relegues teu irmão à descrença ou à tortura mental.

Quando pedires luz, não condenes teu companheiro à perturbação nas trevas.

Quando solicitares a bênção da esperança, não espalhes o fel da desilusão.

Quando implorares socorro, não olvides a assistência que deves aos mais necessitados.

Quando rogares consolação, não veicules o desespero à margem do caminho.

Quando pedires perdão, desculpa os que te ofendem.

Quando suplicares justiça, em favor da própria segurança, não te descuides da harmonia de todos que precisas assegurar ao preço de tua renunciação e de tua humildade, a beneficio dos que te cercam.

Se reclamas pela claridade da paz, não estendas a sombra da discórdia; se pedes compreensão, não critiques; se aguardas concurso do Céu, não menosprezes a colaboração que o mundo te pede à boa vontade.

Assim como fizeres aos outros, assim será feito a ti mesmo.

Segundo plantares, colherás.

Não olvides, assim, que a Vontade do Senhor é também a Lei Eterna e que tudo te responderá na vida, conforme os teus próprios apelos.

Vai, pois, e, orando, perdoa e ajuda sempre!...

Foi então que o aprendiz, reconhecendo que não basta simplesmente pedir para receber a felicidade, passou a construí-la através do serviço à felicidade dos outros, compreendendo, por fim, que somente pelo trabalho incessante no bem, poderia orar em perfeita comunhão com a Bondade de Deus.


Emmanuel

Do livro Antologia Mediúnica do Natal, Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010


Regar a Alma


Vivemos dias de estiagem.

Estiagem de afeto.

Dias em que a alma se ressente da ausência de diálogo e de compreensão.

Dias em que os seres se isolam no próprio egoísmo e se trancam com as suas próprias dores, nas furnas da angústia e da depressão.

Afogam-se nas próprias lágrimas e escutam apenas os próprios lamentos.

Ignoram as dores alheias e desprezam as verdades do próximo.

Vivemos dias de grande amargura.

Dias de solidão em meio à turba que passa sem destino, nem rumo.

Dias em que as pessoas, apesar de toda a riqueza e de todos os recursos dos quais dispõem, sentem-se arrastadas pela correnteza bravia da vida, como se nada pudesse ser feito para evitar tamanha desdita, como se fosse fatal a queda, o fracasso humano.

Muitos se perguntam: “onde foi parar a esperança? Como recuperar a paz perdida?”

Ora, a esperança e a paz jamais deixaram de habitar as paragens onde sempre foram encontradas.

Permanecem encantando as almas que as buscam com sinceridade e persistência, nos caminhos do bem.

Não foram elas que abandonaram o homem.

Em verdade, foi o próprio homem que as confundiu com as ilusões passageiras.

Foram tomadas por miragens incapazes de sustentar por longo período a satisfação fugaz dos primeiros tempos.

Ludibriado pelo próprio querer o homem passou a buscar em outras fontes a água da vida.

Abandonou a estrada das virtudes, que tem portas estreitas, passando a trilhar a senda do equívoco.

Valeu-se do livre-arbítrio para fazer as mais variadas escolhas.

No entanto, tais escolhas, em sua grande maioria, foram embasadas apenas na satisfação imediata dos próprios desejos.

Os compromissos anteriormente assumidos foram relegados ao esquecimento.

As responsabilidades decorrentes da própria vontade foram ignoradas.

Com isso, não haveria como existir nos campos da vida paisagem diversa da qual hoje encontramos.

Desertos e desolação.

Angústia e desesperança.

As sementes espalhadas pelo divino semeador jazem ocultas entre a erva-daninha e o pedregulho.

Permanecem inertes, como se fossem incapazes de tocar o coração humano, rompendo a casca da indiferença e fazendo brotar, finalmente, a flor do entendimento.

Vivemos dias de estiagem.

Nossas almas clamam pela rega abençoada que lhes concederia a alegria verdadeira que desconhecem.

Clamam por ela, mas, no entanto, raramente se dispõem a recebê-la.

Ei-la que surge em cada um dos exemplos irretocáveis do Cristo.

Faz-se presente em nossas vidas por meio das mensagens de elevada vibração dos espíritos benfeitores.

Comparece diante de nós em cada gesto de amor que recebemos ou que presenciamos.

Aproveitemos a seiva divina para dessedentar nossos espíritos tão necessitados da paz oferecida pelo Cristo.

Deixemos que nossas almas, tão sedentas do bem, sejam, de uma vez por todas, tocadas pela mensagem de amor e de esperança ensinadas por Jesus.

Reguemos nossas consciências com os ensinamentos do mestre, a fim de que brote em nós os frutos da compaixão e da verdadeira fraternidade.

Só assim veremos renascer, no solo da nossa alma, a gloriosa esperança.

Equipe de Redação do Momento Espírita

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Auxilio aos desabrigados pelas chuvas no Brasil

Vejam aqui como ajudar aos nossos irmãos desabrigados pelas chuvas que assolam os estados do Rio de Janeiro e São Paulo:


Angra dos Reis:


A Defesa Civil de Angra dos Reis montou um esquema especial para receber donativos para os desalojados e desabrigados das chuvas na cidade. A Prefeitura está recebendo doações de alimentos, roupas, calçados, colchões, água, materiais de limpeza e de higiene pessoal para os desabrigados pelas chuvas que castigaram o município e causaram deslizamentos em Ilha Grande.

Veja como fazer sua doação aqui. Você também pode ajudar outras regiões afetadas pela chuva

Segundo a Defesa Civil, o Colégio Estadual Dr. Artur Vargas (Ceav), localizado na Rua Coronel Carvalho, nº 230 – Centro, funciona como centro de atendimento e coleta de doações. O posto fica aberto das 9h às 21h. Para facilitar o trabalho dos voluntários, os doadores devem identificar o tipo de donativo na embalagem.

As doações estão sendo entregues aos quatro abrigos, que estão funcionando em escolas municipais nos bairros da Japuíba, Parque Mambucaba, Morro do Abel e na Praia Vermelha, que fica na Ilha Grande. O número parcial de entrega, até sábado (dia 02), está em torno de três toneladas de alimentos, 10 mil peças de roupas e 2 mil litros de água mineral.

A Prefeitura de Angra também abriu uma conta bancária para doações. Os interessados que quiserem ajudar podem fazer depósitos no Banco do Brasil, na agência 0460-x e C/C nº 74500-6, em nome de Prefeitura de Angra – Calamidade Pública. São aceitas doações de qualquer valor.

O dinheiro será usado para ajudar as pessoas que tiveram prejuízos ou tiveram de deixar suas casas em decorrência das chuvas. Segundo a Prefeitura, 337 pessoas estão desabrigadas e 565 desalojadas em Angra.

Os interessados em realizar doações podem se informar pelos telefones: (24) 3377-6046, 3377-7480, 3365-4588 ou 3377-7869.

Além dos desalojados e desabrigados dos deslizamentos do Morro da Carioca, no centro, e da praia do Bananal, na Ilha Grande, a Prefeitura retirou moradores da comunidade de Sapinhatuba, que ficou ameaçada depois que uma fenda se abriu na encosta e interditou a rodovia Rio-Santos.

O prefeito de Angra dos Reis, Tuca Jordão também solicitou à Eletronuclear o desligamento do complexo nuclear de Angra, com base nos planos de emergência nuclear. O pedido de interdição do complexo foi feito após a rodovia Rio-Santos, próxima ao local, apresentar fissuras e ameaça de desabamento.

O Governo do Estado do Rio informou que vai disponibilizar linhas de crédito para moradores e comerciantes que sofreram perdas por causa dos deslizamentos. O limite de crédito para pessoa física será de R$ 5 mil, com juros de 12,25% ao ano, período de carência de três meses e prazo para pagamento de 15 meses. Para pessoa jurídica, o limite disponibilizado será de R$ 50 mil, com juros entre 7,25% e 9,25% ao ano, carência de 12 meses e prazo para pagamento de 24 meses.


São Paulo:

Segundo a Defesa Civil do Estado de São Paulo, cerca de 20 mil pessoas de 15 municípios paulistas tiveram que deixar suas casas desde 31 de dezembro devido aos temporais. São Luiz do Paraitinga (SP) foi a cidade mais afetada pelas chuvas, com mais de 9.000 pessoas afetadas pelos alagamentos e ao menos 5.000 não têm como voltar para casa.

A Prefeitura de São Luiz do Paraitinga ainda não montou um esquema para receber doações porque a cidade está praticamente toda alagada. As chuvas varreram quase 80% dos imóveis tombados, como a Igreja da Matriz (ver vídeo). Ao imenso prejuízo histórico somam-se ainda os danos materiais: A estimativa do prejuízo na cidade supera os R$ 100 milhões.

A Defesa Civil do Estado prioriza o atendimento ao município e já enviou alimentos, material de higiene e de limpeza, roupas e colchões para as vítimas. Helicópteros da Polícia Militar também estão ajudando nas buscas dos desabrigados.

A região do Vale do Paraíba e de Ubatuba (litoral de SP) somam 7.200 desalojados e 5.000 desabrigados, ou seja, dependem de abrigos públicos. Em Guaratinguetá, a Defesa Civil já começou a receber doações, que podem ser entregues na avenida Dr. João Rangel de Camargo, 280, Centro. O órgão está recolhendo doações de mantimentos, roupas e móveis. As colaborações podem ser feitas pelo telefone (12) 3122-2728. A cidade tem cerca de 350 desabrigados que precisam principalmente de leite e toalha de banho.

Em Guararema, a 75 quilômetros de São Paulo, as famílias desalojadas foram levadas para um abrigo na Escola Municipal Padre Cornélio. A Prefeitura da cidade pede que as pessoas que quiserem colaborar com doações de alimentos procurem a Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania pelo telefone (11) 4693-2213.

Em Cunha, a prefeitura informa que há 28 famílias desabrigadas levadas para duas escolas públicas. O número pode aumentar, já que há pontos na zona rural do município em que as pontes de acesso foram destruídas pelas enchentes. Os desabrigados precisam principalmente de alimentos, roupas de cama, cobertores, travesseiros, colchões, roupas e móveis. As doações devem ser encaminhadas ao Fundo Social de Solidariedade pelo telefone (12) 3111-2716.



Fonte: Portal do Voluntário

Deus Existe ?


Enquanto o barbeiro aparava seus cabelos, Pedro conversava e, entre outros assuntos, falava de Deus e suas obras. Até que o barbeiro incrédulo e impaciente disse:

- Deixa disso, meu amigo. Deus não existe.

- Por quê ? Indagou Pedro.

- Se Deus existisse, não haveria tantos doentes, pobreza, miséria e guerras neste mundo. Olhe em sua volta e veja quanta tristeza. Basta andar pelas ruas e enxergar.

Calado, Pedro pagou o corte e foi saindo, quando avistou na calçada um maltrapilho com longos cabelos, barba desgrenhada e suja, abaixo do pescoço.

Deu meia-volta e interpelou o barbeiro:

- Sabe, não acredito em barbeiros.

- Como assim ? perguntou o barbeiro.

- Se existissem barbeiros, não haveria pessoas com cabelos e barbas compridas.

- Ora, meu amigo, essas pessoas não vão ao barbeiro porque não querem e eu não tenho culpa. Todas que vêm aqui eu atendo prontamente.

Pedro então retrucou:

- Ah... Agora entendo por que você não acredita em Deus.

***

Em geral, as pessoas só procuram Deus quando a necessidade aperta e a dor do sofrimento torna-se insuportável.


Do livro Parábolas Eternas, Legrand
AVA- Associação Vida e Amizade – Seleção de Voluntários
Conforme solicitação dessa instituição, divulgamos aqui a sua seleção de voluntários, que acontecerá ainda esse mês, bem como o seu trabalho, de acordo com o disposto a seguir:


O que é a AVA:

A AVA Associação de Vida e Amizade, entidade de caráter filantrópico fundada em 18 de Fevereiro de 1982 e fins não econômicos, nos termos do artigo 53 e seguintes do Código Civil Brasileiro (Lei 10406/02) com objetivo específico de manter um posto Samaritano com finalidade de desenvolvimento do Programa CVV de Prevenção ao Suicídio, sendo que, os serviços prestados pela Associação serão gratuitos e sem discriminação de sexo, raça, cor, crença religiosa ou qualquer outra característica ou estratificação social dos atendidos.

Seleção de Voluntários:


O Posto Samaritano Vila Mariana, RUA DOMINGOS DE MORAES, 348 -SALA 52 - METRO ANA ROSA - SP, realizará nos dias 30 Janeiro e 31 de Janeiro, curso para a seleção de novos voluntários da entidade. Nos dois dias do evento - que no sábado, dia 30, vai das 13h às 19h e no domingo, dia 31, das 9h às 16h - será apresentada a filosofia da entidade e a forma de conduta a ser seguida pelo voluntário. As inscrições podem ser feitas pessoalmente na sede da entidade em horário comercial, ou pelo telefone (11) 5575-4111 ou pelo e-mail postovilamariana@bol.com.br

Durante a atividade - que é gratuita - haverá seleção dos interessados em colaborar com a entidade.

Para ser voluntário Samaritano, vinculado ao Programa CVV Prevenção ao suicídio, Apoio Emocional e Valorização da Vida, basta ter mais de 18 anos, ter disponibilidade de tempo ( média de 4 horas e meia por semana), disposição para ajudar o próximo e abertura para o autoconhecimento.

Instituição sem fins lucrativos os postos Samaritanos desenvolvem trabalhos de apoio emocional por meio de contatos telefônicos, atendimento pessoal, via correio, e-mail e mais recentemente, via chat, no próprio site da entidade (www.cvv.org.br).

Obs: É necessário o comparecimento aos 2(dois) dias do evento.

Local de Fácil Acesso para pessoas com dificuldade de locomoção.

Visite ao site da AVA

Por uma Sociedade justa, fraterna e solidaria.

http://www.cvv.org.br.
http://www.amigosdozippy.org.br/
http://www.franciscajulia.org.br/historico
http://www.avabrasil.org.br

domingo, 3 de janeiro de 2010


Amor e Vida

Muita semente esquecida
Em simples trato de chão
Transforma os charcos da vida
Em flor, alegria e pão.

Quem sente amor não reclama
Privilégios para si,
Quanto mais sofre, mais ama,
Quanto mais chora, mais ri.

Quem sabe renunciar,
Fazendo feliz alguém,
Por si já sabe olvidar
As mágoas que a vida tem.

Amor real e profundo
Dos sonhos e anseios meus,
Só mesmo existe no mundo
No coração que é de Deus.

Amor não é fanatismo,
Ciúme; inveja e paixão.
Amor é uma Luz Divina
Por dentro do coração.

Amor de mãe, poesia
Inspirada, terna e pura,
Que o Senhor criou um dia
Pensando em nossa ventura.

Vive; trabalha e abençoa,
Que a treva jamais te vença...
Quem ama sempre perdoa
A dor de qualquer ofensa.

Na Terra, o amor é assim:
Uma estrela em doce luz
Que brilha, do início ao fim,
E se consome na cruz.

Justiça aponta a Verdade
Sem segredos e sem véus,
Mas somente a Caridade
Sabe o caminho dos Céus.


Eurícledes Formiga

Do livro Sementes de Luz, Francisco Cândido Xavier.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Especial do Mês


Nesse mês, o Manancial de Luz estará em recesso e nós, escolhemos como tema especial para nossas postagens, textos e mensagens que falam do Amor e da Fé.

A Fé que nasce da esperança de que tudo pode melhorar, que podemos ser a cada novo dia melhores do que fomos ontem e na certeza de que Deus nos conduz à plenitude, através das oportunidades que nos são ofertadas a cada existência, de fazermos o melhor.

O Amor que às vezes adormecido em nós, um dia desperta impávido e resplandece como um sol, que abarca as sombras revelando as cores e o brilho em nossas vidas.

A todos os nossos visitantes, um 2010 repleto de Amor e Paz.


Abraços fraternos,
Carlos Pereira


*Exclusivamente nesse mês de recesso, só estaremos postando mensagens e não teremos as nossas sessões rotineiras. As nossas atualizações estarão sendo feitas a cada 48 horas.
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