terça-feira, 12 de julho de 2011

O Poeta Amaral Ornellas
















Ouve


Escuta! Enquanto a paz da oração te domina,
Qual melodia excelsa, a fremir, doce e mansa,
Há quem padeça e morra à míngua de esperança,
Rogando amparo, em vão, no lençol de neblina.

Ouve! A sombra tem voz que clama e desatina...
É a provação que ruge... A dor que não descansa...
Desce do pedestal da fria segurança,
Transfigura a bondade em fonte cristalina.

Estende o coração!... Serve, instrui, alivia...
Das sementes sutis de ternura e alegria
Prepararás, agora, o jardim do futuro...

Um dia, voltará à pátria de onde vieste
E apenas colherás na luz do Lar Celeste
O que dás de ti mesmo ao solo do amor puro.


Adolfo Oscar do Amaral Ornellas*


(*) Prosador, poeta e teatrólogo, Amaral Ornellas foi, por sete anos consecutivos, secretário da revista «Reformador», órgão da Federação Espírita Brasileira e membro da Comissão de Assistência aos Necessitados dessa mesma Casa. Vice presidente do "Grupo Espírita Fé, Amor e Caridade Agostinho", instituição de amparo aos doentes do corpo e da alma. Homem bom e extremamente caridoso, deixou, como médium receitista, um nome benquisto por milhares de beneficiados. Na Diretoria de Estatística Comercial foi funcionário distinto e exemplar.

Teatrólogo, escreveu várias peças admiráveis, uma das quais, "O Gaturamo", foi premiada pela Academia Brasileira de Letras. "Em suas poesias" – diz Manuel Quintão, à pág. 181 do Reformador de 1918 – "ele canta serena e dignamente as suas emoções, sem cair em delíquio de exuberância, em malabarismo palavroso." (Rio de Janeiro, GB, 20 de Outubro de 1885 – Rio de Janeiro, GB, 5 de Janeiro de 1923.)


Do livro "Antologia dos Imortais", Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos.

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