domingo, 29 de janeiro de 2012

Reforma Íntima – Consciência de Si


Reforma íntima não deve ser entendida apenas como contenção de impulsos inferiores. Muito além disso, torna-se urgente analisá-la como o compromisso de trabalhar pelo desenvolvimento dos lídimos valores humanos na intimidade. Circunscrevê-la a regimes de disciplina pela vigência e pela vontade poderá instituir a cultura do martírio e da tormenta como quesitos indispensáveis ao seu dinamismo.

Contenção é aglutinação de forças de defesa contra a rotina mental dos reflexos do mal em nós, todavia, somente a edificação da personalidade cristã, pródigas de qualidades morais nobres, permitirá a paz interior e o serviço de libertação definitiva para além-muros da morte corporal. Por essa razão entre os seguidores da mensagem espírita, urge difundir noções mais lúcidas sobre o nível de comprometimento a que devem se afeiçoar todos os seus aprendizes. Apenas evitar o mal não basta, imperioso fazer todo o bem ao nosso alcance. A reforma de profundidade exige devoção integral aos deveres da espiritualização, onde quer que estejamos, criando condições para vivências íntimas que assegurem comoções afetivas revitalizadoras e modificadoras a rumos mais vastos na ação e na reação: é a criação de condicionamentos novos e elevados.

Assim como o corpo não extirpa partes adoecidas, mas procura harmonizá-las ao todo, a alma procede seu crescimento dentro princípio de “reaproveitamento” de todas as experiências infelizes.

Quem busca o aprimoramento de si mesmo tem como primeiro desafio o encontro consigo. A ausência de ideias claras sobre nós próprios constitui pesados ônus a ser superado, o qual tem levado corações sinceros e bem intencionados a dolorosos conflitos mentais com a melhora individual, instaurando um doloroso processo de martírio a si mesmo.

Não existe reforma íntima sem dores, razão pela qual será oportuno discernir quais são as dores do crescimento e quais são as dores que decorrem de nossa incapacidade de lidar com as forças ignoradas da vida subjetiva em nós mesmos. A distinção entre ambas tornará nosso programa de melhoria pessoal um tanto mais eficaz e menos doloroso.

Fala-se muito do homem velho e quase nada sobre como consolidar o homem novo. Dominados pelo mau hábito de destacar suas doenças espirituais, criou-se um sistema neurótico de supervalorização das imperfeições morais que tem conduzido muitos espíritas à condição de autênticos “hipocondríacos da alma”.

Conter o mal é parte do processo transformador, construir o bem é a etapa nova que nos aguarda.

Bem além de controle, educação.

Acima de disciplina com inclinações, desenvolvimentos de qualidades inatas.

Maturidade pode ser definida pela capacidade individual de ouvir a consciência em detrimento dos apelos do ego. Quanto mais fizermos isso, mais seremos maduros e libertos. A saúde é estar em contato pleno com a consciência e a doença é a escravidão ao ego. Reformar-se é tomar consciência do “si mesmo”, da “perfeição latente” a qual nos destinamos. Em outras palavras, estamos enaltecendo o ato da autoeducação.

Foi o notável Jung que afirmou: “até onde podemos discernir, o único propósito da existência humana é acender uma luz na escuridão do mero ser”.

Imperioso que acendamos essa luz, a luz que promana da autocrítica, sem a qual não nos educaremos.

E como exercer um juízo crítico honesto sem conhecimento das artimanhas da velha personalidade que geramos?

Senso crítico é, portanto, um dos pilares essenciais para a formação da autoconsciência, o qual nos permitirá desvendar as trilhas em direção aos tesouros divinos incrustados em pleno coração dessa selva de imperfeições, que trazemos dos evos.



Ermance Dufaux

Do livro “Reforma Íntima sem Martírio”, de Wanderley S. de Oliveira, pelo Espírito Ermance Dufaux.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A Meditação por Salle Redfield







“Nos momentos serenos e silenciosos em que meditamos, tomamos mais consciência das situações que estamos vivendo e conseguimos compreendê-las com maior clareza. Vamos nos tornando capazes de perceber o que precisa ser mudado e o que devemos simplesmente aceitar.”


Em 1989, durante um dos períodos mais desafiadores da minha vida, descobri os benefícios da meditação diária. Em um mês, eu me separei, depois de sete anos de casamento, vendi minha casa e me mudei para outro estado, deixando todos os meus amigos para trás. Você pode imaginar o que significaram essas transformações num período tão curto de tempo. Às vezes, eu não acreditava que estivesse realmente vivendo aquilo. Então, ao procurar um caminho para escapar do sofrimento e da angústia, comecei a meditar todos os dias. Foi isso que me deu forças para reconstruir a minha vida. 

No início, não foi nada fácil meditar. Minha cabeça girava em torno dos problemas e eu não conseguia encontrar paz dentro de mim. Um minuto depois de começar a meditação, o pensamento estava longe e eu me sentia sem qualquer capacidade de concentração. Precisava então me agitar para escapar das ideias dolorosas. 

Por sorte, descobri as fitas de meditação. Minha vida mudou. Passei a ouvi-las todos os dias, de manhã, na hora de levantar, ou à noite, antes de deitar. O efeito não foi imediato, mas senti que cada vez eu era capaz de me concentrar melhor. Com sua orientação, o narrador me conduzia por lugares com belíssimas paisagens naturais que me ajudavam a relaxar. Se o pensamento “voava”, eu me dava conta disso e o trazia de volta, sem pressão. Fui encontrado a paz interior e a clareza de pensamento de que precisava. 

Depois de algum tempo, em vez de ouvir as fitas, às vezes eu meditava por conta própria. Descobri que meditava melhor quando saía para uma caminhada pelo parque, perto do mar, ou até mesmo andando por uma rua. Enquanto caminhava junto à natureza, pensava no que estava vivendo e pedia a Deus que me guiasse. 

Percebi que sempre que eu fazia uma pergunta durante a meditação, acreditando sinceramente que seria respondida, uma tela se abria na minha mente ou uma forte intuição me vinha à cabeça. Isso não acontecia instantaneamente e às vezes requeria paciência. 

Mas era fantástico como, de repente, a resposta aparecia com bastante nitidez. Em alguns momentos, uma situação relacionada ao que eu havia pensado ocorria. Era um filme, uma palavra que alguém dizia, algo que eu lia aparentemente por acaso. Em outros, eu sentia um fluxo de energia me invadindo, me impulsionando a sair da passividade para tomar uma atitude. Sempre que agi em comunhão com essa força, minha vida mudou para melhor. 



Salle Merrill Redfield 

Trecho extraído do livro Meditações Celestinas, de Salle Merril Redfield

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Felicidade





Cada uma de nossas ações conscientes e, de certa forma, toda a nossa vida podem ser vistas como resposta à grande pergunta que desafia a todos: “Como posso ser feliz?”

No entanto, estranhamente, minha impressão é que pessoas que vivem em países de grande desenvolvimento material são de certa forma menos satisfeitas, menos felizes do que as que vivem em países menos desenvolvidos. 

Esse sofrimento interior está claramente associado a uma confusão cada vez maior sobre o que de fato constitui a moralidade e quais são os seus fundamentos. 

A meu ver, criamos uma sociedade em que as pessoas acham cada vez mais difícil demonstrar um mínimo de afeto aos outros. Em vez de noção de comunidade e da sensação de fazer parte de um grupo, encontramos um alto grau de solidão e perda de laços afetivos. 

O que gera essa situação é a retórica contemporânea de crescimento desenvolvimento econômico, que reforça intensamente a tendência das pessoas de manter as aparências – por si só uma importante fonte de problemas, tensões e infelicidade.

O descaso pela dimensão interior do homem fez com que todos os grandes movimentos dos últimos cem anos ou mais – democracia, liberalismo, socialismo – tenham deixado de produzir os benefícios que deveriam ter proporcionado ao mundo, apesar de tantas ideias maravilhosas. 

Meu apelo por uma revolução espiritual não é um apelo por uma revolução religiosa. 

Considero que a espiritualidade esteja relacionada com aquelas qualidades do espírito humano – tais como amor e compaixão, paciência, tolerância, capacidade de perdoar, contentamento, noção de responsabilidade, noção de harmonia – que trazem felicidade tanto para a própria pessoa quanto para os outros. 

É por isso que às vezes digo que talvez se possa dispensar a religião. 

O que não se pode dispensar são essas qualidades espirituais básicas. 



Dalai Lama 

Do livro “Uma Ética para o Novo Milênio”, do Dalai Lama.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Evolução


 




Comece já! 


O seu progresso depende de você, do seu esforço. 

Pense em seu futuro, mas não esqueça de se preparar para ele hoje. 

Escolha um roteiro de vida seguro, em que possa estar em constante crescimento. 

Quanto mais depressa melhorar-se, mais fácil e compreensível se tornarão as questões existenciais.

Progresso não é apenas conquistar “tesouros na terra”, é sobretudo, amealhar riqueza interior, é enriquecer-se espiritualmente. 

Observe bem se tem progredido, aumentando estes valores.


Valdemir P. Barbosa 

Do livro “Força Interior”, de Valdemir P. Barbosa

sábado, 21 de janeiro de 2012

Perdão

"Nós não podemos amar, a menos que aceitemos o perdão. E quanto mais profunda for a nossa experiência do perdão, maior será o nosso amor." Paul Tillich 

Na minha infância, minha mãe costumava colocar curativos nos meus machucados e retirava-os religiosamente dois dias depois. Nunca compreendi por que ela fazia isso, já que as feridas não estavam completamente curadas. Quando perguntei sobre o assunto, ela respondeu: - É preciso expor a ferida ao ar para que ela feche mais rápido. - O mesmo acontece com nossas feridas emocionais, que precisam de um pouco de exposição para começar o processo de cura. 

Quando alguém diz ou faz algo que nos magoa, tendemos a nos apegar à ferida e a guardar ressentimentos em relação àquela pessoa. Do ponto de vista da energia psíquica, isto é um erro. Carregar uma ferida emocional estimula e alimenta emoções e pensamentos negativos relacionados com essa ferida, e a dor contagia nosso espaço. Como já disse várias vezes, semelhante atrai semelhante. Portanto, atrairemos elementos igualmente negativos. Quanto antes nos permitirmos vivenciar os sentimentos de raiva e frustração, mais cedo poderemos nos desapegar da dor. E com esse desapego vem o verdadeiro passo na direção da cura: o perdão. 

O que cria o poder de curar a si mesmo? O que dá a uma pessoa a coragem de perdoar? Dois ingredientes são fundamentais: a compreensão espiritual conquistada através do processo constante de autoconhecimento e a prática persistente do desapego. Pessoas capazes de compaixão aprendem as lições do perdão. Elas percebem que o apego à mágoa faz com que o sofrimento se repita indefinidamente. O perdão traz a cura para a pessoa e ajuda a difundir esta consciência para toda a humanidade.


James Van Praagh 

Do livro "Em Busca da Espiritualidade", de James Van Praagh.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Meditação




A meditação não é uma experiência nem uma lembrança erguida em torno de um dado prazer futuro. Aquele que experimenta move-se sempre dentro dos limites das suas próprias projecções de tempo e pensamento. Uma vez inserida nos limites do pensamento, a liberdade não passará de uma ideia e uma fórmula; o pensador jamais poderá alcançar o movimento da meditação.

A meditação diz sempre respeito ao presente enquanto que o pensamento pertence sempre ao passado. Toda a consciência é pensamento, porém, o estado de meditação não ocorre dentro das suas fronteiras. A meditação consciente é somente o acto de redefinir ainda mais esses limites destruindo assim toda a liberdade. Mas somente em liberdade poderá haver meditação.

Se não meditardes sereis sempre um escravo do tempo, cuja sombra é a dor. O tempo é sofrimento. A meditação não é via para experiências únicas nem excepcionais. Essas experiências conduzem ao isolamento e aos processos auto-encarceradores da memória, e estão sujeitos ao tempo- o que constitui a negação da liberdade.

O vale mais parecia uma carpete de flores e os declives achavam-se repletos de uma abundância multicolorida delas, tão abundantes quanto a vastidão da terra com todas as suas cidades, verdes prados, pastos, bosques e cidades. Lá estavam tão ricas e belas quanto o próprio vale; todavia, tanto a abundância da natureza como o homem estão destinados a morrer e a surgir de novo. A abundância da meditação não é reunida pelo pensamento nem pelo prazer que o pensamento gera mas acha-se para além da flor e da nuvem.

A partir disso a abundância torna-se tão imensurável quanto a flor e a beleza. Contudo jamais se encontram neste lado da sua manifestação.

Sem amor não pode existir silêncio.

Para o poderdes compreender, permanecei imóveis.

A mente meditativa é aquela que se encontra em silêncio. Não se trata do silêncio que a mente pode conceber, nem o silêncio de um entardecer calmo, mas o silêncio que sobrevem quando o pensamento, com todas as suas imagens palavras e percepções cessa completamente. Essa mente meditativa é a mente religiosa- a mente da religião que não é tocada pela Igreja, pelos templos nem pelos cantos. A mente religiosa é a explosão do amor; esse amor não comporta qualquer separação. Para essa mente, longe é perto. Não é “um” nem “muitos” mas sim esse estado de amor em que toda a divisão cessa. Da mesma forma que a beleza, não cabe na avaliação das palavras. Só a partir deste silêncio è que a mente meditativa pode actuar.

Meditar é tornar-se vulnerável. Essa vulnerabilidade não tem passado nem futuro- ontem ou amanhã. Somente o que é novo pode ser vulnerável.

A meditação é uma das maiores artes na vida, talvez mesmo a maior, mas provavelmente não pode ser ensinada. Nisso reside toda a sua beleza. Não possui técnica alguma nem autoridade sequer. Quando nos observamos e por meio dessa observação aprendemos acerca de nós próprios- sobre o modo como caminhamos, comemos, aquilo que dizemos, toda a bisbilhotice, ódio ciúme- se de tudo isso ficarmos cientes, sem escolha, tal processo fará parte da meditação. Assim, a meditação pode ocorrer quando nos sentamos no autocarro ou caminhamos pelos bosques, com sua luz e sombras, ou então quando escutamos o canto dos pássaros e olhamos para o rosto da nossa esposa ou filho.

É curioso como a meditação se torna de todo importante. O seu processo não conhece começo nem fim.

Assemelha-se a uma gota de chuva, que conglomera todas as correntes de água, os vastos rios, as quedas de água e os oceanos. Essa gota de água alimenta a terra e o homem; sem isso a terra tornar-se-ia um deserto. Sem a meditação o coração torna-se um deserto, um terreno baldio.

Meditação é descobrir se o cérebro, com todas as suas actividades e experiências, pode ficar em absoluto silêncio.

Não de modo forçado, porque no momento em que o forçarmos deverá passar a existir dualidade. A entidade que diz: "para poder fazer experiências espantosas tenho que observar a tranquilidade"; tal entidade jamais o conseguirá. Mas se começarmos a pesquisar, a observar e a escutar todos os movimentos do pensamento, com as suas condicionantes, as suas buscas, os seus medos, o seu prazer e observarmos o modo como o cérebro opera, perceberemos de que modo o cérebro se torna absolutamente silencioso. Esse silêncio não é um sono mas uma coisa tremendamente activa e imóvel. É um enorme dínamo que trabalha na perfeição, dificilmente produzindo ruído. O ruído só existe quando há fricção.

Silêncio e imensidão andam juntos. A vastidão do silêncio é a imensidão da mente em que não existe um centro.

Meditação é trabalho árduo e exige a mais elevada forma de disciplina – e não conformação imitação ou obediência - a disciplina que sobrevem por meio da atenção constante, não só das coisas relativas a nós externamente como também interiormente. Assim, a meditação não é uma actividade de isolamento mas a acção da vida diária, uma acção que exige cooperação, sensibilidade e inteligência. Sem estabelecermos as fundações de uma vida correcta, a meditação torna-se uma fuga e, portanto, não tem valor nenhum. Um viver correcto não significa seguir a moral social, mas liberdade com relação à inveja, à cobiça e à busca de poder - tudo o que gera inimizade.

A liberdade disso não sobrevem pela actividade da vontade mas pela atenção para com isso, por meio do auto-conhecimento.


Krishnamurti

Do livro A Arte da Meditação, de Krishnamuti

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Humildade


Os humildes aprenderam, com a introspecção, a fazer de si mesmos um "canal ou espaço transcendente", por onde fui silenciosamente a inteligência universal.

Buda não foi apenas uma figura histórica que viveu há 2.500 anos, mas uma criatura extraordinária que, a partir das próprias experiências, encontrou a iluminação e o despertar dos potenciais internos. Ele criou uma forma de pensar que oferece respostas práticas para as diversas situações vivenciais e, ao mesmo tempo, uma maneira de transcendê-las.

Buda foi um psicólogo nato, um instrutor singular para a solução dos problemas humanos, tanto pessoais como coletivos. Ele se considerava um curador de almas, cujo remédio era a clareza súbita na mente para avaliar ou solucionar com objetividade certos fatos ou acontecimentos existenciais - o insight, na linguagem atual.

Sidarta Gautama ensinava: "De que servem cabelo e manto impecáveis, ó tolo! Tudo dentro de ti está confuso e, no entanto, penteias a superfície!".

Na época de Jesus Cristo, os fariseus - elite religiosa judaica, que vivia na estrita observância das escrituras mosaicas e da tradição oral - e da mesma forma, no tempo de Buda, os brâmanes — sacerdotes que consolidaram sua hegemonia social juntamente com o sistema de castas -, tanto uns como outros foram acusados de formalistas e hipócritas. Eram reconhecidos por suas ricas e pomposas vestimentas e por não viverem de acordo com o que pregavam. Todas as almas veneráveis da humanidade possuíam e possuem plena consciência de que falar de humildade não torna ninguém humilde. Realmente, a humildade nada tem a ver com a presença ou ausência de bens materiais, mas com a forma de comportamento íntimo.

Na atualidade, ainda se associa humildade com inferioridade, submissão e pobreza; no entanto, ela está relacionada com distinção, gentileza, lucidez, graciosidade e simplicidade. Entre todas as virtudes, somente a humildade não realça a si mesma, porque o verdadeiro humilde não acredita que o seja.

No texto citado, Buda se referia aos que se consideravam melhores, mais bonitos e superiores aos outros, advertindo-os de sua presunção e censurando-os pela fascinação da postura elegante, quando deveriam estar mais atentos a seu desenvolvimento e crescimento espiritual.

O humilde examina e pondera o orgulhoso porque um dia também o foi; o arrogante, porém, como ainda não conquistou a humildade, não sabe apreciar e valorizar a simplicidade. Aliás, só quem tem plena consciência do seu valor pessoal é que não precisa se exaltar; quem não a tem exibe, de maneira ousada e insolente, sua capacidade, poder, prestígio ou cultura.

Os indivíduos humildes realçam a simplicidade das coisas, dada a facilidade surpreendente de apreender e organizar os dados de uma situação. Eles penetram na essência das coisas, pois desenvolveram a habilidade de "fazer a mente silenciar". É no "silêncio mental" que os ciclos habituais ou condicionados das regras e normas preconceituosas cessam, que os padrões de pensamentos inadequados são interrompidos, para que haja a internalização da inteligência universal em nós.

Em algumas correntes do budismo, há uma equivocada interpretação do nirvana. Elas tomam como verdade a crença de que a meta espiritual do homem é alcançar um estado de completa quietude, que o levará à supressão do desejo e da consciência individual. Na realidade, o termo nirvana, quando entendido em sua significação mais profunda, deve ser traduzido como "a união definitiva da criatura com o Criador", nunca como sinônimo de estático silêncio interior, onde impera o "não-ser".

Os humildes aprenderam, com a introspecção, a fazer de si mesmos um "canal ou espaço transcendente", por onde flui silenciosamente a inteligência universal.

Quando o eminente educador Hippolyte Leon Denizard Rivail questiona os Espíritos Superiores:"Qual é a fonte da inteligência?, eles respondem: "Já o dissemos: a inteligência universal" 1

A inteligência universal é o instrumento pelo qual retomamos a conexão com a Causa Primeira. Ela não está confinada a nenhuma religião; ao contrário, é acessível a todos os seres, contudo só se deixa penetrar por aqueles que têm "simplicidade de coração e humildade de espírito"2. Por meio de seus recursos infinitos, recebemos as mais sublimes contribuições psicológicas, filosóficas, artísticas, científicas, religiosas, alargando a compreensão da vida dentro e fora de nós mesmos.


'Questão 72 Qual é a fonte da inteligência?

"Já o dissemos: a inteligência universal. "

Poder-se-ia dizer que cada ser toma uma porção de inteligência da fonte universal e a assimila, como toma e assimila o princípio da vida material?

"Isto não é mais que uma comparação e que não é exata, porque a inteligência é uma faculdade própria de cada ser, e constitui sua individualidade moral. De resto, como sabeis, há coisas que não é dado ao homem penetrar e esta é desse número, no momento."

2 "O Evangelho Segundo o Espiritismo", capítulo VII, item 2


Hammed

Do livro "Os Prazeres da Alma", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo Espírito Hammed.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Renovação


Brilhe a vossa luz.

O supremo objetivo do homem, na Terra, é o da sua própria renovação.

Aprender, refletir e melhorar-se, pelo trabalho que dignifica - eis a nossa finalidade, o sentido divino de nossa presença no mundo.

Descendo o Cristo das esferas de luz da Espiritualidade Superior à terra, teve por escopo orientar a Humanidade na direção do aperfeiçoamento.

"Brilhe a vossa luz" - eis a palavra de ordem, enérgica e suave, de Jesus, a quantos lhe herdaram o patrimônio evangélico, trazido ao mundo ao preço do seu próprio sacrifício.

A infinita ternura de sua angelical alma sugere-nos, incisiva e amorosamente, o esforço benéfico: "Brilhe a vossa luz."

O interesse do Senhor é o de que os seus discípulos, de ontem, de hoje e de qualquer tempo, sejam enobrecidos por meio de uma existência moralizada, esclarecida, fraterna.

O Evangelho aí está, como presente dos céus, para que o ser humano se replete com as suas bênçãos, se inunde de suas luzes, se revigore com as suas energias, se enriqueça com os seus ensinos eternos.

O Espiritismo, em particular, como revivescência do Cristianismo, também aí está, ofertando-nos os oceânicos tesouros da Codificação.

Pode-se perguntar: de que mais precisa o homem, para engrandecer-se pela cultura e pelo sentimento, se lhe não faltam os elementos de renovação, plena, integral, positiva?!...

Que falta ao homem moderno, usufrutuário de tantas bênçãos, para que "brilhe a sua luz"?!...

A renovação do homem, sob o ponto de vista moral, intelectual e espiritual, é difícil, sem dúvida.

Mas é francamente realizável.

E indispensável, tão-somente, disponha-se ele ao esforço transformativo, com a consequente utilização desses recursos, desses meios, desses elementos que o Evangelho e o Espiritismo lhe fornecem exuberantemente, farta e abundantemente, sem a exigência de qualquer outro preço a não ser o preço de uma coisa bem simples: a boa-vontade.

A disposição de automelhoria.

O homem,para renovar-se, tem que estabelecer um programa tríplice, como ponto de partida para a sua realização íntima, para que "brilhe a sua luz", baseado no Estudo, na Meditação e no Trabalho.

ESTUDO: - O estudo se obtém através da leitura do Evangelho, dos livros da Doutrina Espírita e de quaisquer obras educativas, religiosas ou filosóficas, que o levem a projetar a mente na direção dos ideais superiores.

O estudo deve ser meditado, assimilado e posto em prática, a fim de que se transforme em frutos de renovação efetiva, positiva e consciente: "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos fará livres."

MEDITAÇÃO: - A meditação é o ato pelo qual se volve o homem para dentro de si mesmo, onde encontrará a Deus, no esplendor de sua Glória, na plenitude do seu Poder, na ilimitada expansão do seu Amor: "O Reino de Deus está dentro de vós."

Através da prece, na meditação, obterá o homem a fé de que necessita para a superação de suas fraquezas e a esperança que lhe estimulará o bom ânimo, na arrancada penosa, bem como o conforto e o bem-estar que lhe assegurarão, nos momentos difíceis, o equilíbrio interior.

Na meditação e na prece haurirá o homem a sua própria tonificação, o seu próprio fortalecimento moral e a inspiração para o bem.

TRABALHO: - O trabalho, em tese, para o ser em processo de evolução, configura-se sob três aspectos principais: material, espiritual, moral.

Através do trabalho material, propriamente dito, dignifica-se o homem no cumprimento dos deveres para consigo mesmo, para com a família que Deus lhe confiou, para com a sociedade de que participa.

Pelo trabalho espiritual, exerce a fraternidade com o próximo e aperfeiçoa-se no conhecimento transcendente da alma imortal.

No campo da atividade moral, lutará, simultaneamente, por sublimar aquelas com que já se sente aquinhoado.

Em resumo: aquisição, cultivo e ampliação de qualidades superiores que o distanciem, em definitivo da animalidade em que jaz há milênios de milênios: "É na vossa perseverança que possuireis as vossa almas."

A palavra do Senhor - "Brilhe a vossa Luz" - impele-nos na atualidade, à realização deste sublime programa:

Renovação moral, cultural, espiritual.

A estrada é difícil, o caminho é longo, repleto de espinhos e pedras, de obstáculos e limitações, porém, a meta é perfeitamente alcançável.

Uma coisa, apenas, é indispensável: um pouco de boa-vontade.

Boa-vontade construtiva, eficiente, positiva.

O resto virá, no curso da longa viagem...


Martins Peralva

Do livro Estudando o Evangelho, de Martins Peralva.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Texto Antidepressivo


Quando você se observar, à beira do desânimo, acelere o passo para frente, proibindo-se parar.

Ore, pedindo a Deus mais luz para vencer as sombras.

Faça algo de bom, além do cansaço em que se veja.

Leia uma página edificante, que lhe auxilie o raciocínio na mudança construtiva de ideias.

Tente contato de pessoas, cuja conversação lhe melhore o clima espiritual.

Procure um ambiente, no qual lhe seja possível ouvir palavras e instruções que lhe enobreçam os pensamentos.

Preste um favor, especialmente aquele favor que você esteja adiando.

Visite um enfermo, buscando reconforto naqueles que atravessam dificuldades maiores que as suas.

Atenda às tarefas imediatas que esperam por você e que lhe impeçam qualquer demora nas nuvens do desalento.

Guarde a convicção de que todos estamos caminhando para adiante, através de problemas e lutas, na aquisição de experiência, e de que a vida concorda com as pausas de refazimento das nossas forças, mas não se acomoda com a inércia em momento algum.


André Luiz

Do livro Buscas e Acharás, de Francisco Cândido Xavier, por Espíritos diversos.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Mudança Interior



"A única constância no universo é a mudança! Tudo modifica a todo instante. A vida é cíclica. As coisas começam e acabam. O segredo da felicidade dessa vida é compreender isso e se adaptar a realidade. "


Ouça a Meditação
Voz de Mirna Grzich


Mudança, mudanças... Tudo muda, tudo é impermanente, mas existem momentos que a mudança aparece forte, inexorável, como uma fase da nossa vida.

É uma transição ! Aquele momento do ponto de mutação, quando o antigo não funciona mais e o novo ainda não está implantado. Nos sentimos literalmente no ar!

Sabe aquela figura do yin e do yang?; redonda, o preto no branco e o branco no preto? - É assim! As coisas tem ciclos: começam e acabam e o segredo da felicidade nesta vida é compreender isso e se adaptar a realidade.

Há momentos na nossa vida em que ficamos extremamente insatisfeitos. Pode ser com o nosso trabalho, com os nossos relacionamentos, com o nosso sentido de vida, com a nossa missão.

Essa insatisfação interior, mostra que a mudança já começou e ela passa por fases: Primeiro a gente acha que não é com a gente - É a fase da negação, depois a gente tenta barganhar, a gente reza, faz promessas, tenta um acordo, aí vê que é pra valer e caímos numa depressão, que é normal se não durar muito, até que aceitamos a mudança e vemos que ela não é tão assustadora assim, que ela é até bacana, veja só! E daqui a pouco a gente acha que é lógico! Foi melhor assim...

E saltamos para um novo nível de consciência, de maturidade, de existência.

Assim é a vida !

Mas, como viver esses momentos, quando tudo parece fugir ao controle?

Aqui vão algumas dicas:

É bom recolher-se e preparar o Espírito.

É bom cumprir todas as obrigações do dia a dia.

É bom fazer limpezas, selecionar e organizar o material antigo.

É bom entrar em contato com a nossa fé por meio da meditação e da oração.

É bom ter paciência e tolerância, e observar como as pessoas cometem desatinos durante esses tempos. A única solução é o amor. Se aparecerem boas ideias, anotar tudo para quando o processo estiver completado.

Se sentir desespero, respirar fundo e ter certeza de que tudo vai passar...

A mudança só acontece quando estamos prontos, ou só ficamos prontos quando passamos por ela?

Essa é uma pergunta eterna e só descobriremos a resposta vivendo intensamente com coragem e flexibilidade, seguindo o caminho do coração.


*Mirna Grzich

Jornalista, Mirna Grzich é uma referência quando o assunto é música , bem-estar, qualidade de vida, consciência, transformação na cultura da sociedade. Pioneira, trouxe para o Brasil a música new age, num programa semanal, o “Música da Nova Era”, que foi transmitido pelas rádios Eldorado FM de São Paulo, Jornal do Brasil AM e Globo FM do Rio de Janeiro, e Guarany FM de Belo Horizonte. Um programa que marcou época nos corações e mentes de 200 mil ouvintes.


domingo, 8 de janeiro de 2012

Momentos de Meditação


Ouça o Texto
Voz de Divaldo Franco


A vida moderna, rica de divertimentos e pobre de Espiritualidade, arrasta o homem para o exterior, para os jogos dos sentidos, em detrimento da harmonia que lhe deve constituir a base para quaisquer outras realizações, sem a qual ruem todas as suas construções, sempre efêmeras na sua realidade.

Sucessivas ondas de alucinados são jogadas nas praias do mundo, logo seguidas pelas dos deprimidos, ansiosos, insatisfeitos como a denunciar a falência dos valores ético-morais e das ambições tecnológicas que não felicitaram a criatura humana.

O descalabro e o absurdo campeiam, à solta, ao lado da corrupção de todo matiz, desenfreada, conspirando contra os ideais de nobreza, de justiça e de harmonia da Vida.

Há uma vaga imensa de descrença do homem pelo homem e uma terrível indiferença pelo amanhã, arrojando os indivíduos na corrente do desespero público ou mal controlado em ameaça crescente contra a cultura, a civilização, a família, o matrimônio...

Reserva-te periodicamente momentos para meditação.

Meditar é uma necessidade imperiosa que se impõe antes de qualquer realização.

Com esta atitude acalma-se a emoção e aclara-se o discernimento, harmonizando-se os sentimentos.

Não se torna indispensável que haja uma alienação, em fuga dos compromissos que lhe cumpre atender, face às responsabilidades humanas e sociais. Mas, que reserve alguns espaços mentais e de tempo, a fim de lograr o cometimento.

*

Começa o teu treinamento, meditando diariamente num pensamento do Cristo, fixando-o pela repetição e aplicando-o na conduta através da ação.

Aumenta, a pouco e pouco, o tempo que lhe dediques, treinando o inquieto corcel mental e aquietando o corpo desacostumado.

Sensações e continuados comichões que surgem, atende-os com calma, a mente ligada à idéia central, até conseguires superá-los.

A meditação deve ser atenta, mas não tensa, rígida.

Concentra-te, assentado comodamente, não, porém, o suficiente para amolentar-te e conduzir-te ao sono.

Envida esforços para vencer os desejos inferiores e as más inclinações.

Escolhe um lugar asseado, agradável, se possível, que se te faça habitual, enriquecendo-lhe a psicosfera com a qualidade superior dos teus anelos.

Reserva-te uma hora calma, em que estejas repousado.

Invade o desconhecido país da tua mente, a princípio reflexionando sem censurar, nem julgar, qual observador equilibrado diante de acontecimentos que não pode evitar.

Respira, calmamente, sentindo o ar que te abençoa a vida.

Procura a companhia de pessoas moralmente sadias e sábias, que te harmonizem.

Dias haverá mais difíceis para o exercício. O treinamento, entretanto, se responsabilizará pelos resultados eficazes.

Não lutes contra os pensamentos. Conquista-os com paciência.

Tão natural se te tornará a realização que, diante de qualquer desafio ou problema, serás conduzido à idéia predominante em ti, portanto, a de tranquilidade, de discernimento.

*

Gandhi jejuava em paz, por vários dias, sem sofrer distúrbios mentais, porque se habituara à meditação, à qual se entregava nessas oportunidades.

E Jesus, durante os quarenta dias de jejum, manteve-se em ligação com o Pai, prenunciando o testemunho no Getsêmani, quando entregue, em meditação profunda, na qual orava, deixou-se arrastar pelas mãos da injustiça, para o grande testemunho que viera oferecer à Humanidade.


Joanna de Ângelis

Do livro Momentos de Meditação, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Mentalização Positiva



"Um exercício meditativo para diluir a negatividade, dando-nos otimismo e nos auxiliando também na saúde física."


Ouça a Meditação
*Voz de Saara Nousiainen


Respire fundo algumas vezes enviando junto com o ar, uma onda relaxante para o seu corpo.

Envolva todo o seu corpo num sentimento de amor e de carinho. Deixe que uma sensação de paz vá tomando conta de seu íntimo.

Volte a atenção para o seu cérebro, para o centro da sua cabeça, para uma luz que brilha no centro da sua vida: é a sua essência mais íntima, é a presença de Deus em você.

Procure sentir a profunda harmonia, o amor e o poder que emanam dessa presença.

Concentre-se mais ainda nessa luz e deixe toda a sua personalidade diluir-se nela.

Tudo em você transforma-se em amor, harmonia, alegria...

Sinta profundo amor e respeito por si mesmo. Você já viveu milênios sem conta e tem a eternidade pela frente.

Diga mentalmente sentindo a verdade profunda que há nestas palavras:

Eu sou luz! Em minha essência mais íntima sou luz, sou poder, sou amor!

Eu posso controlar as minhas emoções, meus estados de espírito.

Quero que a partir de agora a minha mente vibre apenas no que for positivo, no que for bom, na alegria, na confiança, no otimismo.

Quero acolher apenas ideias positivas de vida, saúde, amor e alegria.

Eu sou vida... sou luz... sou amor... sou alegria.

Eu tenho a força e o poder do meu criador.

Quero que essa força dinamize a minha mente tornando-a forte.

Dinamize o meu corpo dando-me saúde e bem estar.

Dinamize a minha alma dando-me amor e alegria de viver.

Eu vencerei todas as dificuldades e serei feliz!

Fixe firmemente a sua memória a esse poder, esse querer, esse vencer.

Retorne tranquilamente ao ambiente exterior sentindo vibrar nas profundezas do seu ser a força divina, o amor do criador, a serena sensação de confiança, de bem estar, de contentamento.

Diga mentalmente:

A partir de agora sou uma pessoa cheia de vida e amor.

Estarei sempre contente e confiante, sejam quais forem os meus caminhos.


Saara Nousiainen

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Contemplação e Meditação


«Todos os dias torno-me no que sou.» A citação é de Robert Thurman, o eminente erudito budista da Universidade de Colúmbia, e para mim é um pensamento revigorante. Adoro o conceito de processo e fluxo que ele implica.

Todos os dias somos novos. Os nossos pensamentos, as nossas intenções e acções, a nossa consciência e percepções estão em constante evolução e com cada mudança emerge um nós diferente. Não somos a mesma pessoa que éramos há cinco anos nem mesmo há cinco minutos. E nem o são os nossos entes queridos, os nossos amigos ou os nossos conhecidos. Um dos resultados é que muitas vezes reagimos à pessoa antiga – e ela reage a nós - como a conhecíamos outrora, por isso, por exemplo, o rufia do liceu continua a ser um rufia para nós quando o voltamos a ver, mesmo que ele possa ter encontrado paz espiritual e seja um homem com um comportamento mais pacífico.

Portanto a evolução não serve de muito se não estivermos conscientes dela. Como podemos amadurecer se não virmos o processo em funcionamento? Como podemos aprender com a vida se não pararmos para a vivermos? Como podemos incorporar tudo o que nos aconteceu física e psicologicamente se não dermos tempo ao corpo e à mente para o ingerir? Como podemos mudar à medida que os nossos amigos e entes queridos mudam?

A maneira de acedermos a nós próprios e aos outros é através da contemplação espiritual relaxada e da meditação, e a altura de começar é no presente. Há uma diferença entre contemplação e meditação, embora estejam relacionadas. A contemplação significa concentrar-se num assunto ou objeto específico - a ideia da bondade caridosa, por exemplo, ou a beleza de uma borboleta. A meditação requer que se mantenha a mente completamente vazia, num estado de atenção ou alerta, livre para aceitar todos os sentimentos, ideias, imagens ou visões que entrem, e deixando a associação fluir para todos os aspectos do objeto ou pensamento - para compreender a sua forma, aspecto, cor, essência. É a arte de observar sem pensamento, sem comentário mental. É muito mais fácil para a mente ocidental praticar a contemplação. Estamos habituados a concentrar o cérebro num dado assunto, a pensar nele e a analisá-lo. A meditação é um conceito mais oriental, difícil de apreender e requerendo muita prática. Demora meses ou anos até se conseguir meditar com toda a mente, e pode-se não se ser capaz de a dominar completamente numa única vida. Isso não quer dizer, contudo, que não deva tentar meditar agora. (Lembre-se: Nesta vida, como em todas as outras, você está a progredir conscientemente em direção à imortalidade.) A própria tentativa traz as suas recompensas profundas, e em breve irá dar consigo a ansiar pelo tempo de isolamento que a meditação requer.

Você pode querer começar pela contemplação, e o objeto em que tem de concentrar-se é em si mesmo. Para descobrir quem é agora, pense em si neste momento. Deixe todos os pensamentos que tenha sobre si mesmo, bons ou maus, entrarem na sua consciência. Que imagens e pensamentos negativos ou preconceituosos descartaria como já não sendo exatos ou válidos? Que impressões e sentimentos positivos e autocurativos acrescentaria agora? Que experiências de vida o moldaram mais profundamente? Quando tiver outra vida, o que é que imagina que irá mudar em relação a esta? A ideia não é «gostar» de si próprio, nem, na verdade, avaliar-se. Você está a tentar ver o que está realmente lá por baixo da camuflagem da pessoa que mostra ao mundo.

Considere as pessoas significativas da sua vida. As suas imagens delas estão desatualizadas? A sua própria experiência ensinou-o a olhar para elas de maneira diferente? Como é que elas mudaram enquanto você próprio mudou? Como é que estas mudanças o vão levar a modificar a sua relação com elas de uma forma mais positiva, compreensiva e carinhosa? Como é que elas irão facilitar mais mudanças?

Nós somos todos obras em curso, movimentando-nos a velocidades diferentes ao longo dos nossos caminhos espirituais. Mas todos os dias devíamos fazer uma pausa para envolver a mente criativa nos conceitos fulcrais que podem moldar-nos enquanto humanos desejosos de ascender em direção ao Uno: amor, alegria, paz e Deus.


Brian Weiss

Do livro Muitos Corpos, Uma só Alma

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Especial do Mês



Caríssimos Leitores

Chegamos ao mês de recesso do Manancial de Luz.

Como em todos os anos, nesse mês que inicia um novo ano, as nossas postagens passam de diárias a intermediárias, ou seja, teremos as postagens atualizadas em dias alternados (a cada 48 horas).

Para renovar as nossas energias estaremos com o especial "Repositório Luminar"; uma reunião de mensagens edificantes e meditações que nos auxiliam em nosso bem-estar espiritual, nos trazendo a paz e nos reequilibrando ante as atribulações do dia a dia.

Destacaremos nesse especial os trabalhos de médiuns e autores especializados como Brian Weiss, Salle Merrill Redfield, Divaldo Pereira Franco, Francisco do Espírito Santo Neto, Wanderley S. de Oliveira, dentre outros...

Retornaremos em fevereiro com as nossas postagens diárias.

Agradecemos sempre pelas vossas visitas, desejando a todos um 2012 repleto de Paz e Felicidade!

Abraços fraternos !

Carlos Pereira
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