quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Gotas de Luz


O PRINCÍPIO VITAL



Estudo com base nas questões de 60 à 67 do capítulo IV do livro O Livro dos Espíritos de Allan Kardec.

Os seres são classificados em dois tipos: Orgânicos e Inorgânicos. Os orgânicos são aqueles que trazem em si atividades que lhes dá a vida, eles nascem, crescem, reproduzem-se e morrem. São aqueles que possuem órgãos especializados para realizar os diferentes atos da vida e apropriados às suas necessidades de conservação. Já os inorgânicos não possuem vitalidade nem movimentos próprios, são formados apenas pela agregação da matéria, como os minerais, a água, o ar, etc. A força que une os elementos materiais é a lei da atração, que é a mesma tanto para os seres orgânicos como para os inorgânicos.

A única diferença entre a matéria que forma estes seres está no fato de que nos seres orgânicos esta é animalizada, e a causa é a sua união com o princípio vital. A vida é um efeito de uma ação de um agente sobre a matéria, este sem ela não é vida, da mesma forma que ela sem ele não vive. É este agente que dá vida aos seres que o absorvem e assimilam.

O princípio vital constitui um dos elementos necessários para a constituição do Universo, tem como fonte a matéria universal modificada. É um elemento como o oxigênio, hidrogênio, etc.

O fluido vital tem como sua fonte o fluido cósmico universal, é conhecido como fluido magnético ou fluido elétrico animalizado. Ele é a ligação entre o espírito e a matéria. Ele é o mesmo para todos os seres orgânicos, apenas é modificado segundo as espécies. É ele que dá movimento e atividade e os distingue dos inorgânicos que apenas recebem o movimento, não o produzem.

A quantidade de fluido vital não é igual em todos os seres orgânicos, varia nas espécies e em cada indivíduo. Alguns possuem apenas uma quantidade suficiente outros estão saturados deste fluido. Por isso alguns indivíduos são mais ativos e mais enérgicos. Porém esta quantidade de fluido se esgota e pode ser incapaz de entreter a vida, se não for renovada através da absorção e assimilação de substâncias que o contém. Um indivíduo pode transmiti-lo a outro e desta forma aquele que tem em abundância pode dá-lo a quem tem menos e até em alguns casos voltar uma vida prestes a extinguir-se.

A atividade do princípio vital é mantida durante toda a vida orgânica do indivíduo, pela ação em conjunto de seus órgãos, estes quando chegam à exaustão cessam a manutenção da vida e morrem e com isso o princípio vital se extingue.

O Princípio vital reside no fluido cósmico universal e o espírito tira deste fluido o seu envoltório semimaterial que constitui o seu perispírito e é através dele que atua sobre a matéria inerte. Nas movimentações físicas o fluido vital tem papel fundamental, pois é através dele que um espírito pode mover um objeto como um copo por exemplo. O espírito não move o copo, mas utilizando da combinação do fluido vital do médium e do fluido universal ele anima temporariamente o copo de uma vida fictícia e este obedece à impulsão que o espírito lhe dá.

Sobre este assunto, o espírito São Luis forneceu importantes informações, sobre a possibilidade de um espírito aparecer com a solidez de um corpo vivo ele afirmou que ele combina parte do fluido universal com o fluido liberado do médium e que é apropriado a esse efeito, este fluido, à sua vontade, reveste a forma que deseja geralmente impalpável. Este fluido do médium é semi material e compõe o perispírito como afirmou São Luis:

“3. Esse fluido é material?

- R. Semi-material.

4. É esse fluido que compõe o perispírito?

- R. Sim, é a ligação do Espírito à matéria.

5. É esse fluido que dá a vida, o princípio vital?

- R. Sempre ele; eu disse ligação.” [1]

Kardec então conclui: “Uma vez que o fluido vital, impelido de alguma sorte pelo Espírito, dá uma vida factícia e momentânea aos corpos inertes, que o perispírito não é outra coisa que esse mesmo fluido vital, segue-se que quando o Espírito está encarnado, é ele quem dá vida ao corpo, por meio do seu perispírito; e fica unido tanto quanto a organização lhe permita; quando ele se retira, o corpo morre. Agora se, em lugar de uma mesa, se esculpe a madeira em estátua, e que se atue sobre essa estátua igual que sobre a mesa, ter-se-á uma estátua que se movimentará, que baterá, que responderá pelos seus movimentos e seus golpes; ter-se-á, numa palavra, uma estátua momentaneamente animada de uma vida artificial. Quanta luz essa teoria lança sobre uma multidão de fenômenos até aqui inexplicados! Quantas alegorias e efeitos misteriosos ela explica! É toda uma filosofia.” [1]

Ele ainda afirma que o fluido universal é elemento do fluido elétrico e que envolve os mundos, pois sem o princípio vital nada viveria. Se um homem se elevasse acima do fluido universal que rodeia os mundos, morreria, porque o princípio vital se retiraria para juntar-se à massa. É este fluido que anima o homem. Este é mais ou menos etéreo segundo a natureza do globo, o da Terra é um dos mais materiais.

Este fluido condensado constitui o perispírito, ou envoltório semi-material do espírito, na encarnação esse perispírito está unido à matéria do corpo e na erraticidade, ele está livre.




Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, cap IV, Princípio Vital
A Gênese, capítulo X.
O Livro dos Médiuns, capítulo IV, item XIII.
Revista Espírita, junho de 1858


[1] Revista Espírita, junho de 1858

Fonte: A Era do Espírito

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