sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Recesso de Carnaval


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Caríssimos leitores e visitantes do blog,

Comunicamos que em virtude do carnaval faremos uma pausa com as nossas postagens no período de 28 a 05.03 (quarta-feira), retornando normalmente com as nossas atualizações a partir do dia 06.03 (quinta-feira).

Desejo a todos vocês um carnaval de muita paz e alegria.

Muito grato pela atenção!

Que Deus os abençoe.



Abraço fraterno!

Carlos Pereira - Manancial de Luz

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Escala Espírita


Os Espíritos são de diferentes ordens, segundo o grau de perfeição a que tenham chegado. (LE – 96)

O número dessas ordens é ilimitado, pois não há entre elas uma linha de demarcação, traçada como barreira, de maneira que se podem multiplicar ou restringir as divisões, à vontade. Não obstante, se considerarmos os caracteres gerais, poderemos reduzi-las a três ordens principais.

 Na primeira ordem, podemos colocar os que já chegaram à perfeição; os Espíritos puros.

 Na segunda ordem, estão os que chegaram ao meio da escala: o desejo do bem é a sua preocupação.
 Na terceira ordem, os que estão ainda na base da escala: os Espíritos imperfeitos, que se caracterizam pela ignorância, o desejo do mal e todas as más paixões que lhes retardam o desenvolvimento. (LE – 97)
Os Espíritos da segunda ordem têm o desejo do bem e possuem a condição de fazê-lo de acordo com o grau do progresso espiritual conquistado: uns possuem a ciência; outros a sabedoria e a bondade, entretanto todos ainda têm provas a sofrer. (LE – 98)


Os Espíritos da terceira ordem não são todos essencialmente maus:

 uns não fazem bem nem mal;

 outros, ao contrário, se comprazem no mal e ficam satisfeitos quando encontram ocasião de praticá-la.
 Há ainda Espíritos levianos ou estouvados, mais travessos do que malignos, que se comprazem mais na malícia do que na maldade, encontrando prazer em mistificar e causar pequenas contrariedades, das quais se riem. (LE – 99)

ESCALA ESPÍRITA

OBSERVAÇÕES PRELIMINARES. (LE – 100)


A classificação dos Espíritos funda-se no seu grau de desenvolvimento, nas qualidades por eles adquiridas e nas imperfeições de que ainda não se livraram.

 Esta classificação nada tem de absoluta:

 Nenhuma categoria apresenta caráter bem definido, a não ser no conjunto:
De um grau a outro a transição é insensível, pois, nos limites, as diferenças se apagam, como nos reinos da Natureza, nas cores do arco-íris ou ainda nos diferentes períodos da vida humana.

Pode-se, portanto, formar um número maior ou menor de classes, de acordo com a maneira por que se considerar o assunto.

Acontece o mesmo que em todos os sistemas de classificação científica:

• os sistemas podem ser mais ou menos completos, mais ou menos racionais, mais ou menos cômodos para a inteligência;
o mas, sejam como forem, nada alteram quanto à substância da Ciência.
Os Espíritos, interpelados sobre isto, puderam, pois, variar quanto ao número das categorias, sem maiores consequências.

Houve quem se apegasse a esta contradição aparente, sem refletir que eles não dão nenhuma importância ao que é puramente convencional.

Para eles o pensamento é tudo:

• deixam-nos os problemas da forma, da escolha dos termos, das classificações, em uma palavra, dos sistemas.
Ajuntemos ainda esta consideração, que jamais se deve perder de vista:

• Entre os Espíritos, como entre os homens, há os que são muito ignorantes, e nunca será demais estarmos prevenidos contra a tendência a crer que eles tudo sabem, por serem Espíritos.
 Toda classificação exige método, análise e conhecimento aprofundado do assunto.
• No mundo dos Espíritos, os que têm conhecimentos limitados são como os ignorantes deste mundo, incapazes de apreender um conjunto e formular um sistema;
• Eles não conhecem ou não compreendem senão imperfeitamente qualquer classificação;
• Para eles, todos os Espíritos que lhes sejam superiores são de primeira ordem, pois não podem apreciar as suas diferenças de saber, de capacidade e de moralidade, como entre nós faria um homem rude em relação aos homens ilustrados.
E aqueles mesmos que sejam capazes, podem variar nos detalhes, segundo os seus pontos de vista, sobretudo quando uma divisão nada tem de absoluto.

Linneu, Jussieu, Tournefort, tiveram cada qual o seu método e a Botânica não se alterou por isso. E que eles não inventaram nem as plantas, nem os seus caracteres, mas apenas observaram as analogias, segundo as quais formaram os grupos e as classes.

Foi assim que procedemos.

• Nós também não inventamos os Espíritos nem os seus caracteres.
• Vimos e observamos; julgamos pelas suas palavras e os seus atos, e depois os classificamos pelas semelhanças, baseando-nos nos dados que eles nos forneceram.
Os Espíritos admitem, geralmente, três categorias principais ou três grandes divisões.




• Na última, aquela que se encontra na base da escala, estão os Espíritos imperfeitos, caracterizados pela predominância da matéria sobre o espírito e pela propensão ao mal.

• Os da segunda se caracterizam pela predominância do espírito sobre a matéria e pelo desejo de praticar o bem:

o são os Espíritos bons.

• A primeira, enfim, compreende os Espíritos puros, que atingiram o supremo grau de perfeição.

Esta divisão nos parece perfeitamente racional e apresenta caracteres bem definidos; não nos resta senão destacar, por um número suficiente de subdivisões, as nuanças principais do conjunto. Foi o que fizemos, com o concurso dos Espíritos, cujas benevolentes instruções jamais nos faltaram.


Com a ajuda deste quadro será fácil determinar a ordem e o grau de superioridade ou inferioridade dos Espíritos com os quais podemos entrar em relação, e, por conseguinte o grau de confiança e de estima que eles merecem. Esta é de alguma maneira, a chave da Ciência espírita, pois só ela pode explicar-nos as anomalias que as comunicações apresentam, esclarecendo-nos sobre as irregularidades intelectuais e morais dos Espíritos.

Observaremos, entretanto, que

• os Espíritos não pertencem para sempre e exclusivamente a esta ou àquela classe;
• o seu progresso se realiza gradualmente, e como muitas vezes se efetua mais num sentido que noutro,
• eles podem reunir as características de várias categorias, o que é fácil avaliar por sua linguagem e seus atos.
TERCEIRA ORDEM: ESPÍRITOS IMPERFEITOS

CARACTERES GERAIS. (LE – 101)

• Predominância da matéria sobre o Espírito.
• Propensão ao mal. Ignorância, orgulho, egoísmo e todas as más paixões consequentes. Têm a intuição de Deus, mas não o compreendem.
• Nem todos são essencialmente maus; em alguns, há mais leviandade.
• Uns não fazem o bem, nem o mal; mas, pelo simples fato de não fazerem o bem, revelam a sua inferioridade. Outros, pelo contrário, se comprazem no mal e ficam satisfeitos quando encontram ocasião de praticá-la.
• Podem aliar a inteligência à maldade ou à malícia: mas, qualquer que seja o seu desenvolvimento intelectual, suas ideias são pouco elevadas e os seus sentimentos mais ou menos abjetos.
• Os seus conhecimentos sobre as coisas do mundo espírita são limitados, e o pouco que sabem a respeito se confunde com as ideias e os preconceitos da vida corpórea. Não podem dar-nos mais do que noções falsas e incompletas daquele mundo;
Mas o observador atento encontra frequentemente, nas suas comunicações, mesmo imperfeitas.

• A confirmação das grandes verdades ensinadas pelos Espíritos superiores.
• O caráter desses Espíritos se revela na sua linguagem.
• Todo Espírito que, nas suas comunicações, trai um pensamento mau, pode ser colocado na terceira ordem;
o por conseguinte, todo mau pensamento que nos for sugerido provém de um Espírito dessa ordem.
• Veem a felicidade dos bons, e essa visão é para eles um tormento incessante, porque lhes faz provar as angústias da inveja e do ciúme.
• Conservam a lembrança e a percepção dos sofrimentos da vida corpórea, e essa impressão é frequentemente mais penosa que a realidade.
• Sofrem, portanto, verdadeiramente, pelos males que suportarem e pelos que acarretaram aos outros; e como sofrem por muito tempo, julgam sofrer para sempre. Deus, para os punir, quer que eles assim pensem.
Podemos dividi-los em cinco classes principais.

DÉCIMA CLASSE.
 ESPÍRITOS IMPUROS. (LE – 102)
• São inclinados ao mal e o fazem objeto de suas preocupações. Como Espíritos, dão conselhos pérfidos, insuflam a discórdia e a desconfiança e usam todos os disfarces para melhor enganar. Apegam-se às pessoas de caráter bastante fraco para cederem às suas sugestões, a fim de as levar à perda, satisfeitos de poderem retardar o seu adiantamento, ao fazê-las sucumbir ante as provas que sofrem. Nas manifestações, reconhecem-se esses Espíritos pela linguagem: a trivialidade e a grosseria das expressões, entre os Espíritos como entre os homens, é sempre um índice de inferioridade moral, senão mesmo intelectual. Suas comunicações revelam a baixeza de suas inclinações, e se eles tentam enganar, falando de maneira sensata, não podem sustentar o papel por muito tempo e acabam sempre por trair a sua origem.
• Alguns povos os transformaram em divindades malfazejas, outros os designam como demônios, gênios maus, Espíritos do mal.
• Quando encarnados, inclinam-se a todos os vícios que as paixões vis e degradantes engendram: a sensualidade, a crueldade, a felonia, a hipocrisia, a cupidez e a avareza sórdida. Fazem o mal pelo prazer de fazê-la, no mais das vezes sem motivo, e, por aversão ao bem, quase sempre escolhem suas vítimas entre as pessoas honestas. Constituem verdadeiros flagelos para a Humanidade, seja qual for a posição social que ocupem e o verniz da civilização não os livra do opróbrio e da ignomínia.

NONA CLASSE.
• ESPÍRITOS LEVIANOS. (LE – 103)
• São ignorantes, malignos, inconsequentes e zombeteiros. Metem-se em tudo e a tudo respondem sem se importarem com a verdade. Gostam de causar pequenas contrariedades e pequenas alegrias, de fazer intrigas, de induzir maliciosamente ao erro, por meio de mistificações e de espertezas. A esta classe pertencem os Espíritos vulgarmente designados pelos nomes de duendes, diabretes, gnomos, trasgos. Estão sob a dependência de Espíritos superiores, que deles muitas vezes se servem o fazemos com os criados.
• Nas suas comunicações com os homens, a sua linguagem é muitas vezes espirituosa e alegre, mas quase sempre sem profundidade; apanham as esquisitices e os ridículos humanos, que interpretam de maneira mordaz e satírica. Se tornam nomes supostos, é mais por malícia do que por maldade.

OITAVA CLASSE.
• ESPÍRITOS PSEUDO-SÁBIOS. (LE – 104)
• Seus conhecimentos são bastante amplos, mas julgam saber mais do que realmente sabem. Tendo realizado alguns progressos em diversos sentidos, sua linguagem tem um caráter sério, que pode iludir quanto à sua capacidade e às suas luzes. Mas isso, frequentemente, não é mais do que um reflexo dos preconceitos e das ideias sistemáticas que tiveram na vida terrena. Sua linguagem é uma mistura de algumas verdades com os erros mais absurdos, entre os quais repontam a presunção, o orgulho, a inveja e a teimosia de que não puderam despir-se.

SÉTIMA CLASSE.
• ESPÍRITOS NEUTROS. (LE – 105)
• Nem são bastante bons para fazerem o bem, nem bastante maus para fazerem o mal; tendem tanto para um como para outro e não se elevam sobre a condição vulgar da humanidade, quer pela moral ou pela inteligência. Apegam-se às coisas deste mundo, saudosos de suas grosseiras alegrias.


SEXTA CLASSE.

• ESPÍRITOS BATEDORES E PERTURBADORES. (LE – 106)
• Estes Espíritos não formam, propriamente falando, uma classe diferente quanto às suas qualidades pessoais, e podem pertencer a todas as classes da terceira ordem. Manifestam frequentemente sua presença por efeitos sensíveis e físicos, como golpes, movimento e deslocamento anormal de corpos sólidos, do ar, etc. Parece que estão mais apegados à matéria do que os outros, sendo os agentes principais das vicissitudes dos elementos do globo, quer pela sua ação sobre o ar, a água, o fogo, os corpos sólidos, ou nas entranhas da Terra. Reconhece-se que esses fenômenos não são devidos a uma causa fortuita e física, quando têm um caráter intencional e inteligente. Todos os Espíritos podem produzir esses fenômenos, mas os Espíritos elevados os deixam, em geral, a cargo dos Espíritos subalternos, mais aptos para as coisas materiais que para as inteligentes. Quando julgam que as manifestações desse gênero são úteis, servem-se desses Espíritos como auxiliares.

SEGUNDA ORDEM
• ESPÍRITOS BONS
CARACTERES GERAIS. (LE – 107)
• Predomínio do Espírito sobre a matéria;
• desejo do bem.
Suas qualidades e seu poder de fazer o bem estão na razão do grau que atingiram:

• uns possuem a ciência, outros a sabedoria e a bondade;
• os mais adiantados juntam ao seu saber as qualidades morais.
Não estando ainda completamente desmaterializados, conservam mais ou menos, segundo sua ordem, os traços da existência corpórea, seja na linguagem, seja nos hábitos, nos quais se encontram até mesmo algumas de suas manias. Se não fosse assim seriam Espíritos perfeitos.

Compreendem Deus e o infinito e gozam já da felicidade dos bons. Sentem-se felizes quando fazem o bem e quando impedem o mal. O amor que os une é para eles uma fonte de inefável felicidade, não alterada pela inveja nem pelos remorsos, ou por qualquer das paixões que atormentam os Espíritos imperfeitos; mas terão ainda passar por provas, até atingirem a perfeição absoluta.

Como Espíritos, suscitam bons pensamentos, desviam os homens do caminho do mal, protegem durante a vida aqueles que se tornam dignos e neutralizam a influência dos Espíritos imperfeitos sobre os que não comprazem nela.

Quando encarnados,
• são bons e benevolentes para com os semelhantes;
• não se deixam levar pelo orgulho, nem pelo egoísmo, nem pela ambição;
• não provam ódio, nem rancor, nem inveja ou ciúme, fazendo o bem pelo bem.
A esta ordem pertencem os Espíritos designados nas crenças vulgares pelos nomes de bons gênios, gênios protetores, Espíritos do bem. Nos tempos de superstição e de ignorância, foram considerados divindades benfazejas. Podemos dividi-los em quatro grupos principais:

QUINTA CLASSE.
• ESPÍRITOS BENÉVOLOS. (LE – 108)
• Sua qualidade dominante é a bondade;
• gostam de prestar serviços aos homens e de os proteger; mas o seu saber é limitado:
o seu progresso realizou-se mais no sentido moral que no intelectual.

QUARTA CLASSE.
• ESPÍRITOS SÁBIOS. (LE – 109)
• O que especialmente os distingue é a amplitude dos conhecimentos.
• Preocupam-se menos com as questões morais do que com as científicas, para as quais têm mais aptidão;
o mas só encaram a Ciência pela sua utilidade, livre das paixões que são próprias dos Espíritos imperfeitos.


TERCEIRA CLASSE.
• ESPÍRITOS PRUDENTES. (LE – 110)
• Caracterizam-se pelas qualidades morais de ordem mais elevada. Sem possuir conhecimentos ilimitados, são dotados de uma capacidade intelectual que lhes permite julgar com precisão os homens e as coisas.

SEGUNDA CLASSE.
• ESPÍRITOS SUPERIORES. (LE – 111)
• Reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade.
• Sua linguagem, que só transpira benevolência, é sempre digna, elevada e frequentemente sublime.
• Sua superioridade os torna, mais que os outros, aptos a nos proporcionar as mais justas noções sobre as coisas do mundo incorpóreo, dentro dos limites do que nos é dado conhecer.
• Comunicam-se voluntariamente com os que procuram de boa fé a verdade, e cujas almas bastante libertas dos liames terrenos para a compreender; mas afastam-se dos que são movidos apenas pela curiosidade, ou que, pela influência da matéria, desviam-se da prática do bem.
• Quando, por exceção, se encarnam na Terra, é para cumprir uma missão de progresso, e então nos oferecem o modelo de perfeição a que a humanidade pode aspirar neste mundo.
• O tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem, para lhe servir de guia e modelo foi Jesus. (LE – 625) (2)
NOTA DE ALLAN KARDEC: Jesus é para o homem o tipo de perfeição moral a que pode aspirar a Humanidade na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ele ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque ele estava ANIMADO do Espírito divino e foi o ser mais puro que já apareceu na Terra. (Tradução de J. Herculano Pires)


PRIMEIRA ORDEM: ESPÍRITOS PUROS

CARACTERES GERAIS. (LE – 112)

• Nenhuma influência da matéria.
• Superioridade intelectual e moral absoluta, em relação aos Espíritos das outras ordens.

PRIMEIRA CLASSE. (LE – 113)
• CLASSE ÚNICA
• Percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Havendo atingido a soma de perfeições de que é suscetível a criatura,não têm mais provas nem expiações a sofrer. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, vivem a vida eterna, que desfrutam no seio de Deus.

Fonte: A Era do Espírito

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O Grave Problema Das Influências Espirituais


Naturalmente, a resposta à questão 459 – os Espíritos influenciam em vossos pensamentos e atos muito mais que imaginais e, invariavelmente são eles que vos conduzem -, d’O Livro dos Espíritos, abriu caminho para diversas reflexões e deduções de Allan Kardec, posteriormente referendadas pela Equipe Espiritual que o assessorava ou confirmadas pelos inúmeros relatos a ele enviados por leitores e correspondentes de várias partes da Europa e Norte da África. Tal revelação possibilita a compreensão de muitos fatos observados ao longo da História da Humanidade. Em 1969, o erudito espírita Wallace Leal Rodrigues assinou o prefácio de obra por ele traduzida do original organizado pela União Espírita da Bélgica intitulada A Obsessão (clarim), segundo consta na folha de rosto, impressa em francês com a aprovação do próprio Espírito de Allan Kardec em comunicação datada de seis de setembro de 1950. O livro consiste numa compilação de artigos publicados ao longo de vários anos nos números da Revista Espírita, abordando vários aspectos do fenômeno a que todos estamos expostos. Compulsando-lhe as páginas, recolhemos alguns dados interessantes que reproduziremos a seguir para ampliação do nosso entendimento do problema:

1- O homem que vive em meio ao Mundo Invisível está incessantemente submetido a essas influências, do mesmo modo que às da atmosfera que respira.

2- Essas influências se traduzem por efeitos morais e fisiológicos, dos quais não se dá conta e que, frequentemente, atribui a causas inteiramente contrárias.

3- Essas influências diferem, naturalmente, segundo as boas ou más qualidades do Espírito. Se ele for bom e benevolente, a influência será agradável e salutar; como as carícias de uma terna mãe, que toma o filho nos braços. Se for mau e perverso, será dura, penosa, de ânsia e por vezes perversa: não abraça – constringe.

4- Vivemos num oceano fluídico, incessantemente a braços com correntes contrárias, que atraímos ou repelimos, e às quais nos abandonamos, conforme nossas qualidades pessoais, mas em cujo meio o homem sempre conserva o seu livre arbítrio, atributo essencial de sua natureza, em virtude do qual pode sempre escolher o caminho.

5- Isto é inteiramente independente da faculdade mediúnica, tal qual esta é vulgarmente compreendida.

6- Estando a ação do Mundo Invisível, na ordem das coisas naturais, ele se exerce sobre o homem, abstração feita de qualquer conhecimento espírita. Estamos a ela submetidos como o estamos à ação da eletricidade atmosférica, mesmo sem saber Física, como ficamos doentes, sem conhecer Medicina.

7- Assim como a Física nos ensina a causa de certos fenômenos e a Medicina a de certas doenças, o estudo da ciência espírita nos ensina a dos fenômenos devidos às influências ocultas do Mundo Invisível e nos explica o que, sem isto, parecerá inexplicável.

8- A ação dos maus Espíritos, sobre as criaturas que influenciam, apresenta nuanças de intensidade e duração extremamente variadas, conforme o grau de malignidade e de perversidade do Espírito e, também, de acordo com o estado moral da pessoa, que lhe dá acesso mais ou menos fácil. Por vezes, tal ação é temporária e acidental, mais maliciosa e desagradável que perigosa.

9- A mediunidade é o meio direto de observação. O médium – permitam-nos a comparação – é o instrumento de laboratório pelo qual a ação do mundo invisível se traduz de maneira patente. E, pela facilidade oferecida de repetição das experiências, permite-nos estudar o modo e as nuanças desta ação. Destes estudos e observações nasceu a ciência espírita.

10- Todo individuo que, desta ou daquela maneira, sofre a influência dos Espíritos, é, por isto mesmo, médium. Por isso pode dizer-se que todo mundo é médium.

Mas, é pela mediunidade efetiva, consciente e facultativa, que se chegou a constatar a existência do Mundo Invisível e, pela diversidade das manifestações obtidas ou provocadas, que foi possível esclarecer a qualidade dos seres que o compõem e o papel que representam na natureza. O médium fez pelo Mundo Invisível o mesmo que o microscópio pelo Mundo dos infinitamente pequenos”.


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Emigrações e Imigrações dos Espíritos



1.- No intervalo de suas existências corporais, os espíritos ficam no estado de erraticidade e formam a população espiritual da Terra. Pelas mortes e pelos nascimentos dos corpos físicos, as duas populações, terrestre e espiritual, trocam de posição incessantemente. Há, pois, diariamente, emigrações do mundo corpóreo para o mundo espiritual e imigrações deste para aquele: é o estado normal.

2.- Em determinadas épocas ditadas pela sabedoria divina, essas emigrações e imigrações operam-se em grandes quantidades, em virtude de revoluções que ocasionam a partida simultânea de grande número de espíritos, logo substituídos por equivalentes quantidades de encarnações. Os flagelos destruidores e os cataclismos devem, portanto, considerar-se como ocasiões de chegadas e partidas coletivas, meios providenciais de renovamento da população corporal do globo, de ela se retemperar pela introdução de novos elementos espirituais mais depurados.

3.- Na destruição de grande número de corpos que se verifica por essas catástrofes, nada mais há do que rompimento de vestiduras. Nenhum espírito perece: eles apenas mudam de planos. Em vez de partirem isoladamente, partem em bandos. Essa a única diferença, visto que, por uma causa ou por outra, fatalmente têm que partir, cedo ou tarde.

4.- As renovações rápidas, quase instantâneas, que se produzem no elemento espiritual da população, por efeito dos flagelos destruidores, apressam o progresso social. Sem as emigrações e imigrações que de tempos a tempos lhe vêm dar violento impulso, só com extrema lentidão esse progresso se realizaria.

5.- Essa transfusão que se efetua entre a população encarnada e desencarnada de um planeta, igualmente se efetua entre os mundos, quer individualmente, nas condições normais, quer por massas, em circunstâncias especiais. Há, pois, emigrações e imigrações coletivas de um mundo para outro, donde resulta a introdução, na população de um deles, de elementos inteiramente novos.

6.- As novas raças de espíritos que vêm se misturar às existentes constituem novas raças de homens. Como os espíritos nunca mais perdem o que adquiriram, trazem consigo sempre a inteligência e a intuição dos conhecimentos que possuem, o que faz que imprimam o caráter que lhes é peculiar à raça corpórea que venham animar. Para isso, só necessitam de que novos corpos sejam criados para serem por eles usados. Em chegando à Terra, integram-lhe, a princípio, a população espiritual. Depois, encarnam, como os outros.



Fonte: CVDEE

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O Perispírito


O que é o perispírito? Qual a sua origem e natureza? Quais são as suas propriedades e funções? É ele a sede da memória e da sensibilidade? É o molde do corpo físico? À luz da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, tentaremos, resumidamente, responder a essas questões.

Definição, Origem e Natureza

O perispírito é uma condensação do fluido cósmico universal em torno de um foco de inteligência, ou Alma. É o envoltório semimaterial do Espírito e o laço que une o Espírito à matéria do corpo. Portanto, nos Espíritos desencarnados o perispírito forma o corpo fluídico que eles possuem, enquanto nos Espíritos encarnados ele é o órgão semimaterial que une o corpo físico ao Espírito, sendo, dessa forma, o órgão de transmissão de todas as sensações. Se diz que o perispírito é semimaterial porque pertence à matéria pela sua origem (Fluido Universal) e à espiritualidade pela sua natureza etérea. Por sua natureza e em seu estado normal o perispírito é invisível, porém, ele pode sofrer modificações que o tornem perceptível e até tangível, ou seja, possível de ser visto e tocado.

O Espírito extrai seu perispírito dos elementos contidos nos fluidos ambientes de cada mundo, de onde se deduz que os elementos constitutivos do perispírito variam conforme os mundos. A natureza do perispírito está sempre em relação ao grau de adiantamento moral do Espírito, portanto, conforme seja mais ou menos depurado o Espírito, seu perispírito se formará das partes mais puras ou mais grosseiras do fluido peculiar ao mundo onde ele venha encarnar.

Propriedades

O perispírito não se acha encerrado nos limites do corpo, como numa caixa. Pela sua natureza fluídica, ele é expansível, irradia para o exterior e forma em torno do corpo uma atmosfera que o pensamento e a força de vontade podem dilatar com maior ou menor intensidade. A Ciência comprova isso através de fotografias se utilizando da máquina Kirlian.

Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica a dos fluidos do mundo espiritual, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, re­age sobre o organismo material com que se acha em contacto molecular. Se os eflúvios são de boa natureza o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades.

Em virtude de sua natureza etérea, o Espírito propriamente dito não pode atuar sobre a matéria grosseira, sem intermediário, isto é, sem o elemento que o ligue à matéria. Esse intermediário, que é o perispírito, é o princípio de todas as manifestações espíritas e anímicas, pois possibilita ao Espírito atuar sobre a matéria.

O perispírito é o intermediário pelo qual se processa a transferência dos fluidos, da energia, nos processos de curas e passes espirituais.

Funções

O perispírito é o organismo que personaliza e individualiza o Espírito e o identifica quanto à aparência. A alma após a morte jamais perde sua individualidade. Ela comprova essa individualidade, apesar de não mais possuir o corpo material, através de um fluido que lhe é próprio, haurido na atmosfera do seu planeta e que guarda a aparência de sua última encarnação: seu perispírito. É através dele que um ser abstrato como é o Espírito se torna um ser concreto, definido e apreensível pelo pensamento.

Órgão sensitivo do Espírito:

O perispírito é o órgão de transmissão de todas as sensações do Espírito. O corpo recebe uma sensação que vem do exterior, o perispírito que está ligado a esse corpo transmite essa sensação e o Espírito, que é o ser sensível e inteligente a recebe. E vice-versa: quando o ato é de iniciativa do Espírito, o perispírito transmite e o corpo executa.

Princípio das Comunicações:

Para atuar na matéria, o Espírito precisa de matéria. Como já foi dito, em virtude de sua natureza etérea, o Espírito, propriamente dito, não pode atuar sobre a matéria grosseira sem um intermediário que o ligue a essa matéria. Esse intermediário, que nós chamamos de perispírito, nos faculta a chave de todos os fenômenos espíritas de ordem material. Portanto, o perispírito é o órgão de manifestação utilizado pelo Espírito nas comunicações com o plano dos espíritos encarnados.

Sede da Memória e Sensibilidade

É comum encontrarmos alguns autores espíritas que confundem alguns atributos do Espírito como sendo do perispírito. A sede da memória é um deles. Segundo Kardec, o Espírito é quem possui a sede da memória, pois ele é o ser inteligente, pensante e eterno. Sem o Espírito, o perispírito é uma matéria inerte privada de vida e sensações. É importante lembrar que os Espíritos ao passarem de um mundo para outro, mudam de perispírito de acordo com a natureza dos fluidos ambientes. Se no perispírito residisse a sede da memória, o Espírito a perderia cada vez que tivesse que mudar a constituição íntima de seu envoltório fluídico.

A mesma coisa se dá quando nos referimos à sede da sensibilidade. É o Espírito quem ama, sofre, pensa, é feliz, triste, ou seja, é nele que residem todas essas sensações ou faculdades. O perispírito é apenas o órgão que transmite todas essas sensações, portanto, é um instrumento a serviço do Espírito. Logo, segundo Kardec, é in­correto dizer que é no perispírito que ficam marcadas ou gravadas certas memórias ou atos do Espírito durante sua vida. Como já vimos, o perispírito é matéria, não pensa nem tem memória. Isso são atributos do Espírito.

Molde do Corpo Físico

"Quando o Espírito tem de encarnar num corpo em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atrai por uma força irresistível desde o momento da concepção. Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio de seu perispírito se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra...:" No desencarne ocorre exatamente o contrário: o perispírito se desprende molécula a molécula, conforme se unira e ao Espírito é restituída a liberdade. Assim, não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo e, sim, a morte do corpo é que determina a partida do Espírito.

Finalmente, em "O Livro dos Espíritos, pergunta n. 356”:

P - “Entre os natimortos alguns haverá que não tenham sido destinados à encarnação de Espíritos?"
R - “Alguns há, efetivamente a cujos corpos nunca nenhum Espírito esteve destinado. Nada tinha que se efetuar para eles. Tais crianças só vêm por seus pais."

Pergunta n. 356-A:

P - “Pode chegar a termo de nascimento um ser dessa natureza?"
R - “Algumas vezes, mas não vive."

Ora, se existem corpos físicos aos quais nunca nenhum Espírito esteve destinado, obviamente não havendo Espírito, não haveria perispírito para servirem de modelos. E como conseguiram as células se multiplicarem e darem ao final uma conformação humana a esse corpo físico se não havia o perispírito para servir de molde? Isso nos leva à conclusão de que o perispírito não é o molde ou forma do corpo humano.

O molde, a forma ou modelo se encontra nos fatores genéticos e hereditários de cada ser, herdados do material genético doado pelos seus pais. "O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito." O Livro do Espíritos, perg. 207 e ainda em João 3:6, Jesus disse: "O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é Espírito."

Enfatizamos ainda que o Espírito se utiliza do perispírito como um laço fluídico para se ligar ao corpo em formação, corpo este que se desenvolve conforme os fatores genéticos e hereditários de cada ser herdado, como já foi dito, do material genético doado pelos seus pais. ("A Gênese", cap. XI - item 18).

Sendo o Espírito o arquiteto e condicionador do seu corpo de manifestação, juntamente com as Leis Naturais, não há que se falar que o perispírito seja o molde do corpo físico e, sim, o perispírito, em cada encarnação, que se modela para o corpo físico.


Elio Mollo


BIBLIOGRAFIA:
Obras da Codificação Espírita de Allan Kardec (O Perispírito) de Rubens P. Meira; Novo Testamento João, 3:6.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Ante a Era do Espírito



Senhor Jesus!

Ante a Era do Espírito, clareia-nos a razão, a fim de compreendermos a tua palavra em dimensões mais altas.

Agora que os homens erguem o facho da indagação, além dos conhecimentos habituais, concede-nos os meios precisos para caminhar com eles ao encontro da verdade em luz de amor que lhes honorificará o futuro, segundo os teus destinos.

A inteligência terrestre fixa hoje elevada perspectivas na conquista da Consciência Cósmica.

A cultura científica abre novas áreas de trabalho e perquirição.

A Psiquiatria, a Psicologia e a Análise examinam a vida extra-somática.

A Física Nuclear apresenta recursos destinados à elucidação de muitas das ocorrências paranormais.

A Fotografia requinta processos de observação e consegue deter imagens do corpo espiritual.

O Motor encurta distâncias.

A Eletrônica altera a experiência comunitária e aperfeiçoa o relacionamento entre os povos.

A Astronáutica cria engenhos que controlam a gravidade e partem na direção de outros mundos.

Quando a era tecnológica exige consequentemente a Civilização do Espírito, ampara-nos o diálogo com os homens - nossos irmãos encarnados - de modo a nós todos - eles e nós - venhamos a responder construtivamente aos desafios dos tempos novos, sem que a pedra do exclusivismo, seja na Religião ou na Ciência, nos obstruam as sendas iluminadas à frente do progresso.

Livra-nos: da ignorância; do orgulho; do ilogismo; da divisão; do fanatismo; da vaidade; da intolerância; do ódio; do farisaísmo; da prepotência e consente, Senhor, que possamos humanizar-te as lições na Doutrina Espírita, a fim de que a imortalidade seja reconhecida na Terra, estabelecendo o teu reino de paz e amor nos homens, com os homens, pelos homens e para os homens, agora, hoje e sempre.



Assim seja.

Emmanuel

Uberaba, 21 de julho de 1973

Do livro “Na Era do Espírito”. Psicografia de Francisco C. Xavier e Herculano Pires. Espíritos Diversos

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Objetivo da Encarnação


Uma das grandes questões da filosofia humana é o buscar saber a razão pela qual nós existimos. Por que somos, e por que aqui estamos? Entender o motivo da vida humana é algo fundamental para que uma sociedade seja sadia. Provavelmente seja este o motivo de vivermos em uma sociedade caótica e imediatista, aonde o ser humano não possui perspectiva de nada com relação ao seu futuro, vivendo perdido num mundo ainda materialista, sem saber que sua vida é uma oportunidade única para seu progresso individual. Aos serem perguntados sobre a encarnação, os Espíritos Superiores responderam o seguinte:

132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?

"Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. E assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta".

Esta resposta não poderia ser mais completa, pois abarca todos os tipos de encarnação com os quais nos foi possível ter conhecimento na Terra.

Em um planeta como o nosso, aonde o mal e o culto à matéria ainda predominam, a maior parte daquele que reencarnam na Terra estão a expiar por alguma coisa, ou seja, estão aqui para passar por determinado processo de dificuldade, seja de ordem física ou de ordem moral, cuja finalidade é o da educação da alma em alguma virtude específica.

Sendo o Mundo Espiritual a morada original dos Espíritos, cabe aos mundos do infinito o objetivo de serem escolas para as almas que estão a caminho da perfeição, sendo que cada escola dessa comporta um nível diferente de almas, que devam passar por sua vez pelo aprendizado de diferentes tipos de lição.

A Terra pode por sua vez ser comparada a uma creche, pois é um mundo destinado a almas ainda relativamente jovens dentro do infinito do cosmos, cujas lições são aquelas mais básicas para a manutenção saudável da alma no Mundo Espiritual: o amor, a caridade, a benevolência, a sabedoria e a razão.

Contudo, também se faz necessário na Terra a presença de Espíritos que se destaquem à massa reinante. Que sejam mais maduros e que possam instruir aqueles que aqui estão em prova e/ou expiação.

Estes são os missionários, Espíritos mais amadurecidos que vêm trazer progresso nos campos da ciência, da religião, da política, da economia, da paz etc. São aqueles indivíduos que revolucionam o ambiente em que vivem, tornando-os muito melhores, sendo referência para as gerações seguintes.

Existem também, os missionários ocultos. Seres que não vêm a Terra para missões coletivas, mas para indivíduos em particular. Normalmente são Espíritos que poderiam viver em mundos superiores, mas que abdicam temporariamente este tento para ajudar aqueles afetos que ficaram para trás na Terra. São renúncias de amor, que podem ser perigosas para quem desce, pois por serem ainda seres imperfeitos, podem incorrer em débitos futuros, perdendo em definitivo o status alcançado anteriormente.

Finalmente existem aqueles seres mais do que especiais, que as tradições orientais chamam de Avatares. Seres de pureza indefinível que vêm de tempos em tempos iluminar a Terra, trazendo um novo modo de pensar e de se relacionar. O maior de todos foi Jesus. Maior pela sua hierarquia espiritual e pela simplicidade e alcance da mensagem. Um indivíduo que atuou na província mais miserável do Império Romano, conseguiu deixar uma marca tão profunda em nossas almas, que inclusive o tempo passou a ser convencionado entre antes e depois de sua vinda.

A encarnação é o momento de colocarmos em prática aquilo que aprendemos nos mundos espirituais. É a hora de revermos antigos inimigos e de reencontrarmos antigos afetos do coração. Porém, acima de tudo é uma oportunidade única, pois é o único meio pelo qual o Espírito pode ascender rumo à verdadeira felicidade.


Referências para estudos: O Livro dos Espíritos - Cap.2
Renúncia - Emmanuel - Cap.1

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Transição Planetária


Um Novo Ciclo Evolutivo



Interpelamos os Mestres que nos dirigem sobre os quadros dolorosos a que vimos assistindo, com infinita mágoa, em virtude das derradeiras lutas fratricidas que se vêm desenrolando na superfície do planeta. E os nossos venerandos mentores espirituais sempre nos elucidam, explicando que a Terra se acha em vias de conhecer um novo ciclo evolutivo.

Explicam-nos, então, que esses movimentos objetivam não só o cumprimento exato das provações individuais e coletivas dos homens e dos povos, como também representam um trabalho de drenagem sobre as multidões humanas, selecionando as almas então encarnadas nesse mundo.

As Correntes Migratórias

Os nossos Mestres nos falaram das grandes correntes migratórias que modificam as civilizações, asseverando que o mundo atual se encontra à beira desses movimentos inevitáveis. Compreendemos, então, que todos os progressos da civilização terrestre dependem da economia, sobre cuja base repousa todo o edifício da organização social.

Soubemos assim que, em tempos remotíssimos, quando o planeta se encontrava em véspera de inaugurar nova posição progressiva, ocorreu o deslocamento das raças arianas que invadiram os territórios europeus. O congestionamento de certos países, o problema da economia regulamentada, a necessidade de expansão que muitas nacionalidades experimentam nos tempos modernos constituem uma determinação desesperada dessas corrente migratórias, cuja passagem é assinalada por guerras destruidoras, ensaiando novas soluções para as magnas questões da vida coletiva.

Afirmam, portanto, os nossos guias que apenas começamos a presenciar os grandes acontecimentos que, fatalmente, terão de ocorrer nos anos vindouros. As raças amarelas e determinados núcleos da civilização ocidental requerem expansão e nova fonte econômica para a solução dos problemas que os assoberbam; e, nesses dolorosos movimentos, mas necessários, a humanidade se depura, aperfeiçoando-se cada vez mais para o seu glorioso futuro espiritual. Reconhecendo-se embora tudo isso, para as almas dotadas de pouca experiência, com respeito a esses enigmas dos povos, os quadros isolados, como nos é dado conhecer, são profundamente angustiosos.

Mas a dor, a dor soberana que aí na Terra dobra toda a cerviz e subjuga todas as frontes, essa está igualmente aqui conosco, na aquisição de ensinamentos, exercendo a sua função de remodelar e de aperfeiçoar toda a glória suprema da vida.

Todavia, Senhor, vós que sois a grandeza e a misericórdia suprema do Universo, estendei as vossas mãos magnânimas para a Terra, mansão de sombras e de provações, onde irmãos nossos se entregam ao mais proveitoso dos aprendizados.

Dá-lhes fortaleza de ânimo e resignação nos embates contra a adversidade dolorosa, alçando os seus olhos para os vossos impérios resplandecentes, onde compreendemos as luminosas afirmações da Vida Espiritual.

Protegei a todos, Senhor, integrando as suas consciências no caminho retilíneo da salvação e os seus entendimentos na compreensão profunda das vossas leis. Que a Terra conheça a nova era do amor e da fraternidade espiritual.


Maria João de Deus (Mãe de Chico Xavier) - 1932

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Reencarnação e Consciência


A conquista lúcida da consciência abre espaços para o entendimento das leis que regem a vida, facultando o progresso do ser, que se entrega à tarefa de educação pessoal e, por consequência, da sociedade na qual se encontra situado.

Não mais lhe atendem as aspirações os conceitos utópicos e as afirmações pueris destituídas de razão, com os quais no passado se anestesiava o discernimento dos indivíduos e das massas.

Com ela a ideia de Deus e da sua justiça evolui, arrancando-o do antropomorfismo a que esteve algemado pela ignorância, para uma realidade mais consentânea com a própria grandeza.

Os velhos tabus, como efeito, cedem lugar aos fatos que podem ser considerados e examinados pela investigação, produzindo amplas percepções de conteúdos que enriquecem a compreensão.

O crescimento interior elucida a justiça, que já não se aferra aos limites das paixões humanas que a padronizaram conforme os próprios interesses, agraciando uns e punindo outros, em lamentável aberração ética e de equanimidade discutível, senão absurda.

A consciência conquistada favorece a penetração nas causas da vida mediante os processos de intuição, de dedução, e de análise decorrente da experiência vívida dos fatores que constituem o Universo.

Engrandecem-se o homem e a mulher que se despojam do temor ou da incredulidade, do beatismo ou da negação, assumindo uma postura digna, portanto coerente com seu estado da evolução.

Somente a consciência favorece a perfeita identificação com a realidade das vidas sucessivas, concepção-lei única a corresponder à grandeza da vida.

Sem a consciência, a inteligência lógica e crê, mas não se submete; a emoção aceita, porém, receia os impositivos do estatuto da evolução, no qual está o mecanismo reencarnacionista.

A consciência abre as comportas da inteligência e do sentimento para a natural aceitação das experiências sucessivas e inevitáveis, que promovem a criatura.

A reencarnação é instrumento do progresso do ser espiritual. Ora ele expia, quando são graves os seus delitos, submetendo-se às aflições que constituem disciplinas educativas mediante as quais se fixam nos painéis profundos da consciência os deveres a cumprir.

Noutras vezes são provações que enrijecem as fibras morais responsáveis pela ação dignificadora.

Longe de ser uma punição, a dádiva do renascimento corporal é bênção do amor, auxiliando o espírito a desenvolver os recursos que lhe jazem latentes, qual terra arroteada e adubada em condições de transformar a semente diminuta no vegetal exuberante que nela dorme.

Diante dessa realidade, amplia a tua consciência pela meditação e age com segurança ética, entregando-te ao compromisso de iluminação desde agora.

Nunca postergues os deveres a pretexto de que terás futuras oportunidades. A tua consciência dirá que hoje e aqui estão o momento e o lugar para a construção do teu ser espiritual, que se deve elevar, libertando-te dos atavismos primitivos e das paixões perturbadoras.

A consciência da reencarnação impulsionar-te-á ao progresso através do amor e do bem sem alternativas de fracasso, porque a luz da felicidade brilhando à frente será o estimulo para que alcances a meta.

Sem a reencarnação a vida inteligente retornaria, ao caos, e a lógica do progresso ficaria reduzida à estupidez, à ignorância.

A consciência da reencarnação explica Sócrates e o homem bárbaro do seu tempo, Gandhi e o selvagem da atualidade, a civilização e o primitivismo nesta mesma época.

Lentamente o ser avança, e, de etapa em etapa adquire experiência, conhecimento, sentimento, sabedoria, consciência.

Em O Livro dos Espíritos, na questão 170 encontramos o seguinte diálogo:

O que fica sendo o espírito depois da sua última reencarnação?
Espírito bem-aventurado; puro espírito. Para esse desiderato final, a consciência das reencarnações é indispensável.


Joanna de Ângelis

Divaldo Pereira Franco, do livro: Momentos de Consciência.

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