sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Material Didático para Evangelizadores Espíritas


Encerramos o especial do mês de outubro “Evangelizar para o Futuro”, divulgando uma relação de material didático para download, destinados ao auxílio a evangelizadores em sua tarefa de levar o conhecimento e as lições doutrinárias espíritas às crianças e jovens.

TEXTOS

A Educação
A criança (nossa missão)
A criança obsidiada
A Importância da Evangelização
Bullying
Criança Ïndigo e Cristal
Mensagem de Blandina aos evangelizadores
O Adolescente: Possibilidades e Limites - Joanna de Ângelis - Divaldo Pereira
O Amor e as diferentes formas de amar
Psicografia de André Luiz sobre a criança

CURSOS

Curso "Brincando e Estimulando a Criança"
Apostila do Evangelizador (pdf)


TEXTOS. ARTIGOS. APOSTILAS. LIVROS

Indicadores da Qualidade na Evangelização

Artigos sobre Evangelização infantil
A importância de fazermos o evangelhos com os filhos
A importância dos filhos na evangelização
A droga na infância
Chacras
Curso de preparação de evangelizadores
Como contar história na evangelização infantil
Crianças que bebem
Como aproximar os adolescentes na casa Espírita
Dificuldade dos pais se aproximarem dos filhos na adolescência
O que é Evangelização Infantojuvenil? (FEB)
Hábitos do bom evangelizador
O que há por trás dos contos infantis
O Livro dos Espíritos para infância e Juventude vol I - Allan Kardec
O Livro dos Espíritos para infância e Juventude vol II - Allan Kardec
Primeiras lições de moral na infância
Técnicas para evangelizar (apostila)


PPS

Formas de Relacionamento entre pais e filhos - Carolina Von Scharten
Saúde da Relação pais e filhos - Carolina Von Scharten
A Educação e o Centro Espírita - Cláudia Werdine
Mediunidade na Infância

PDF

A qualificação do Evangelizador Infanto-Juvenil: reflexões e sugestões


BLOGS DE EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA

O Manancialzinho - espiritismo para crianças e jovens.
Escolinha Espírita - aulas e material didático para evangelizadores.
Aulas para Evangelização Infantil
Blog Renascer
Pelos Caminhos da Evangelização
Evangelização Infantil
Evangelizar é Saber Amar

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Homenagem ao Dia do Livro



O Livro


Ei-lo! Facho de amor que, redivivo, assoma
Desde a taba feroz em folhas de granito,
Da Índia misteriosa e dos louros do Egito
Ao fausto senhoril de Cartago e de Roma!

Vaso revelador retendo o excelso aroma
Do pensamento a erguer-se esplêndido e bendito,
O Livro é o coração do tempo no Infinito,
Em que a idéia imortal se renova e retoma.

Companheiro fiel da virtude e da História,
Guia das gerações na vida transitória,
É o nume apostolar que governa o destino;

Com Hermes e Moisés, com Zoroastro e Buda,
Pensa, corrige, ensina, experimenta, estuda,
E brilha com Jesus no Evangelho Divino.


Olavo Bilac

Fonte: XAVIER, Francisco C. Parnaso de Além-túmulo. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. p. 411. Edição Comemorativa – 70 anos

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Fundamentos da Evangelização Espírita



O Que é Evangelização Espírita Infantojuvenil


[...] educar uma criança e um jovem à luz do Espiritismo é semear luz pelos caminhos do futuro… (Vianna de Carvalho)

Evangelização Espírita Infantojuvenil é toda a atividade voltada ao estudo da Doutrina Espírita e à vivência do Evangelho de Jesus junto à criança e ao jovem.

Sua ação visa:

- promover a integração do evangelizando consigo mesmo, com o próximo e com Deus;

- proporcionar o estudo da lei natural que rege o Universo e da “natureza, origem e destino dos Espíritos bem como de suas relações com o mundo corporal” (Allan Kardec, O que é o Espiritismo, Preâmbulo); e

- oferecer ao evangelizando a oportunidade de perceber-se como ser integral, crítico, consciente, participativo, herdeiro de si mesmo, cidadão do Universo, agente de transformação de seu meio, rumo a toda perfeição de que é suscetível. (Cecília Rocha e equipe. Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infantojuvenil. 4. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011.)

Na Instituição Espírita, a atividade de Evangelização abrange as aulas de evangelização espírita, momento especial de convivência, aprendizado, reflexão, compartilhamento de experiências e construção de vínculos de amizade e de fraternidade entre as crianças e os jovens frequentadores.

A ação evangelizadora envolve, ainda, pais e familiares, convidando-os a participarem de grupos ou reuniões voltados ao estudo de temas relacionados à vida em família, fundamentados à luz da Doutrina Espírita.

A relevância da tarefa é destacada por vários benfeitores espirituais, dentre eles, Guillon Ribeiro, ao afirmar que “é imperioso se reconheça na evangelização das almas tarefa da mais alta expressão na atualidade da Doutrina Espírita”; e Vianna de Carvalho, ao sintetizar que:

[...] à Evangelização Espírita Infantojuvenil cabe a indeclinável tarefa educacional de preparar os futuros cidadãos desde cedo, habilitando-os com as sublimes ferramentas do conhecimento e do amor para o desempenho dos compromissos que lhes cumprirá atender, edificando a nova sociedade do amanhã.

Quem é o Evangelizador ?


Abençoados os lidadores da orientação espírita, entregando-se afanosos e de boa vontade ao plantio da boa semente! (Guillon Ribeiro)

Considerando-se que o coração infantojuvenil é abençoado solo onde se deve albergar a sementeira de vida eterna (Vianna de Carvalho), a evangelização espírita apresenta-se como verdadeiro campo de semeadura e o evangelizador como responsável semeador.

Sua ação deve ser pautada nos princípios da fraternidade, do afeto e da fidelidade doutrinária, de modo a oportunizar às crianças e aos jovens momentos de aprendizado e de convívio com vistas ao conhecimento espírita e à vivência dos ensinamentos de Jesus.

Sensibilidade, coerência, empatia, responsabilidade, conhecimento, alegria e zelo são algumas das características dos evangelizadores, que buscam a construção de espaços interativos de aprendizado e de confraternização junto aos evangelizandos.

Para tanto, o evangelizador deve valer-se da adequada e contínua preparação pedagógica e doutrinária, para que

[...] não se estiolem sementes promissoras ante o solo propício, pela inadequação de métodos e técnicas de ensino, pela insipiência de conteúdos, pela ineficácia de um planejamento inoportuno e inadequado. Todo trabalho rende mais em mãos realmente habilitadas.” (Guillon Ribeiro).

Mediante a relevância da ação evangelizadora, Bezerra de Menezes sintetiza o caminho a ser trilhado, afirmando que “com Jesus nos empreendimentos do Amor e com Kardec na força da Verdade, teremos toda orientação aos nossos passos, todo equilíbrio à nossa conduta”, e convida a todos para abraçarem, com empenho e afinco, a tarefa de evangelização junto às almas infantojuvenis, “com a mesma ansiedade e presteza com que o agricultor cedo acorda para o arroteamento do solo, preparando a sementeira de suas esperanças para abundantes messes da colheita pretendida”.

Quem é o Evangelizando?


O evangelizando é um ser espiritual, criado por Deus e que participa dos dois planos da vida: do físico e do espiritual.

Nesse processo de autoaperfeiçoamento, o educando se transforma e transforma a realidade que o circunda.

Como foco do processo educativo, deve ser visto de forma integral, ao mesmo tempo que integrado com seu grupo social e com a Natureza, da qual faz parte.

Quem é a Criança?


[...] a criança e o jovem evangelizados agora são, indubitavelmente, aqueles cidadãos do mundo, conscientes e alertados, conduzidos para construir, por seus esforços próprios, os verdadeiros caminhos da felicidade na Terra. (Guillon Ribeiro)

A criança é um Espírito reencarnado, dotado de habilidades desenvolvidas ao longo de suas múltiplas existências, bem como de necessidades em fase de aperfeiçoamento.

A Evangelização no período da infância representa ação relevante e imperiosa, capaz de contribuir com o processo de aprimoramento da criança, considerando-se que:

- Encarnando, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo (O Livro dos Espíritos, questão 383); e que

- [...] o Espírito da criança pode ser muito antigo e que traz, renascendo para a vida corporal, as imperfeições de que se não tenha despojado em suas precedentes existências (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 8, it. 3).

Considerando a criança como ser histórico — herdeiro de experiências pretéritas — e eterno, em constante processo de aprimoramento, o tempo presente mostra-se favorável ao correto investimento na alma infantil, fortalecendo-a para a jornada reencarnatória e apontando roteiros seguros pautados na vivência do amor. Nesse sentido, Amélia Rodrigues alerta-nos que evangelizar é trazer Cristo de volta ao solo infantil como bênção de alta magnitude, convidando a todos para uma ação condizente e coerente com a mensagem cristã.

Quem é o Jovem?


A criança é sementeira que aguarda, o jovem é campo fecundado, o adulto é seara em produção. Conforme a qualidade da semente, teremos a colheita. (Amélia Rodrigues)

O jovem é um Espírito em fase de desenvolvimento, definições e escolhas. A juventude é um período propício à reflexão acerca da vida e ao alinhamento dos objetivos reencarnatórios, mediante os contextos e as possibilidades que se apresentam, convidando o jovem ao exercício do autoconhecimento, da reforma íntima e ao cultivo de atitudes responsáveis por meio do seu livre-arbítrio e do reconhecimento da Lei de Causa e Efeito.Identifica-se, nesse momento, o benéfico efeito do estudo e da vivência da mensagem cristã desde a fase da infância, cujo conhecimento fortalece as almas infantojuvenis para a adequada tomada de decisões e para a escolha de caminhos saudáveis e coadunados aos ensinamentos espíritas.

A ação orientadora da Evangelização é destacada por Guillon Ribeiro², ao afirmar que “sua ação preventiva evitará derrocadas no erro, novos desastres morais”; e por Francisco Thiesen3, ao expor que:

Dignificados pelo conhecimento e vivência dos postulados espíritas-cristãos que aprenderam na Infância e na Juventude, enfrentam melhor os desafios que os surpreendem, ricos de esperança e de paz, sem se permitirem afligir ou derrapar nas valas do desequilíbrio, da agressividade, da delinquência.

Afeto, criatividade, movimento, idealismo, arte e informação são alguns dos muitos elementos que permeiam o mundo jovem e que, associados ao conhecimento espírita e à vivência dos ensinamentos cristãos, contribuem para a formação de verdadeiras pessoas de bem.


Qual o Papel da Família?


Conquanto seja o lar a escola por excelência [...] [os pais] jamais deverão descuidar-se de aproximá-los dos serviços da evangelização, em cujas abençoadas atividades se propiciará a formação espiritual da criança e do jovem diante do porvir. (Bezerra de Menezes)

A família assume relevante função no processo evolutivo dos Espíritos reencarnantes. A maternidade e a paternidade constituem verdadeiras missões, visto que “Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda do bem” (O Livro dos Espíritos, questão 582). Os pais e familiares representam, nesse sentido, evangelizadores por excelência, assumindo séria tarefa educativa junto às crianças e aos jovens que compõem seu núcleo familiar:

[...] inteirai-vos dos vossos deveres e ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal a missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes. Os vossos cuidados e a educação que lhe dareis auxiliarão o seu aperfeiçoamento e o seu bem-estar futuro. Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que fizestes do filho confiado à vossa guarda?” (Santo Agostinho, O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 14, it. 9).

Tendo em vista a relevante orientação, os núcleos familiares devem promover um ambiente doméstico afetuoso, coerente e evangelizador, de modo a favorecer o desenvolvimento moral dos filhos e a orientá-los para o caminho do bem. A reunião de Evangelho no Lar representa especial momento de estudo em família, convivência e aprendizagem, e os grupos e reuniões de pais oferecidos pelas Instituições Espíritas podem auxiliá-los a melhor compreenderem a sublime oportunidade da maternidade e da paternidade. Portanto, “que os pais enviem seus filhos às escolas de evangelização, interessando-se pelo aprendizado evangélico da prole, indagando, dialogando, motivando, acompanhando…” (Guillon Ribeiro).


Fonte: FEB (Federação Espírita Brasileira)

sábado, 25 de outubro de 2014

Juventude, Evangelização e Literatura

Programa “Livros que Iluminam” tendo como debate a literatura e a evangelização espírita do jovem, com o convidado Cirne de Araújo, diretor da FEB (Federação Espírita Brasileira) e coordenador da Juventude.


quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A Arte - Da Evangelização Espírita para a Vida


"A beleza é um dos atributos divinos. Deus colocou nos seres e nas coisas esse misterioso encanto que nos atrai, nos seduz, nos cativa e enche a alma de admiração, às vezes de entusiasmo. A Arte é a busca, o estudo, a manifestação dessa beleza eterna." Léon Denis - O Espiritismo na Arte

O que existe na Arte que nos toca profundamente, nos emociona tanto?

Que força é esta que provoca lágrimas, que traz alegria, que nos faz refletir sobre a vida e até viajar para outras terras?

É uma emanação divina, sem dúvida, traduzida na sensibilidade de nossos sentimentos. E são eles, os sentimentos, os mais importantes integrantes destes entendimentos sobre a Arte e seus objetivos em nossas vidas.

A Arte deve ter como matéria-prima fundamental os sentimentos. São eles que nos fazem vislumbrar a "poesia do ideal, que nos transporta para fora da esfera acanhada de nossas atividades", conforme tão bem nos ensina Kardec, em Obras Póstumas. São nossos sentires que encaminham nossas almas para as regiões da vida espiritual, que é nossa verdadeira vida, e a que aspiramos a reencontrar um dia, segundo aponta Léon Denis na obra primeiramente citada.

A obra artística precisa colocar o espírito em relação íntima com Deus, precisa alimentar-se de bons sentimentos, e reconduzir estas benéficas percepções aos corações humanos. "Sustentada e inspirada por uma fé sincera, por um nobre ideal, é sempre uma fonte fecunda de instrução, um meio incomparável de civilização e aperfeiçoamento." Léon Denis - O Espiritismo na Arte

Com esta última citação faz-se, então, o elo entre a Arte e o Espiritismo, estes dois grandes instrumentos de evolução. Assim, ao colocarmos a Arte a serviço da divulgação doutrinária, da sensibilização das almas, teremos um produto muito maior do que a simples soma das partes. A claridade do Espiritismo ganha uma bela forma de alcançar o coração, e o encanto da Arte recebe fontes inesgotáveis de inspiração...

É neste contexto que inserimos todas as atividades da evangelização espírita, este pilar indispensável na formação e educação de todos nós.

O instrumento "Arte" irá enriquecer os estudos, facilitar a assimilação, e contribuir muito com o desenvolvimento da sensibilidade nas crianças, jovens e adultos.

Da evangelização espírita para a vida, as obras artísticas que verdadeiramente são "O Belo criando o Bom", como versa André Luiz, em Conduta Espírita, serão sempre mananciais de excelentes conteúdos educativos.

Para que possamos compreender a amplitude de atuação da Arte na Evangelização Espírita, classificamos didaticamente as expressões artísticas do mundo em número de sete. Neste artigo, a nossa abordagem se faz sobre quatro delas: a Arquitetura, Escultura , Pintura e Literatura.

Arquitetura

A Arquitetura reflete por inteiro a história da Terra. Castelos, catedrais, edifícios, casas, são o retrato do que se passa nos valores da alma. Assim, todo estudo neste sentido, quando tiver por objetivo ilustrar e representar pensamentos, idéias e concepções dos homens, será bem-vindo. Analisar o povo Egípcio, por exemplo, e suas construções, sua cultura, seu contato com o planeta Terra, torna os estudos mais agradáveis e, principalmente, melhor absorvidos.

Da mesma forma, toda vez que estivermos construindo algo, como cidades, casas, paisagens do mundo espiritual com nossas crianças, estaremos, de certa forma, colocando em prática a utilização da arquitetura.

Além de tudo isso, se desejarmos ir bastante a fundo nesta Arte, podemos estudar as questões de criações fluídicas no espaço, abordar as bases da ideoplastia, etc...

Escultura e Pintura

Intimamente ligada à Arquitetura, a Escultura também fornece diversas formas de utilização para estes propósitos.

O contato com a Escultura e a Pintura fazem parte do aprendizado basilar na infância, desenvolvendo diversas potencialidades íntimas, facilitando muitas outras conquistas e descobertas na vida.

O barro, as massas e as tintas, favorecem o desenvolver da criatividade, auxiliam na conquista de sensibilidades, e são excelentes maneiras de se fixar conteúdos e lições. Tais atividades devem, sempre, é claro, virem acompanhadas de bons objetivos, e não funcionarem apenas como simples preenchimentos de tempo.

Literatura

Eis a Arte mais desenvolvida nos campos da Doutrina Espírita...

As obras literárias que o Espiritismo oferece, são nascentes benditas de conhecimento e clarificação. Basear programas de estudo em livros, ilustrar e enriquecer temas com romances, contos, será sempre um caminho luminoso para o aprendizado. A biblioteca "verdadeiramente" Espírita é um tesouro inestimável, cujo alicerce estará sempre nas cinco obras básicas de Allan Kardec.

Tendo esta consciência, o trabalhador espírita deverá incentivar ao máximo o hábito salutar da leitura, começando por ele mesmo, aprofundando seus estudos através de obras que apresentem boa qualidade. E é neste ponto, quando destacamos "obras de boa qualidade", que ampliamos o alcance da utilização da literatura às obras não espíritas também. Toda obra ou criação literária, que apresentar um conteúdo útil aos propósitos do educador, será muito bem acolhida. Assim, as lendas, as fábulas e romances que trouxerem em si a mensagem do bem, poderão ser aproveitadas nas ilustrações das aulas, engajando nos recursos bibliográficos do estudo.

A sensibilidade e o senso crítico do evangelizador serão fundamentais para a tarefa de procurar, analisar e julgar sua oportunidade.

Assim, por exemplo, as boas reportagens em revistas, os artigos de jornal, e até as pequenas histórias dos gibis, poderão fazer parte dos instrumentos que utilizaremos para levar a mensagem espírita ao nosso público.

Não poderíamos esquecer, é claro, da poesia, esta forma literária encantadora, que através dos versos, dos ritmos e das rimas leva uma mensagem benfazeja aos corações.


Andrey Cechelero

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Palavras aos Evangelizadores da Infância


“Encarnando, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir aqueles incumbidos de educá-lo.” (O Livro dos Espíritos, 383)

A visão que se tem da criança pela ótica espírita difere fundamentalmente da que é sustentada pelas doutrinas que pregam a unicidade da existência corpórea.

Para essas correntes de pensamento religioso, a criança traz, ao nascer, apenas os ascendentes biológicos, que seriam herdados dos antepassados, próximos ou remotos. A concepção espírita difere, também, de outras doutrinas reencarnacionistas que consideram a volta do Espírito ao mundo material apenas com fins punitivos ou, quando muito, para o cumprimento de uma missão.

O Espiritismo não nega a reencarnação missionária, e ensina que aquilo que é visto como punição é apenas o funcionamento da lei de causa e efeito. Entretanto, vai além, ampliando a compreensão da própria vida, ao revelar o aspecto evolutivo da reencarnação.

Vista sob essa ótica, a criança é um Espírito imortal, detentor de imensa bagagem de experiências vivenciadas em outras épocas, herdeira de si mesma, que retorna à Terra a fim de adquirir novos conhecimentos e, principalmente, de reformular sua maneira de proceder, ajustando-a, tanto quanto possível, aos postulados do Evangelho de Jesus. Assim, aprendemos, no Espiritismo, que reencarnamos para prosseguirmos a nossa jornada evolutiva. Ao responderem a Kardec a respeito da utilidade de passar pelo estado de infância, os Espíritos Superiores atribuíram a responsabilidade da execução dos procedimentos educativos, não só aos pais, mas a todos aqueles que têm oportunidade de propiciar à criança ensinamentos e exemplos que a ajudem a adquirir novos conhecimentos e a reformular seu modo de proceder, ou seja, de reeducar-se através do esforço consciente, no sentido de exteriorizar sua luz, herança divina de que todos os Espíritos somos dotados, conforme ensinamento de Jesus (Mt, 5: 16).

Escola de Evangelização: Posto Avançado do Mundo Espiritual– Dentre esses “incumbidos de educá-lo”, conforme expressão dos Espíritos, estamos nós, evangelizadores da infância, ligados a esses irmãos recém-chegados do Mundo Espiritual, não pelos laços da consanguinidade nem do parentesco físico, mas pelos mais sagrados elos da nobre tarefa que assumimos perante o Evangelizador Maior.

Entendemos, assim, que fomos admitidos num trabalho que é continuação daquele iniciado no Mundo Espiritual, na preparação do Espírito para sua volta às lides terrenas. Ao considerarmos a Escola Espírita de Evangelização como um Posto Avançado do Mundo Espiritual, devemos meditar sobre a extensão e a responsabilidade da tarefa que nos é atribuída.

Conscientes dessa grave responsabilidade, qual seja a de iluminar consciências, urge que nos preparemos convenientemente através da oração sincera, da meditação serena, do estudo edificante, a fim de que nossa palavra, portadora de carga magnética gerada na convicção profunda, e não apenas na informação superficial, possa tocar os pequeninos, pois quem não está convencido do que diz raramente consegue convencer alguém. Como exemplo, é oportuna a lembrança das palavras do Benfeitor Alexandre, citadas no livro “Missionários da Luz”, à página 311: “O companheiro que ensina a virtude, vivendo-lhe a grandeza em si mesmo, tem o verbo carregado de magnetismo positivo, estabelecendo edificações espirituais nas almas que o ouvem. Sem essa característica, a doutrinação, quase sempre, é vã”. Desse modo, a palavra suave, embora firme, nos abrirá as portas do entendimento da criança, propiciando-nos oportunidade à semeadura das lições do Evangelho, agora explicado à luz da Doutrina Espírita.

Três preocupações importantes: o pensar,o sentir e o fazer – Devemos ter consciência de que a Escola Espírita de Evangelização – chamada afetivamente de “escolinha” – é, malgrado o pouco tempo de que dispomos para o convívio com a criança, apesar da incompreensão de muitos dirigentes de centros espíritas e das dificuldades materiais, a escola que mais esclarece no mundo, aquela mais propícia à implantação dos tempos novos, em face dos ensinamentos libertadores, capazes de levar o evangelizando a uma mudança de mentalidade, que o capacitará a colaborar efetivamente na implantação de uma sociedade mais justa, mais fraterna, dos tempos novos, conforme preconizam os Espíritos.

Importa seja lembrado também que o Espiritismo, ao trazer-nos de volta os ensinamentos de Jesus, na sua simplicidade, objetividade e pujança originais, tira-nos aquele sentimento místico do comparecimento ao templo – assim chamado casa de Deus– e nos revela o mundo como oficina da nossa vivência religiosa, portanto do nosso aperfeiçoamento. Tira-nos, também, outro referencial religioso, além do templo, qual seja a figura do sacerdote, do pastor, do guru.

Tendo isso em mente, devemos meditar sobre o que representamos para a criança, que nos observa efetivamente como referencial religioso, embora nos empenhemos em mostrar-lhe as figuras veneráveis que, através dos tempos, têm trazido suas contribuições para a iluminação da criatura humana, no que se destaca a figura maior de Jesus.

Assim pensando, devemos nos empenhar, com toda a força do nosso entendimento, no sentido de nos aprimorarmos cada vez mais para a execução do nosso trabalho junto à criança. Esse aprimoramento envolve três aspectos principais, que devem ocupar o primeiro plano das preocupações do evangelizador: o pensar, o sentir e o fazer. Na casa espírita a Evangelização da Criança deve ter primazia– O pensar nos leva à reflexão, à conscientização plena do valor do nosso trabalho.

Quando meditamos sobre nossa atuação no setor de evangelização infantil, devemos avaliar o nível do nosso comprometimento com a tarefa; que espaço ela ocupa em nossa mente; quantas horas por semana dedicamos ao preparo da mensagem que levaremos à criança, que espera de nós a orientação a fim de que caminhe com segurança neste mundo tão conturbado em que vivemos. Sem que nos julguemos grandes missionários ou Espíritos iluminados, é justo que tenhamos consciência da relevância e do valor da tarefa a que nos dispomos, ainda que a nossa turma de evangelizandos seja pequena, que seja “turma” de um só! E quando nos ocorra a dúvida a respeito da validade do nosso esforço, devemos nos lembrar de que no trabalho mediúnico de desobsessão – que deveria denominar-se “evangelização do desencarnado” – um grupo de várias pessoas se empenha, às vezes durante muito tempo, no encaminhamento de um único Espírito que trilha caminho equivocado, não raro por não ter sido evangelizado na infância.

Ao serem examinados os resultados das tarefas desenvolvidas nas instituições espíritas, fica evidente que a Evangelização da criança é a atividade mais importante, de vez que beneficia o Espírito desde a fase infantil, influenciando seu proceder, dando-lhe diretrizes que o ajudarão não só nesta sua passagem pela Terra, mas que servirão como farol a iluminar-lhe a consciência em sua vida de Espírito imortal. Por isso é que, embora reconhecendo o valor das outras tarefas desenvolvidas nos centros espíritas, chega-se facilmente à conclusão que a Evangelização da Criança deveria ter primazia, deveria ser atividade olhada com a maior responsabilidade por parte dos dirigentes das instituições espíritas, por ser a encaminhadora do Espírito, numa verdadeira continuação do trabalho iniciado no Mundo Espiritual, durante os preparativos para sua volta.

Todos temos em nós o amor, em estado de latência– É a consciência profunda do insubstituível valor da tarefa que nos deve alentar nos momentos de desânimo, quando a incompreensão dos dirigentes da casa onde trabalhamos, a falta de espaço físico, de material apropriado, a falta de cooperação dos próprios pais, as dificuldades com a criança, todas essas dificuldades quiserem nos tirar dessa seara bendita a que fomos convocados.

O Evangelizador deve empenhar-se, também, no desenvolvimento da sua capacidade de sentir. Todos temos em nós o amor, em estado de latência. Essa herança divina, que se revela através dos séculos sucessivos, pode ter sua exteriorização acelerada pelo esforço consciente da criatura. E o Evangelizador é desafiado ao esforço de amar, pois quem não ama não tem condição de suscitar nos pequeninos o desejo de amar. O pensar é muito importante, imprescindível mesmo. Mas o pensar sem o sentir pode levar-nos a uma postura muito fria, muito calculada que, embora matematicamente certa dentro dos parâmetros meramente pedagógicos, vistos do ângulo acadêmico, não se coaduna com o espírito do trabalho de evangelização, que deve primar pelo incentivo ao desenvolvimento das virtudes preconizadas pelo Evangelho.

Dentro dessa visão, o nosso fazer nos aponta o caminho do esforço na preparação das aulas, no que tange ao conteúdo a ser ministrado, ao material a ser usado, mas, principalmente, o caminho do esforço da preparação da nossa capacidade de sentir, de amar, iluminando-nos para que possamos iluminar consciências.

José Passini

domingo, 19 de outubro de 2014

Evangelizar Cantando

O Evangelho falando através das mensagens de paz e sabedoria e pelas canções interpretadas pela cantora e médium espírita, Elizabete Lacerda. A palestra musical “Evangelizar Cantando” foi realizada na noite de 30.08, juntamente com a Rede Amigo Espírita na Associação Espírita Beneficente Humberto de Campos, na cidade de Indiaporã/SP. Uma das mais belas exposições espíritas assistida por mim em vídeo nesses últimos dias.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Desafios da Educação Espírita

Uma entrevista com Martha Rios Guimarães à Revista Internacional de Espiritismo

Atividade, fundamental para a continuidade da divulgação do Espiritismo, deve ser uma das prioridades no Centro Espírita


Martha Rios Guimarães, carinhosamente conhecida como Marthinha, é frequentadora do Centro Espírita Gabriel Ferreira, em São Paulo (SP), e jornalista responsável pelo jornal Dirigente Espírita, publicação da União das Sociedades Espírita do Estado de São Paulo. No “Gabi” (como é conhecido o centro espírita que frequenta), atua na área de Educação Espírita Infantojuvenil há mais de duas décadas, adquirindo experiências que proporcionaram a elaboração do livro Comece pelo Comecinho – Educação Espírita Infantojuvenil: uma proposta de trabalho, editado pela Casa Editora O Clarim. Nesta entrevista, Marthinha fala sobre as dificuldades, alternativas e soluções para implantação e continuidade da atividade nas casas espíritas.

RIE – Martinha, como se deram seus primeiros contatos com o Espiritismo e, posteriormente, com o trabalho de educação infantojuvenil?

Martha Rios Guimarães – Eu busquei a Doutrina Espírita porque queria respostas a muitas dúvidas que tinha. A religião em que fui criada – que respeito, como todas as demais – não me fornecia esclarecimentos aos inúmeros questionamentos que eu carregava comigo desde bem novinha. Queria entender, por exemplo, o porquê da desigualdade e o que acontecia conosco após o final da existência física. Ao conhecer os ensinamentos espíritas, um mundo totalmente novo se abriu para mim, dando um outro significado à minha existência. Amei a Doutrina Espírita instantaneamente e, então, decidi que precisava fazer algo de útil por ela. Foi quando surgiu a oportunidade de trabalho na área de Infância e Mocidade. Mesmo nova e sem experiência, aceitei o desafio e busquei informações que possibilitassem o desenvolvimento da tarefa proposta. Essa busca por informações, ainda bem, jamais deixou de existir em mim.

RIE – Fale-nos sobre o livro Comece pelo Comecinho, lançado em 2011 pela Casa Editora O Clarim.

Marthinha – O livro é o resultado de 20 anos de experiência na área de Educação Espírita Infantojuvenil, todos eles atuando no Centro Espírita Gabriel Ferreira, situado na zona norte de São Paulo. Ao escrevê-lo, meu objetivo era repartir as experiências dessas duas décadas com outras pessoas que tivessem interesse na atividade. Surpreendi-me com a aceitação e o carinho dos leitores, que enviam e-mails carinhosos afirmando que a obra os tem ajudado na tarefa e, até mesmo, confidenciando dúvidas e informando conquistas no setor.

RIE – Logo no primeiro capítulo, você faz uma distinção entre os termos Evangelização e Educação Espírita. Por quê?

Marthinha – Penso que nomenclaturas são importantes. Tanto que Allan Kardec criou nomes específicos para a nova doutrina e seus adeptos. O nome dado à tarefa de levar a mensagem espírita a crianças e jovens modificou-se ao longo do tempo, já tendo sido chamada desde moral cristã e catecismo espírita até evangelização espírita, este último atualmente o ainda mais utilizado. Porém, cada dia mais os trabalhadores do setor vêm usando o termo Educação Espírita Infantojuvenil. Evangelizar significa ensinar o Evangelho, ou seja, a parte moral da Doutrina Espírita, doutrina que possui ainda os aspectos filosófico e científico. Nossa proposta é usar toda a base doutrinária kardequiana no trabalho com crianças e jovens, obviamente usando linguagens e recursos adequados para a compreensão de cada faixa etária. Por isso, acredito que a nomenclatura Educação Espírita é a mais adequada.

RIE – Você considera que a atividade de Educação Espírita Infantojuvenil ainda é subvalorizada nos Centros Espíritas?

Marthinha – Não tenho a menor dúvida, infelizmente. Prova dessa afirmativa é o fato de nem todas as instituições possuírem o trabalho. Ou, então, possuem uma atividade de recreação, quando as crianças brincam enquanto os pais assistem tranquilamente às reuniões. Há que se conscientizar que, como qualquer outra tarefa, essa precisa ser cuidadosamente planejada, pautada na base kardequiana, com pessoal capacitado para desempenhá-la, avaliação e melhorias constantes. Caso contrário, como coloco no livro (detalhe muito comentado pelos leitores), teremos uma “chapelaria”, um local onde se depositam as crianças e jovens, e não uma reunião espírita em uma linguagem adequada a esse público.

RIE – E, se falta apoio, como motivar e qualificar os trabalhadores para a atividade?

Marthinha – Eu creio que quando acreditamos realmente em algo, devemos nos esforçar para seu desenvolvimento. Ainda que seja dever dos Dirigentes oferecer todo o apoio possível para que a tarefa se desenvolva com qualidade, o tarefeiro que entende a importância de colocar a mensagem espírita ao alcance dos mais jovens deve empenhar-se no cumprimento de seu papel. Refiro-me ao amor e comprometimento com a tarefa, somados à busca ininterrupta por elementos que possibilitem sua implantação, começando pelo estudo metódico e constante da Doutrina Espírita (principalmente nas quase oito mil páginas deixadas pelo Codificador), na busca por materiais da área de pedagogia, psicologia e outros relacionados com a tarefa. Cabe ao Educador, ainda, participar de cursos, oficinas e iniciativas congêneres onde possa trocar ideias e experiências com tarefeiros de outras Casas Espíritas. Enfim, quando escolhemos um trabalho, devemos empreender todos os esforços imagináveis para que o façamos da melhor forma possível.

RIE – As crianças vivem inseridas em um mundo dinâmico e rodeadas por aparelhos de alta tecnologia desde muito pequenas. Dessa maneira, como despertar o interesse delas para as aulas no Centro Espírita?

Marthinha – Creio que muitas Casas Espíritas estão aptas a usar a tecnologia como um dos recursos à disposição dos educandos. Existem no mercado, por exemplo, games educativos que podem ser usados como ferramenta de trabalho do educador. Acesso à rede mundial de computadores também é algo comum, podendo ser um dos elementos das aulas espíritas destinadas a esse público (e aos de todas as idades, aliás). Sabendo utilizá-los, esses recursos podem tornar as aulas mais interessantes. Contudo, a meu ver, não devem ser os únicos atrativos utilizados, mas devem fazer parte de um variado leque de opções. Recursos repetitivos tornam-se cansativos e deixam as aulas previsíveis. Além disso, creio eu, os educadores têm a grande oportunidade de mostrar aos educandos uma variedade de brincadeiras interessantes ou despertar o interesse pela leitura, por exemplo. Em nossas aulas utilizamos a literatura, jogos espíritas, jardinagem, culinária, fotografia e uma ampla variedade de recursos.

RIE – Qual a importância de integrar a atividade infantojuvenil com as atividades direcionadas aos adultos?

Marthinha – Fundamental. Tradicionalmente, este é um trabalho que fica à parte da Casa Espírita. Um dos motivos é porque, normalmente, ele ocorre em dias específicos para essa atividade, sem a presença do público em geral. Na nossa Casa, ao contrário, a reunião das crianças e jovens ocorre em paralelo a uma reunião pública para adultos, promovendo uma integração natural entre as pessoas de todas as idades. Sei que muitas instituições não têm alternativa por conta de espaço, mas naquelas que têm estrutura física que possibilite essa confraternização, creio ser uma experiência que vale a pena ser tentada.

RIE – Como lidar com os educandos que trazem conceitos de outras religiões para as aulas?

Marthinha – Penso que a única forma é o diálogo e o esclarecimento, à medida que surgirem as dúvidas dos menores. Atualmente, é comum as crianças chegarem às Casas Espíritas já com algumas informações sobre a Doutrina Espírita. Aulas planejadas e bem elaboradas facilitam o processo, uma vez que levam em conta, entre outros fatores, a base religiosa que a criança traz ao chegar à Casa Espírita. Para isso, obviamente, há que se conhecer bem o público com que se trabalha e para isso, a única forma é mesmo a conversa e a observação atenta de cada participante do grupo.

RIE – E como lidar com alunos especiais ou que necessitam de mais atenção para acompanhar o ritmo dos demais?

Marthinha – Precisamos entender que cada criança é um ser único e, como tal, merece ser assim tratada. Também precisamos lembrar que as dificuldades são apenas do corpo e não do Espírito. O educador que recebe um educando especial precisa buscar informações na família ou em sites, escolas especiais, ONGs, etc. sobre a dificuldade que o pequeno possui, preparando-se para transpor todos os obstáculos que possam surgir, e lembrando que esses desafios colaboram para próprio aprendizado e crescimento. O convívio com as diferenças é algo extremamente positivo para todos e precisa ser encarado como tal. Nossa equipe, ao longo dessas duas décadas de trabalho, teve o privilégio de viver esse tipo de experiência e todos os envolvidos aprenderam muito com o processo.

RIE – Aparentemente, existe uma lacuna entre os adolescentes na frequência ao Centro Espírita, mesmo participando das aulas durante a infância. Como despertar o interesse dos jovens em continuar participando dos estudos, agora na mocidade espírita?

Marthinha – A partir de uma certa idade, o jovem começa uma nova etapa de vida com trabalho, faculdade, relacionamentos, enfim, uma série de fatores que “competem” com a frequência à Casa Espírita. Nesse momento, a importância que esta e os ensinamentos doutrinários ocupam em seu cotidiano serão determinantes para que ele continue a achar espaço para ambos em sua vida. Logicamente que a relação que ele tem com a instituição, construída ao longo do tempo em que a frequenta, será determinante para manter ou não sua participação. Se, ao longo do tempo, ele foi acolhido de forma amorosa, encontrou amigos, teve contato positivo com a mensagem espírita, provavelmente, ele conservará seu vínculo com a sociedade também nessa fase de vida.

RIE – Suas considerações finais.

Marthinha – Agradeço a oportunidade para tratar da Educação Espírita Infantojuvenil, área que considero tão importante quanto às demais da Casa Espírita e, na minha opinião, a mais estratégica. Ao colocar a Doutrina Espírita ao alcance das crianças e jovens, estamos dando oportunidades para que eles, provavelmente, tomem decisões mais acertadas em sua atual existência. E quem sabe, ainda, de quebra, encontremos nas futuras lideranças espíritas pessoas com bons conhecimentos doutrinários e mais bem preparadas para assumir os desafios que o movimento espírita enseja a todos os que colaboram na divulgação da Terceira Revelação. Eu acredito nessas possibilidades e, exatamente por isso, sinto-me muito feliz e privilegiada por atuar junto a esse público.


Cássio Leonardo Carrara

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O Evangelizador Educador


A capacitação permanente é um dos requisitos fundamentais para que um evangelizador espírita consiga desincumbir-se a contento da sublime tarefa que abraçou. Capacitação aqui significa desenvolver e aperfeiçoar capacidades, desenvolver as que se encontram latentes e aperfeiçoar as que já estejam afloradas.

Capacitamos-nos quando estudamos com regularidade, continuidade e recolhimento o Espiritismo, conforme a proposta do Codificador, na introdução ao estudo da Doutrina Espírita, de O Livro dos Espíritos. Igualmente, quando participamos de encontros que ensejam reflexões e estímulos para mudanças, ouvimos os evangelizadores mais experientes e nos abrimos para aprender com os mais novos. Outro aspecto dessa capacitação, que é primordial, e sem o qual o anterior ficará comprometido, é a própria transformação moral do evangelizador, pois serão seus exemplos, mais do que suas palavras e práticas pedagógicas, que irão sensibilizar os evangelizandos.

A expressão evangelizador espírita é proposital e serve para distinguir quem evangeliza à luz do Espiritismo daqueles que evangelizam à luz de outra denominação religiosa que se apoie ou diga se apoiar no Cristianismo. Não se trata de um preciosismo, mas de uma distinção definidora de postura.

Significa ler e interpretar o Evangelho pela ótica da Doutrina Espírita, isto é, com racionalidade, lógica, retirando o espírito da letra, com respeito à diversidade cultural, étnica, econômica, social, religiosa, sexual, por meio de práticas libertadoras onde o Espírito reencarnado seja convidado a ampliar seu campo de consciência, se conhecendo e se solidarizando com as necessidades do seu próximo.

Outra distinção relevante é aquela que nos conduz a pensar que evangelizar com o Espiritismo é diferente de evangelizar para o Espiritismo.

Quando evangelizamos com o Espiritismo estamos baseando nosso planejamento e tudo o que ele comporta (conteúdos, concepção de ensino e de aprendizagem, critérios de avaliação, metodologia, fins, objetivos, recursos, grau de participação dos evangelizandos e seus respectivos pais etc.) na visão de mundo, de ser humano e de evolução que o Espiritismo engloba. Nesse caso, a proposta educativa espírita define os nossos objetivos e se constitui no eixo, no norte mesmo de tudo que venhamos a incluir ou excluir em nossa prática evangelizadora.

É próprio dessa perspectiva, trabalharmos visando a formação do homem de bem, do cidadão consciente, com visão crítica, política, cultural, mas com tudo isso alicerçado e permeado pelo Evangelho segundo a interpretação espírita. Nessa ótica, não se deve perder de vista que a família e a escola são agentes que se associam ao nosso trabalho, ora convergindo ora divergindo, mas atuando decisivamente na formação daqueles que estamos evangelizando.

Quando pensamos em evangelizar para o Espiritismo, definimos uma visão e uma postura estreita, onde os objetivos podem se restringir a formar futuros trabalhadores para as casas espíritas, pessoas que pensem na Doutrina como um fim e não como um meio de aperfeiçoamento intra e interpessoal.

Nesse caso, o foco é formar espíritas e, caso alcancemos esse objetivo de caráter tão estreito, esse seria o principal indicador de êxito da nossa ação evangelizadora.
Interessante também pensar que nem todo educador é um evangelizador, mas todo bom evangelizador espírita há de ser um genuíno e verdadeiro educador.

A competência para essa sublime tarefa também pode vir com o tempo, com o aprendizado recolhido dos êxitos e fracassos e ainda que traga experiências reencarnatórias relevantes, o evangelizador espírita não estará dispensado da tarefa de ampliar seus conhecimentos e melhorar-se moralmente.

Allan Kardec aponta em nota da questão 917 de O Livro dos Espíritos, três importantes e acessíveis requisitos que todo evangelizador pode e deve adquirir. Diz o Codificador que a educação é a chave do progresso moral, é uma arte que nos permite manejar os caracteres ou características dos educandos e que é preciso para entendê-la, assim como entendemos e manejamos as inteligências, da presença de tato, muita experiência e profunda observação.

Sabemos que a experiência vem com o tempo, da mesma maneira que o tato e a profunda observação. Para isso é importante que o evangelizador queira evangelizar evangelizando-se, que se identifique com esse tipo de tarefa, goste de estudar, tenha curiosidade em aprender e tenha também uma razoável autoestima, de modo que consiga convencer (esclarecer) e converter (tocar o coração) dos seus evangelizandos.

A presença de uma boa autoestima facilitará o trabalho de conduzir os evangelizandos a uma autoaceitação do que são e como são, instrumentalizando-os com coragem e conhecimentos para as transformações necessárias que vieram fazer.

Parafraseando Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, quando escreve sobre Os bons espíritas, no capítulo XVII, item 4, diremos que se reconhece o verdadeiro evangelizador por sua vontade em manter-se permanentemente atualizado e pelos esforços constantes que emprega em aplicar a si o que ensina aos seus evangelizandos.


Cezar Braga Said

Fonte: Mundo Espírita - FEP (Federação Espírita do Paraná)

domingo, 12 de outubro de 2014

Palestra "A Evangelização da criança e do Jovem na família, no Centro Espírita e Movimento Espírita"

A pedagoga potiguar Sandra Borba e sua exposição “A Evangelização da Criança e do Jovem na Família, no Centro Espírita e Movimento Espírita”realizada para a 50º COMMETRIM, Confraternização de Mocidade e Madureza Espíritas do Triângulo Mineiro e Alto-Parnaíba, em Araxá-MG e transmitida pela Rádio Fraternidade.



sábado, 11 de outubro de 2014

Evangelização Espírita Infantil



“A Criança ainda é o sorriso do futuro na face do presente. Evangelizá-la é, pois, espiritualizar o porvir, legando-lhe a lição clara e pura do ensinamento cristão, a fim de que, verdadeiramente, viva o Cristo nas gerações de amanhã.” Francisco Spinelli

A Importância da Evangelização Infantil


"É possível a renovação do mundo em que habitamos, além da reforma interior de cada um para o bem, sem darmos à criança de hoje o embasamento evangélico?

Sem a renovação espiritual da criatura para o bem, jamais chegaríamos ao nível superior que nos compete alcançar. Ajudar a criança, amparando-lhe o desenvolvimento, sob a luz do Cristo, é cooperar na construção da reforma santificante da humanidade, na direção do mundo redimido de amanhã." (Emmanuel, Encontros no Tempo, 5. ed., perg. 42)

Por que o período infantil é o mais importante para a tarefa educativa?

“Encarnando, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo.” (Allan Kardec, O livro dos espíritos,76. ed., perg. 383).

“A delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devam fazê-los progredir. Nessa fase é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores.” [...]. (Allan Kardec, O livro dos espíritos, 76. ed., perg. 385).

Por que a escola de evangelização espírita infantil antes dos 7 anos de idade?

“109. O período infantil é o mais importante para a tarefa educativa?

- O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos.

- Até aos sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas, tornando-se mais suscetível de renovar o caráter e estabelecer novo caminho, na consolidação dos princípios de responsabilidade, […].

- Passada a época infantil, credora de toda vigilância e carinho por parte das energias paternais, os processos de educação moral, que formam o caráter, tornam-se mais difíceis com a integração do Espírito em seu mundo orgânico material,[...].”

(Emmanuel, O Consolador, 15. ed., perg. 109).

Qual deve ser o conteúdo espírita a ser estudado pela criança na escola de evangelização?

“Temos ouvido o espírito de Emmanuel há muitos anos com respeito a estes assuntos, […]. Nós sempre nos desvelamos em nossas casas, no ensino da bondade, do perdão, das atitudes evangélicas em si, mas precisávamos descobrir um meio de comunicar à criança, algum ensinamento em torno da Lei de Causa e Efeito, mostrando determinados tópicos dos mais expressivos para o mundo infantil, com respeito à reencarnação, um problema da imortalidade da alma.

Muitas vezes, nós esquecemos de conduzir a criança para este tipo de lição, para este tipo de comentários, com receio de apressar na mente das crianças determinados pensamentos com relação à morte do corpo.

Precisávamos estudar quais os meios de começar a oferecer à criança, bases para que ela se conheça no mundo em que está vivendo e naquele mundo social em que ela vai viver.”

(Emmanuel, A Terra e o Semeador, 7. ed., perg. 101)
Fonte: ocentroespirita.com
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